sábado, 26 de julho de 2008

Carrie and the Marihuana

No episódio que vi hoje de “Sex and the city”, Carrie Bradshaw fuma maconha. Pelo que deu para perceber, ele (o episódio) já era um pouco antigo. Isso por causa do celular utilizado por Samantha Jones em um restaurante que estava com Carrie e Miranda Hobbes. Aquele tipo de aparelho, eu deveria usar – ou melhor, minha mãe deveria usar e eu sempre pegava emprestado para ir ao shopping com meus amigos e ela poder manter algum contato comigo – lá pelos anos de 2003 ou 2004, no máximo. E atentem para o seguinte fato: como tudo nos Estados Unidos da América do Norte aparece e se torna comum antes que aqui, no Brasil, conclui-se que deve ser um programa dos anos 2000.

Mas retornando ao fato principal que iniciou o parágrafo anterior: a maconha, a droga, o cigarrinho do demônio, a marihuana e sei lá mais quantas denominações pode se dar para isso ou aquilo outro, que todos nós sabemos que existe e que, agora, nos tempos atuais, temos medo de falar para não sermos repreendidos pela polícia ou coisa que o valha. Apesar de assumir que atualmente as pessoas têm receio e puritanismo quanto ao assunto, eu mesmo nunca cheguei e pretendo – repito, pretendo, pois o futuro apenas a Deus pertence – fumar ou cheirar alguma substância ilícita. Sendo assim, surpreendeu-me ver Carrie se utilizando da ervinha com um cara com quem ela estava saindo. Mesmo vendo que ela sempre foi viciada em cigarros, chegar à droga foi algo que me surpreendeu. Tudo bem, sabemos que esse papo de poder cigarro e não poder maconha e cocaína e afins já está batido e sabemos que tudo isso é apenas uma determinação imposta pela sociedade em que vivemos. Aceitamos – estamos deixando de – o cigarro, apenas porque o mundo ocidental nos acostumou a aceitar que era algo aceitável. Compreendem, caros leitores?

Mas outras duas coisas me deixaram meio perplexo. Eu consegui ver hoje um episódio inédito de “Sex and the city”, o que é raro, é muito raro mesmo de acontecer. E depois, Samantha Jones não participou em nada do episódio, praticamente. A única coisa que ela fez foi dizer que o carinha com quem Carrie saiu uma vez não servia para ela porque ele ainda morava com a família e ofereceu o dito cujo do celular – ainda com anteninhas, meu Jesus Amado! – para a amiga para romper a relação com o moço. Ela faz uma piadinha e acabou-se o que era doce. Nada mais de Samantha no resto do Sexo e a cidade. A gente ficou muito mal acostumado vendo as participações grandiloqüentes de tão amada e fogosa mulher. (6)

Ah, e acabo de recordar (ou será ver no Google?), o nome do episódio de hoje (meu Deus, quantas vezes eu já escrevi a palavra “episódio”?) era “Recordar é viver”. Hum... Então, podemos interpretar que Carrie Bradshaw na sua juventude transviada já deu uma fumadinha de maconha e que aquilo não era tão novo assim para ela. =P

sexta-feira, 25 de julho de 2008

A cantoria do Pub, a festa na casa, a boneca da idolatrada e a irritação da madrugada

Aqui perto de casa, mais especificamente na frente dela, à direita, tem uma casa com dois cachorros bem grandes. Quando era criança e passava na frente dela, caminhando para o clube, eles sempre me assustavam. Nunca vi cachorros latirem tão alto e tão amedrontadoramente. Mas, agora, alguns anos depois, o problema é outro. Toda noite, ou melhor, madrugada, um dos cachorros começa a berrar. E sempre é no mesmo horário.

Três horas da manhã não é uma boa hora para se começar a latir e uma péssima hora para não se conseguir dormir.

***
Ontem, dia 24, foi a comemoração do aniversário do meu amigo de longa data R. em um pub de Botafogo. Big Ben Pub -http://www.bigbenpub.com.br/ -, na Rua Muniz Barreto, número 374. Lá, às quintas-feiras, tem karaokê. Eu cantei, juntamente com uma caloura da faculdade desse meu amigo aniversariante R., a música dos Beatles "Help!". Um dos dois microfones, para variar, estava quebrado. Então, cantamos em um só. Além de praticamente estar beijando P., a impressão que se tinha - pelo menos a que eu tinha -, era a de que ninguém conseguia me ouvir, que o som da minha voz não era expelido, que eu não estava conseguindo ler a letra da música no papel... que eu estava pagando um belo de um mico leão dourado.

Lá é um lugar simpático, agradável. Barato, até. Apenas R$10,00. Como agora os 10% não são obrigatórios, se você só consumir uma Coca-Cola de praticamente R$3,00 e cantar à pampa no Karaokê... até que a noite vale muito à pena.

O meu amigo aniversariante chamou muita gente. Mas apenas 8 pessoas foram. Cremos que a causa disso foi a morte de um veterano da Faculdade de Letras da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) afogado em uma praia do Nordeste. Toda a faculdade deve ter ficado de luto. Até os que não o conheciam. Ficaram apenas por solidariedade aos amigos do rapaz de verdade. Resumindo a história, apenas uma menina, que nem era ainda da universidade, pois só entrará agora no segundo semestre, foi. Dos amigos de R. de longa data, foram seis. G., C., N., N., A. e F. L. Sei a razão de alguns outros amigos não terem ido. Três amigas, G., A. C. e L. foram viajar ontem para o Chile e só chegam no dia do meu aniversário. A L. achava que o aniversário seria comemorado no fim de semana, não na quinta-feira. As irmãs B. e C. não foram porque iam chegar da academia muito em cima da hora. O D. tinha que resolver uns probleminhas da faculdade. A D. parecia que chegaria atrasada, mas não apareceu. E blá blá blá...

Uma amiga nossa ganhou o prêmio de Mulher Coragem. Ela, juntamente com cinco homens, andou de ônibus às 2h30min! =) Isso, para os homens, é uma bênção. Ou vocês acham o quê?! Nós só andamos de táxi porque estamos acompanhados de mulheres. Senão, andaríamos de ônibus. Vocês preferem pagar R$28,00 de uma viagem ou R$2,10?

O único problema de se andar de ônibus de madrugada, depois da balada, é a demora do mesmo. Mas, com vários amigos no mesmo ponto, a espera fica menos insuportável. Outro problema são os percalços no decorrer do caminho até sua morada. Ontem, aliás, hoje, meu ônibus quase atropela um mendigo bêbado que resolveu atravessar uma rua da Glória em desparada. Depois, dois outros bêbados resolveram entrar no 434 na Praça da Bandeira e não queriam pagar a passagem.

Uma coisa linda.

***
Antes de ontem - ou seria anteontem?, fiz uma reunião aqui em casa para meus amigos. Seria meio que um "bota fora" para G., A. C. e L. Vieram umas 20 pessoas, umas 4 pizzas gigantes, uns 10 refrigerantes, muito música e alegria. Ai Ai...

Como eu amo muito tudo isso!







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Agora, uma boneca da Amy Winehouse.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

To know him is to love him; Este lado do paraíso; Forrest Gump


Música de hoje, de ontem e de sempre: "To know him is to love him", cantado por Amy Winehouse. A música, originalmente, é de Phil Spector, reproduzida por sua primeira banda, os "Teddy Bears". Ficou como número um na Billboard em 1968. O título da música foi alterado pelos Beatles para "To know her is to love her" e retornou como "To know you is to love you". Em 1987, Dolly Parton, Emmylou Harris e Linda Ronstadt fizeram um cover da música, levando a versão para o top do U.S. Hot Country Songs.


Ok, daqui a pouco nem eu vou aguentar mais falar de Amy.


Hum... Não, eu acho que não! xD


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Livro de hoje, de ontem e de sempre: "Este lado do paraíso", primeiro romance de F. Scott Fitzgerald, publicado na década de 1920. "Retrata uma época - a década de 1920 nos Estados Unidos, de prosperidade e modernização - e também um momento de transição na cultura norte-americana: a passagem do ascetismo religioso focado no trabalho para um momento em que se torna possível gozar sem culpa os bens materiais por ele gerados. Amory Blaine, o protagonista do livro, é um jovem com aspirações literárias e obcecado por prestígio social. Não tem compromisso com qualquer esteio de ordem moral e promove a celebração de um egoísmo aristocrático que, ao menos até 1929, encontrou nos EUA terreno fértil para se desenvolver." (http://www.cosacnaify.com.br/loja/detalhes.asp?codigo_produto=367).


Mas, o melhor de tudo foi comprar tal livro por apenas R$5,00. Como se percebe no site acima, o valor normal dele é de R$59,00! Ele foi comprado na Livraria Martins Fontes, Avenida Rio Branco, número 122, Centro. Uma bonita livraria. http://www.martinsfonteseditora.com.br/home.asp


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Filme de hoje, de ontem e de sempre: "Forrest Gump - O contador de histórias", filme de 1994, norte-americano, com Tom Hanks e dirigido por Robert Zemickis. O filme começa com uma pena caindo aos pés de Forrest Gump, sentado numa parada de ônibus em Savannah, na Georgia. Forrest pega a pena e coloca-a dentro de um livro, e então começa a contar a história de sua vida a uma mulher sentada próxima a ele (os ouvintes na parada de ônibus mudam regularmente ao passar da história, cada um mostrando diferentes reações perante a história de Gump, indo da incredulidade e indiferença até profunda admiração).


No total, o filme Forrest Gump recebeu 38 prêmios, além de mais 37 indicações, entre eles:
Oscar 1995 (EUA)

Ganhador de seis prêmios, nas categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator (Tom Hanks), Melhor Roteiro Adaptado, Melhores Efeitos Especiais e Melhor Montagem.
Indicado nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Gary Sinise), Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia, Melhores Efeitos Sonoros, Melhor Maquiagem, Melhor Trilha Sonora Original e Melhor Edição de Som.
Globo de Ouro 1995 (EUA)
Venceu nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Ator.
Indicado nas categorias Melhor Trilha Sonora, Melhor Ator Coadjuvante (Gary Sinise), Melhor Atriz Coadjuvante (Robin Wright) e Melhor Roteiro.
BAFTA 1995 (Reino Unido)
Venceu na categoria de Efeitos Especiais.
Indicado nas categorias de Melhor Ator (Tom Hanks), Melhor Atriz Coadjuvante (Sally Fields), Melhor Edição, Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Fotografia.
Prêmio Saturno 1995 (Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films, EUA)
Venceu na categoria de Melhor Filme de Fantasia e malhor Ator Coadjuvante (Gary Sinise).
Indicado nas categorias de Melhor Ator (Tom Hanks), Melhor Diretor, Melhor Música, Melhores Efeitos Especiais, Melhor Atriz Coadjuvante (Robin Wright Penn) e Melhor Roteiro.
Academia Japonesa de Cinema 1996 (Japão)
Indicado na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.
Screen Actors Guild Awards 1995 (EUA)
Venceu na categoria de Atuação Extraordinária de um Ator em Papel Principal (Tom Hanks).
Indicado nas categorias de Atuação Extraordinária de uma Atriz em Papel Coadjuvante (Sally Field e Robin Wright Penn), Atuação Extraordinária de um Ator em Papel Coadjuvante (Gary Sinise).
Prêmio Eddie 1995 (American Cinema Editors, EUA)
Venceu na categoria de Filme Melhor Editado.

sábado, 19 de julho de 2008

Foi-se a Amada


Morreu hoje, aos 101 anos de idade, Dercy Gonçalves.


Um minuto de silêncio, por favor.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Emporium PAX; Amy e The Zutons

(The Zutons - Banda que canta originalmente "Valerie")


Creio que todos que dão uma olhada no meu blog já perceberam que eu moro no Rio de Janeiro. Então, não preciso ficar aqui dizendo muitas coisas, pois para um bom entendedor, meia palavra basta.

Hoje, aliás, ontem, pois já são 01h16min, fui com meus amigos A. C., F. L. e B. para o Shopping da Gávea. Mas antes, demos uma passeada pela PUC. Enfim, já no Shopping, resolvemos ir ao cinema. No Estação Vivo Gávea estava passando o novo filme do Batman, chamado "Batman - O Cavaleiro das Trevas" (Batman - The Dark Knight). Para nossa infelicidade, os ingressos já tinham acabado e tivemos que decidir o que fazer. Decidimos, então, comer alguma coisa.

Caímos no 1° andar do Shopping, comendo pizza no Emporium PAX -

http://www.emporiumpax.com.br/. Eu, se fosse crítico gastronômico como a Luciana Fróes o é, daria 3 garfos para o local. A pizza é ótima e barata. A massa é fina e crocante. Pena que o catupiry fica muito enjoativo. Será que o problema é do restaurante ou meu mesmo com o catupiry?


***


Aqui vai a relação de músicas de Amy Winehouse lançadas em seus dois últimos CDs. E um protesto: a música "Rehab", óbviamente e sem sombra de dúvidas, pertencente à Amy, não está podendo ser colocada na relação de vídeos do Orkut. Nem ela, nem duas músicas de Duffy. ¬¬''


Coloco aqui as músicas para que as pessoas que não a conhecem (será que esse tipo de gente ainda existe?), possa conhecer ou pelo menos querer. Incentivo, com isso, o download ilegal? Bem... não sei. Creio que, assim, estou divulgando o nome de tão divina cantora. Quando ela vier cantar aqui no Brasil - algo que tenho fé que um dia irá acontecer -, esses seres humanos que a adimiram pelo meu blog e orkut, irão me agredecer. E ela me agradecerá.


"Frank":















"Back to Black":












Edição Britânica e Irlandesa
Addicted http://br.youtube.com/watch?v=kVWNWSTg9QI&feature=related

Edição norte-americana
You Know I'm No Good (participação Ghostface Killah)


Edição Japonesa
Addicted

Close to the Front
Hey Little Rich Girl (participação Zalon and Ade) (Terry Hall, Roderick Byers) http://br.youtube.com/watch?v=mu3XcgI6VOA

Monkey Man (Frederick Hibbert)
Back to Black (The Rumble Strips Remix)

You Know I'm No Good (participação Ghostface Killah)


Disco Bônus Deluxe edition
Valerie (Radio 1's Live Lounge) (Dave McCabe, The Zutons) http://br.youtube.com/watch?v=MkYtU8i1TPk

Cupid (Sam Cooke)
Monkey Man (Toots and The Maytals)

To Know Him Is to Love Him

Hey Little Rich Girl (participação Zalon and Ade) (Roddy Byers)
You're Wondering Now (Clement Dodd)

Some Unholy War (Acoustic)
Love Is a Losing Game (Original Demo)


Edição Alemã Limitada
Rehab (Ao Vivo em Kalkscheune / Berlin)

Love Is a Losing Game (Ao Vivo em Kalkscheune / Berlin)
Tears Dry on Their Own (Ao Vivo em Kalkscheune / Berlin)

Take the Box (Ao Vivo em Kalkscheune / Berlin

Valerie (Ao Vivo em Kalkscheune / Berlin) http://br.youtube.com/watch?v=7CJzMkvJUno

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Moda e Ray-Ban

(Ray-Ban, fundado em 1937, por Bausch & Lomb. Introduzidos na cultura POP pelas Forças Aéreas norte-americanas)

A moda é uma coisa que muda bastante. Minha relação com ela se faz mais presente no que diz respeito aos óculos escuros.


Quando eu tinha uns 12 anos de idade, meu tio C. deixou aqui em minha casa um óculos Ray-Ban legitimíssimo. Era aqueles de aviador. Eu tinha 12 anos em 2002. Além de ser de aviador, ainda tinha aquela cordinha para colocar por detrás do pescoço (descobrir que pescoço, em espanhol, é cuello, foi hilário). Eu, naquela época, já sabia da fama e do status de um Ray-Ban na vida de uma pessoa. Qualquer pessoa.


Criei coragem e, primeiramente, retirei a cordinha dele e fui à luta. Um dia fui para o colégio com ele. Estudei, de 2001 até 2007, ou seja, da minha 5ª série até o meu pré-vestibular (nunca falei 3° ano porque em todo o meu ensino médio me preparei para o vestibular, então, o último ano da escola era ano de vestibular sério, não apenas ano de acabar a escola), no Colégio Santa Mônica, no Cachambi, aqui mesmo no Rio. Isso, claro, sem meus pais saberem. Era um segredo que apenas seria revelado no local do crime, para a surpresa dos colegas e para a minha própria vergonha.


Chegando ao colégio, fiquei no pátio na espera de o sinal tocar para todos subirem os degraus que levariam à sala. Os colegas e amigos começaram a chegar. Isso ocorreu em julho de 2003, nunca me esqueço. As pessoas começaram a me chamar de bezorão e de Reginaldo Rossi. Demorou em torno de 2 anos para o apelido sumir por completo.


Uns 4 anos depois, minha mãe jogou o óculos fora. Creio que ela estava fora de si. Ray-Bans não se jogam fora. Ray-Bans se vendem, no mínimo, por um bom preço. O motivo que ela alegou para tal sandice foi a feiura deles. Depois concluí que é raro minha mãe gostar de alguma roupa ou adereço utilizado por mim. Começou, então, a OP (Operação Resgate). Eu e minha avó L. começamos a catar o óculos. Como minha mãe A. disse que os havia jogado fora e na ocasião ainda não era dia de lixeiro, concluímos o local óbvio em que o óculos deveria estar. Sim, é nojento. Mas por um Ray-Ban tudo pode.


Ele foi achado e lavado. Apesar de tudo, nunca mais foi o mesmo. Ficou meio tortinho e meio arranhado. Eu não guardo rancor de ninguém (ou de quase ninguém). Não gosto de vinganças. E se errar é humano, perdoar é divino. Além disso, era minha mãe. É contra minha índole ficar brigado por muito tempo com mães, senão quem coloca nosso jantarzinho, cafézinho... =(


Um ano depois, em 2008, surgiu a oportunidade de usufruir livre e espontaneamente de outro Ray-Ban. Minha avó L. comprou, há 15 anos, um óculos escuros (de lentes amarelas, na verdade) que, segundo ela jura de pés juntos e amarrados, é Ray-Ban. Um dia fui, com meus amigos do peito, ao Zoológico do Rio de Janeiro, em São Cristóvão. Minha avó disse que estava muito sol, que seria bom usar uma proteção. Coloquei esses tais óculos. Ficou estiloso. Fui para lá. Todos acharam a última sensação do momento. Só para fins comparativos: esse óculos eram até maiores que aquele outro. O utilzo, com certa frequência, até hoje. Minha mãe e meu pai H., claro, não gostaram muito dele. Nem ligo, pois eles foram adolescentes-quase-adultos no início dos anos 1980 e eu sou adolescente-quase-adulto (duas semanas e um dia, que faltam) na segunda metade dos anos 2000. Eu fui um pré-adolescente-adolescente no início dos anos 2000, agora já é outra fase. Isso mostra que a visão de moda deles é completamente oposta a nossa (grandes e lindos jovens).


Admito que há certas coisas que eu usava no passado, que hoje eu nunca mais usaria. Um exemplo, e o mais forte deles, é o cabelo repartido e lambido. Sem comentários e sem fotos, para que vocês não conheçam esse lado negro e obscuro de minha existência.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

As minhas TOPs




















2º) Duffy - Warwick Avenue -














3°) Edith Piaf - Non, je ne regrette rien - http://br.youtube.com/watch?v=Z9eH0nmy0og&feature=related (o vídeo é, na verdade, o filme "Piaf", mas a voz é dela mesmo)





















4°) Aretha Franklin - Don't play that song for me - http://br.youtube.com/watch?v=OAa8vwmeewU















terça-feira, 15 de julho de 2008

Inveja do Fiuza e um início; Os nomes dos filmes; Voltando a postar o que já não era postado tem tempos

Eu tenho inveja do blog do Guilherme Fiuza, jornalista que escreveu o livro que inspirou o filme "Meu nome não é Johnny", estrelado por Selton Mello e Cleo Pires e lançado em janeiro de 2008. Dez posts aparecem na página de abertudo de http://guilhermefiuza.com.br/. O que possui menor número de comentários e o do dia 23 de junho, com 102 comentários.

Por que será? Será que é porque ele não se estende por demais em seus comentários e é sucinto em suas declarações? Ou será que é apenas porque ele ficou conhecido por causa do filme? Não sei, ainda, a resposta.

A revista semanal de informação "Época", divulga seu web site. Na página 14 - pelo menos era essa a da última edição (14 de julho de 2008), fica reservado o espaço para "Epoca.com.br - O site de Época é o lugar na internet para você ficar bem informado durante toda a semana". Na parte inferior de "Epoca.com.br" fica a relação de blogs. "Nosso time de blogueiros traz, diariamente, informações, opiniões e divertimento. Visite http://www.epoca.com.br/ ". Em seguida uma relação de cinco blogs, sendo eles os seguintes: "Bombou na Web - Saiba o que está fazendo sucesso entre os internautas no blog de Renata Leal"; "Blog Animal - Confira as melhores fotos e os vídeos mais interessantes do mundo selvagem"; "Guilherme Fiuza - Informação e muita opinião sobre a atualidade no blog do jornalista"; "Paulo Moreira Leite - O mundo da política diariamente com o diretor da sucursal de Brasília"; e "Faz Caber - A equipe de arte de ÉPOCA publica opções inéditas de capas feitas para a revista". O blog dele bomba tanto por causa disso?

Um dia eu serei muito comentado também, tenho fé no Senhor Deus Todo Poderoso Criador do Céu e da Terra. Já comecei a divulgação. Em meu Orkut http://www.orkut.com.br/Profile.aspx?uid=12643344621791438254 tem lá o endereço daqui e eu faço parte da comunidade "Jornalistas blogueiros": http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=783380. Não sei não, mas ontem eu postei uma historinha e em pouquíssimo tempo depois já tinham colocado um (1), one, uno... comentário.

Creio que já é um início batuta.

***

Artur Xexéo já disse uma vez: os nomes dos filmes brasileiros são feios e estranhos. Como exemplo, usou o "Ó pái, ó", estrelado por Wagner Moura e Lázaro Ramos e dirigido por Monique Gardenberg, na época, em seu lançamento.

Mas, tem outra coisa que me incomoda mais ainda: a tradução dos títulos dos filmes estrangeiros. Por que cargas d'água não traduzem direitinho? Dos que eu me lembro no momento, vou começar com o mais "fraquinho" deles. "Onde os fracos não têm vez" (No country for old men). Qual o motivo para não traduzirem ao pé da letra o título original? Ele ficaria bonito, mesmo em português, oras. "O olho do mal" (The eye). Qual o motivo para não traduzirem "O olho"?! Para finalizar, me recordo de um outro, "Resgate abaixo de zero" (Eight below). Sem comentários. Essas coisas podem alterar o sentido original do filme, sei lá... Se eu fosse diretor de cinema - o que ainda possui uma remota chance de acontecer, afinal de contas faço Comunicação Social, e Cinema é uma de suas habilidade, assim como Jornalismo e Publicidade - não deixaria que colocassem mais palavras no meu belo título. Se meu filme se chamasse "A mulher", em inglês seria "The woman", em espanhol "La mujer", em francês "Le femme"... e assim por diante. Os exemplos de filmes que eu posso ter dado até podem ser meio bobos, mas foram os mais relevantes que me lembrei no momento. Esse lance de traduções vale também para os livros e afins.

***

Como não faço há muito tempo, vou colocar aqui a música do dia! =)"Mercy", da cantora Duffy. Algumas línguas dizem que ela pode ser a substituta de Amy Winehouse, quando ela morrer (bate na madeira três vezes).

http://br.youtube.com/watch?v=KE2orthS3TQ

segunda-feira, 14 de julho de 2008

"A vida da morte"

Arcádia Gonzáles pariu Vovó em um dia chuvoso de abril. Não era muito comum tal fenômeno meteorológico em tal mês. Naquela cidade esquecida por Deus e pelo Diabo, se chove é por sorte, muita sorte. A população acreditava piamente que se o rebento nascesse em dia de sol, teria sua saliência para fora e se nascesse em dia de águas, teria sua saliência voltada para dentro. É por isso que existiam tantos machos em um espaço tão restrito. Difícil perceber que aquilo era uma cidade. Se fosse constituída de quatro avenidas principais, oito ruas de menor importância e umas duas praças, era muito. Mas já bastavam para encher de satisfação e alegria os moribundos semi-analfabetos e completamente desprovidos de senso crítico. O lazer se constituía em escutar ao rádio sintonizado na Estação Central todos os dias santos e não santos, às vinte horas. Cinema ninguém sabia que tinham inventado. As missas de domingo eram obrigatórias para todos, sendo que as viúvas se enfurnavam cotidianamente no local escurecido e repleto de imagens divinas trazidas pelos Zulus em séculos passados. Elas oravam por seus maridos ou amantes, esperando que não os castigassem pelos pecados cometidos em vida. Como poucos sabiam ler, poucos livros eram lidos por esses poucos. Vila Boa, definitivamente, era uma aldeia feita por fanáticos religiosos, por pessoas que perceberam que os ventos uivantes vindos do sul enlouqueciam os que por muitos já eram considerados birutas e, por fim, por homens mal cheirosos que gostavam mais do laboro do que de casa, de mulheres reprimidas que só sabiam dar à luz, rezar e lavar a louça, de crianças que brincavam com as vacas e os porcos e por adolescentes cheios de tesão retido.
Ninguém desejou boa hora para Arcádia Gonzáles. Santa Gorete fizera chover e, em conseqüência do fato, todos estavam assentados em seus respectivos quintais observando o milagre espetaculoso. Além de fazer crescer mais rapidamente as árvores, esse acontecimento faz com que as abelhas amarelas acendam seus traseiros com mais força, sendo as estradas melhor iluminadas e não deixando que os viajantes se percam pelos tortuosos caminhos que levam até a Capela de San Martin de Allegros. Um dos que estavam estarrecidos diante do dilúvio era o progenitor de Vovó. Benito Prestes nem se deu conta dos berros doloridos de sua esposa que, notando a ausência do bem amado, aceitou a idéia de ter que ter a filha sem ter ao seu lado quem sempre quis. Andou cambaleante até sua cama de jacarandá comprada em sua lua-de-mel e trazida até sua casa pelos escravos bicentenários que um dia foram pertences de seus bisavós maternos. O tempo como seu inimigo, não se preocupou com alguns detalhes que jamais passariam despercebidos por gestantes mais atenciosas. Abriu as pernas e pediu para que continuasse viva depois daqueles minutos intermináveis. Saiu. Se chorou, Jesus a calou. As duas, tanto uma quanto outra. Pois eram fortes. Todas as mulheres daquela família o eram. Fortes por fora e, por vezes, nem tanto por dentro. Mas isso não vem, não vinha e nunca virá ao caso. O que importava mesmo é que as moças daquela prole conseguiram passar por tudo nessa vida cuspida por algum ingrato.
Benito Prestes sempre freqüentou os bailes promovidos no Quartel General de Figueiroa. Arcádia Gonzáles nunca foi muito adepta aos festejos. Ele aprendeu com os amigos o real significado da diversão. Ela foi ensinada pelas freiras ortodoxas da Igreja Católica que ler a cartilha sempre antes de todas as refeições e antes de dormir era fundamental. O dia em que se conheceram era de comemoração. E as comemorações na cidade eram concebidas na Igreja de Nossa Senhora dos Lamentos ou no Quartel General de Figueiroa. As espirituais na primeira e as carnais no segundo. Como bailes não são muito bem vistos por padres nem freiras, eram realizados sempre aos sábados no Quartel. No baile em que se conheceram, seria eleita a pessoa que viveria por mais anos dentre todos os presentes. Dádiva única dada para a mulher, preferencialmente, mais bela dentre todas. A premiação se realizava em um espaço em média de cento e vinte anos, pois é a expectativa de vida das mulheres anteriormente condecoradas. E uma senhora só pode colocar a Coroa da Centenária quando a antiga dona sucumbir. Para se chegar ao Quartel era difícil. Isso por causa da densa Floresta de Eucaliptos, que mata sem piedade os desejos de plantio de qualquer outra forma vegetal e também pelas montanhas desproporcionais ao tamanho dos habitantes daquela delimitação territorial. Altas e cobertas de gelo durante metade do ano. Nasceram muito depois da construção de uma das melhores rodovias do país. Chamar-se-ia Rodovia Calcaso, mas o terremoto que assolou o estado durante três dias consecutivos, fez com que surgisse, bem no meio desta, uma das maiores montanhas vistas pelos homens de então. Esses dois fatores citados anteriormente se transformavam em empecilho para a passagem de indivíduos para o local das festividades carnais. Benito Prestes, com seu espírito aventureiro e a falta de moedas de ouro no bolso, juntamente com seu grande companheiro Pepe Legrel, percorreram de pés dez quilômetros, até chegarem, depois de algum esforço, ao Quartel. Já Arcádia Gonzáles decidiu-se a não sair de casa. Preferia muito mais praticar a rotina rotineira do que arriscar-se por entre matas e pedras grandes para chegar a uma bobagem de entrega da Coroa de Não Sei O Quê. Depois de tudo, nunca se achou bela, então, não via coerência em ficar deslumbrando a beleza alheia, em decadência da própria. Mas, por insistência das dez irmãs que possuía, cedeu.
Benito Prestes chega com Pepe Legrel a “Festa da Premiação da Centenária”. Chegaram bem antes de todos. Para o ócio não tomar conta de seus corpos e mentes, resolveram caminhar por entre os soldados que lá estavam de serviço, para espairecer um pouco. Como não tinham relógio nem sabiam muito bem os números, noção nenhuma havia da parte deles do horário de início da grande premiação. Sabiam apenas do dia em que seria realizada. Ainda do outro lado de Vila Boa, Arcádia Gonzáles e outras dez Gonzáles iam de carroça, puxada por quatro jegues cor de mel, acabados e com as patas calejadas de tanto caminhar. Quando conseguiram chegar, viram todas aquelas pessoas que sempre viam. Todas aquelas pessoas que sempre souberam o nome. Todas aquelas pessoas que sempre... sempre era a mesma coisa. Arcádia Gonzáles, repentinamente, sem nenhum aviso prévio, sentiu-se estafada da vida. Cansou-se daquela vida que vivia tão igualitariamente há dezessete anos. Parou, deixou as irmãs continuarem o caminho para o centro da multidão de meia dúzia de quatro e respirou fundo. Dar um escândalo, não daria, porque isso não é coisa que se faz. Simplesmente olhou pra trás e quis que sua vida fosse um pouquinho oposta do que era. Refletiu. Flutuou até a barraca em que se vendia água benta e pediu um copo. Lá se vendia e se comprava de tudo. A vendedora charlatã, dona da birosca, quando se viu desempregada, foi até o lavabo de sua residência e abriu a torneira. Pegou uma garrafa de plástico e colocou toda a água dentro. E com uma caneta escreveu em letras ruins: “Água benta do Rio Jordão’’. Nunca mais precisou pedir dinheiro emprestado para terceiros. Depois de comprar a suposta água benta, Arcádia Gonzáles foi até o banheiro público, que fica afastado do meio do povo. Segurando o copo com toda a força que possuía em suas grossas mãos, tomou. Beber a água seria mais eficaz do que jogá-la na testa. Assim, a súplica subiria mais veloz ao céu e chegaria com mais nitidez aos ouvidos do Senhor. Engoliu tudo. Pediu outra vida. Pediu mais amor. Pediu mais beleza. Pediu mais furor. Pediu mais, mais, mais, cada vez mais.
Benito Prestes não imaginava que se lembraria daquele dia como o último em que veria os oficiais do exército com bons olhos. Ele e seu amigo cansaram-se de tanto nadar por aquele mar de uniformizados e resolveram voltar para onde já deveriam estar concentradas as pessoas. Logo que se aproximaram, os indivíduos começaram a berrar como se fossem leões famintos, sedentos por carne fresca. Pepe Legrel disse para Benito Prestes que os portões haviam sido abertos e que os comes e bebes começaria logo. Pois, como sempre se foi de costume, comia-se e bebia-se muito, apesar da miséria de grande parte das famílias. E sempre há motivos para se comemorar e comer, não necessariamente nessa ordem. A ordem seria esta: comer e beber, depois iriam todos aos seus respectivos assentos, para desfrutarem da semi-sesta. E por último, depois de meia hora de descanso, assistiriam ao desfile das pré-candidatas, escolhidas a dedo pelo locutor da Estação Central. No fim das contas, resumindo-se os acontecimentos, Herundina Gonzáles, irmã mais velha de Arcádia Gonzáles, ganhou o grande troféu. Seria destinada a viver por, no mínimo, mais cem anos, em razão de que já tinha vinte e seis de idade. Depois que todos se retiraram do Salão, seguiram para fora. Várias eram as atrações no pátio. Barracas de beijo por duas moedinhas, maçãs adocicadas, gordas mulheres barbadas, elefantes amigos de ratos. Para se divertir tinha que se gastar, mas Pepe Legrel era primo de sexto grau de uma alta patente do Exército Vermelho. Então, nem Pepe Legrel nem Benito Prestes teriam que se incomodar. Era a última barraca da última fileira de barracas. Vendiam-se fogos de artifício que se mirados corretamente para a pessoa amada, essa se apaixonaria perdidamente. Benito Prestes correu por muitas mulheres durante seus parcos dezoito anos. Nenhuma o interessou por mais que duas horas. Pepe Legrel nem isso. Virgem sempre foi e amar não estava ao seu alcance, segundo ele mesmo sempre frisou. Como era tudo regalia, Benito Prestes quis aproveitar tudo até a última gota.
Os fogos foram comprados e lançados o mais rapidamente possível. Afastaram todas as pessoas que se encontravam por perto e esperaram sorte para que o objeto alcançasse certamente a mulher que sempre olhou, mas nunca se aproximou. Arcádia González foi a imagem mais lúdica e sexualmente atraente que já chegou a seus olhos. Mas nunca foi mais que isso, nunca chegou mais perto, nunca se declarou de fato. Não via como possível amar uma pessoa que apenas havia olhado. Apesar de tudo, isso foi há tempos atrás. Agora, vendo a oportunidade que sempre sonhara, não a deixou ultrapassar seus dedos. Em menos de duas horas, Arcádia Gonzáles tornou-se Arcádia Gonzáles Prestes. Casaram-se longe dali. Isso porque o pai de Arcádia Gonzáles não poderia saber, pelo menos por enquanto, do matrimônio. Ele achava a filha muito nova para casar, queria que ela se enrolasse com uma pessoa que ele mesmo escolhesse e era homem não entrável na casa da família de Benito Prestes. Se unir a alguém foi uma forma de resposta para a água benta tomada por Arcádia Gonzáles. Porque se unindo àquele homem que um dia olhou e se apaixonou, poderia ser livre das irmãs e do pai que tanto a oprimia. Para Benito Prestes, casar significaria usufruir do atributo que Deus dá para toda homem quando nasce: sustentar uma mulher e, posteriormente, um filho.
Na festa ficaram a irmã de Arcádia Gonzáles, escolhida para viver praticamente para sempre, e Pepe Legrel. Ninguém consegue explicar ao certo porque ela se chegou a ele nem porque ele se chegou a ela. O fato é que os dois resolveram ficar juntos. Ela sabia que ele tinha tuberculose, doença adquirida quando foi retirar leite de uma vaca possuidora da mesma doença, e que não viveria por mais do que dez, quinze e anos. Ou seja, ficaria viúva por muito tempo. Foram morar ao lado do rio Serpa. Quando Arcádia Gonzáles e Benito Prestes regressaram da lua-de-mel, foram dormir em um quartinho perto da cozinha de Pepe Legrel e Herundina Gonzáles. O pai das duas morreu pouco tempo depois da “Festa da Premiação da Centenária”, então nem brigou muito com o casal por causa da união. De passageira, a estada do casal se fez permanente na casa alheia. E isso não foi problema para os donos da residência. Casa cheia, festa sempre. A casa passou a ser de todos os quatro.
Herundina Gonzáles Legrel se viu incapacitada de pegar barriga. Tinha um problema com os ovários, causado pela grande e contínua exposição ao frio da região em que moravam. Para sua revolta e inveja, sua irmã era mais fértil que cadela no cio. A primeira gravidez foi de Vovó Prestes Gonzáles.
O tempo foi passando e Vovó ficou mais e mais bela e sedutora. Os homens, os meninos e até as meninas e mulheres não conseguiam não olhá-la. Era um torpor. Quando de seu aniversário de quinze anos, o Exército Vermelho resolveu fincar pés próximo ao rio Serpa, local estratégico par a luta armada entre o Exército Vermelho e o Exército Amarelo, respectivamente de esquerda e de direta politicamente. Tal conflito foi causado por causa de uma questão familiar muito pouco esclarecida pelos periódicos do país e alcançou proporções nunca antes previstas. Uma guerra civil se fez presente e teimava em estar a complicar a vida e rotina das pessoas. A idade mínima para se entrar no serviço militar era de dezesseis anos e a máxima de vinte e quatro. Então, os varões que lá trabalhavam eram os dos mais bem apessoados para as vistas femininas. Lá havia um homem conhecido com Asdrúbal Trombone. Ele, no momento em que se retirara do local de trabalho e fora à feira de peixes comprar mantimentos para a alimentação da tropa, vira Vovó sair de sua casa. No momento, viu borboletas chegarem perto dele e o levantarem até o céu. Sensação semelhante, tinha certeza, nunca mais haveria de sentir igual. Era por aquela jovem, então, que lutaria e ganharia a guerra. Não tardou para começaram a trocar correspondências. Nelas, ele não se envergonhava em expor o motivo pelo qual guerreava: ela. Iria até as últimas conseqüências, apenas por ela. Vovó criou também um sentimento por ele, e se martirizava cotidianamente por ser a causa de tanto cansaço em um pobre rapaz.
A Guerra Civil Latinera durou quinze anos. Acabou logo um dia após a morte de Pepe Legrel, tubérculo convicto. Asdrúbal Trombone ainda não tinha dado um beijo em Vovó Prestes Gonzáles. Apenas as letras unia-os. Demóstenes Josino, comandante-em-chefe do Exército Vermelho, deu a triste notícia para Vovó, e apenas para ela, pois ninguém da estirpe, em quinze anos, soube da troca de confidências amorosas entres os dois seres humanos. Asdrúbal Trombone morrera em batalha, não um dia antes de a guerra terminar, como Pepe Legrel, mas sim no antepenúltimo dia. Ela aprendera com a tia e a mãe a ser uma mulher forte, pois assim eram todas as mulheres Gonzalesas. E, por isso mesmo, viu-se obrigada ao suicídio. Por ser tão determinada e teimosa, definiu em sua mente que se não conseguira trocar um beijo entre Asdrúbal Trombone em vida, que fosse, então, na morte. Pegou o cadarço do sapato mais novo, o amarrou no lustre e pronto. Antes deixou uma carta para os pais. Foi aí que se teve início o ódio de Benito Prestes pelo Exército. Com a morte da filha e a vitória do Exército Vermelho, viu-se tomado de ódio por todo o corpo. Decidiu-se a tomar uma atitude. Sozinho, se encaminhou para a sede do Exército e declarou nova guerra. Ao contrário da outra, que durou por volta de quinze anos, esta durou quinze minutos. Sucumbiu em dois tempos. Um sargento desavisado se incomodou com a berraria ministrada pelo homem, que atrapalhava seu almoço. Um tiro de fuzil e pronto. O serviço estava feito.
Herundina Gonzáles e Arcádia Gonzáles estavam sós. Arcádia Gonzáles não durou muito. Tomada por uma depressão profunda, ascendeu aos céus por inanição. Para não se ver completamente sem companhia por pelo menos mais noventa anos, Herundina Gonzáles deixou o corpo da irmã ali, bem ao seu lado na mesa de jantar, para que com isso pudesse ter alguém com quem conversar. As suas outras irmãs a abandonaram depois de ter ganhado a vida longa, tempos atrás, por causa do ódio e inveja. Elas não conseguiram digerir a altivez que assolou Herundina Gonzáles. Apenas Arcádia Gonzáles conseguiu conviver com a irmã, por causa da boa vida gerada pela água benta, insuficiente para suportar a perda do marido e da filha.
A mulher chegou aos cento e vinte anos de idade. Durou exatamente o que previa. Morreu literalmente sozinha. Todos os outros da cidade não existiam mais.Viu de perto a solidão dos dias. Achou um alento morrer. Arrependera-se das coisas do passado e via um futuro promissor no reino de Deus Todo Poderoso. Sua vida não fizera muito sentido e não possui muita linearidade. Não lera livros, nunca fora ao cinema, rádio escutou pouco. Mas morreu como todos os outros. E foi para o mesmo lugar. Pelo menos fora o que esperava. Ao primeiro minuto de morta, não viu nada semelhante a um céu azul, com nuvens, nem seus familiares mortos. Estava em um lugar preto. Preto e sem ninguém por perto.
Escutou, ao longe, apenas uma voz: “A morte é assim. Conforme-se. Vivemos sozinhos e continuamos, ao morrer, sozinhos.”

Coisas sobre a Flip 2008


Flip 2008 (Festa ou Feira - uma coisa que eu nunca descobrirei ao certo - Literária de Paraty).

05/07/2008





Pessoas legais, lugares bonitos, livros relativamente baratos, restaurantes deliciosos, tombos da minha avó, milhares de sacolas para carregar, 2 horas e alguma coisa de viagem de Angra dos Reis até Paraty.


Pessoas famosas foram vistas, como Edney Silvestre, Leilane Neubarth, Rosamaria Murtinho, um escritor lá dando autógrafos que agora eu não me recordo o nome (ah, era o Neil Gaiman, autor de "Coisas frágeis"); meninas dando abraços grátis, cachorros se amando...

domingo, 13 de julho de 2008

Pantaléon e as visitadoras


Mario Vargas Llosa (1936-) escreveu o livro "Pantaleón e as visitadoras" (Pantaleón y las visitadoras) em 1973. O livro, inicialmente, causa um certo estranhamento. Isso é causado pois ele intercala os diálogos. Ou seja, há o travessão e a fala de uma personagem em sua casa; logo em seguida, vemos um outro travessão e a vez fica com uma outra persongem fixada em um navio. Conclui-se, assim, a falta de "linearidade" na narrativa de Vargas Llosa. Depois da terceira página do primeiro capítulo, já se consegue digerir melhor essa forma como o escritor encontrou de transmitir sua mensagem. Nos capítulos seguintes vê-se a dedicação de páginas para a reprodução de cartas trocadas por irmãs e por mensagens oficiais trocadas pelos membros do Exército peruano.


Analisando o livro, encontra-se uma delação da hipocrisia do Exército, em vista que "visitadoras" é apenas um eufemismo para "prostitutas". Para o leitor que ainda não leu a obra do peruano, segue um breve resumo do livro em questão: "Pantaleón Pantoja tem um senso de disciplina tão profundo que é encarregado pelo Exército peruano de organizar um bordel itinerante. Sua missão é reduzir as taxas de estupro nas zonas militarizadas, oferecendo prostitutas aos soldados. Em cartas enviadas a seus superiores, ele relata o seu sucesso e os testes que faz pessoalmente com as visitadoras. Tudo vai bem até ele se apaixonar pela mais bela das prostitutas." (Biblioteca Folha). A hipocrisia é vista porque a sociedade civil não pode saber do que está ocorrendo nas entranhas do Exército. Para se dizer a verdade, nem certas pessoas de dentro da instituição têm conhecimento da operação. Contribuindo para se perceber o tom denuncista dos relatos e a irritação causado pelo livro em seu país quando do lançamento, ele chegou a ser censurado.


Agora partamos para minha visão pessoal do livro. Eu o achei, de certa forma, não muito bom. Entendo que ele possui grandes méritos, como essa esperta intercalação de falas - saindo um pouco do lugar comum -, a descrição da vida subhumana das "lavadeiras" e prostitutas de casas de sexo, um jornalista calhorda e a própria causa do corpo militar. Mas, cruamente, é apenas isso. O livro não ultrapassa certas barreiras. Não chega à uma grande introspecção pscicológica. Fica apenas suscetível aos acontecimentos e os repassa ao leitor. Segundo certos críticos, "neste romance, Mario Vargas Llosa exibe mais uma vez a sua fantástica capacidade de contar histórias que têm ao mesmo tempo um pé bem plantado na realidade, e o outro, no delírio." Sim, é verdade. Mas, nem por isso, ele deixa de, por vezes, ser meio arrastado.


Apesar de tudo, uma leitura é sempre uma leitura e sempre nos faz refletir. Não é que eu tenha odiado o livro, mas já li melhores. Acho que é porque há poucos acontecimentos que mudam o rumo da história - Pantaleón e a mulher, ela não sabe o que ele faz no exército; depois ele se envolve com uma prostitua, sua mulher descobre com o que ele trabalha; ela se separa dele; a instituição vai bem, chegando ao seu ápice; outra coisa acontece que muda um pouco as coisas, mas não conto porque senão as pessoas não vão ler mais o livro - e também porque existem poucas personagens (não relacionem isso apenas às mulheres, "a personagem" pode ser homem ou mulher - pequena referência à Óh Toda Poderosa Dilma Melo). Fiquei muito mal acostumado com Gabriel García Márquez (1927-) em "Cem anos de solidão" (Cien años de soledad), lançado em 1967. Esse sim escreveu sua obra com muitas personagens, muita história e sim, um verdadeiro e digno realismo fantástico.

Como fazer para intitular um texto quando se está sem a mínima criatividade e com toda a pressa?

Hoje deve ser um dia atípico. Hoje é domingo, o que contribui para o dia ser atípico. Segundo o senhor Horóscopo, o signo de Leão (não por acaso, o meu) possui o domingo como dia predileto. Pode até ser. Quando há almoços de família e se está de férias, domingos são bem divertidos. Isso apenas porque eles não são considerados, por essa época, o fim do descanço para o começo da labuta. Mas, mesmo nas férias, quando não existem reuniões familiares, o dia santo para a religião é meio enfadonho. Na televisão, o Fausto Silva, o "Domingo Legal", os jogos de futebol, simplesmente reinam. Mesmo assim, parando para pensar agora, até que sou um felizardo. Eu possuo família, o que aumenta a propabilidade de haver uma reuniãozinha no domingo; eu estou de férias, o que não faz a musiquinha do fim do "Fantástico" me deprimir; e, principalmente, eu tenho tv a cabo, onde eu posso me chafurdar nas séries e filmes que tanta amo. Em contrapartida, ao identificar uma nivelação baixíssima da qualidade televisiva e afins, posso ir para o livro. Olha que coisa brilhante?! Sendo que o livro também pode não ser bom. Não é porque a pessoa escreveu um livro que ela se torna intelectual e o livro se faz automaticamente interessante e produtivo para a vida de alguém. Então, estou em uma cilada? Creio que ainda não, pois ainda existe o meu blog e o meu Microsoft Word, que são válvulas para a minha criatividade. E que ninguém me critique, porque tudo o que eu escrevo é de muita qualidade. Pelo menos para mim.

Voltando ao início, vou explicitar o motivo para eu ter escrito a primeira frase: é porque eu escrevi duas vezes no mesmo dia no meu blog. Não é legal?! Eu, pelo menos, acho que é. Para um blog que possui 20 posts - com esse, 21 - e tem 5 comentários, escrever duas vezes em um mesmo dia pode ser considerado murro em ponta de faca. Mas não. É apenas paixão pela escrita e a crença de que um dia mais alguém irá lê-lo. Apenas para dados estatísticos, meu blog, desde fevereiro de 2008, foi visualizado 73 vezes. Ou seja, vamos para as estatísticas, que dão um maior impacto para matéria jornalística e que aqui irão mostrar para vocês a realidade disfarçada: em média, com 5 meses de existência, meu blog recebeu um comentário a cada mês; 14,6 visitas a cada mês (espero que eles não contem com as minhas próprias); e um comentário a cada 4 postagens.





No primeiro parágrafo, eu escrevi a palavra "cilada". Por falar na dita cuja, lembram-se daquele sitcom do Bruno Mazzeo, filho do Chico Anísio, que, segundo a "Wikipédia", é um programa que "mostra situações do dia-a-dia que podem se transformar em situações problemáticas", transmitido pelo Multishow? Pois então, vai virar filme. O sitcom começou a ser exibido em 18 de novembro de 2005 e acabou dois anos depois, em 23 de novembro de 2007, na sua 4ª temporada. Não se tem data certa para o lançamento do longa-metragem, o que pode ocorrer provavelmente ano que vêm. Por enquanto, o Multishow começou a reprisar "Cilada". Desde 12 de julho, ou seja, ontem, sábado, às 21h45min, teve início a reprise, com o episódio "Barzinho". As "reprises das reprises" serão transmitidas nos seguintes horários: domingo, às 16h00min e 23h15min; terça, às 9h00min e 17h30min; sexta às 14h00min; e às 6h00min do sábado seguinte.



Gostaria de ficar mais por aqui, mas agora tenho que ir. Duas amigas minhas fazem aniversário hoje e iremos comemorar no "Buxixo", um bar que fica na Avenida Maracanã, inaugurado em 2001. Possui dois andares; o bar fica no primeiro e a música ao vivo, no de cima (o 2° é proibido para menores de 18 ¬¬'').

Amy, Rock e Madonna

Amy Winehouse está se mostrando - pelo menos para mim -, mais sólida em suas apresentações mundo afora. Acredito que se ficar assim, ela pode continuar por mais algum tempo entre nós.
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Rock'n'Rio, para nós cariocas, só em 2014. Mas, como já se sabe, estamos tendo o Rck'n'Rio para Portugal, Espanha... e, em 2010, Rock'n'Rio São Paulo!
Sinceramente, o Rio de Janeiro deveria ganhar royalties em cima desses shows.
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Madonna no Rio dias 13 e 14 de dezembro de 2008.
Alguém precisa de mais alguma coisa nessa vida de meu Deus?!

terça-feira, 8 de julho de 2008

A dúvida dolorosa

Quando as pessoas entram de férias, elas podem passar por certos problemas existenciais. Bem, não tenho certeza absoluta, nem pesquisas concretas para embasar minhas especulações, mas eu, sim, possuo crises existenciais nesse período considerado sabático. E o pior é que férias de estudante demora muito mais que as de trabalhador. Mas o pior mesmo é que trabalhador pode se esforçar um caralhão de vezes menos que nós e ainda por cima são remunerados. Nós nos ferramos de ler, estudar e tal; não ganhamos para isso - quem estuda em faculdade ou colégio particular gasta dinheiro e não recebe nada; já quem está em uma universidade ou escola pública não precisa pagar, mas também não ganha um tostão com a labuta.
Nas férias, antes do colégio, não entrava muito em paranóia. Isso porque não tinha muito para onde fugir: se eu passasse de ano direitinho, ia para o ano seguinte e pronto. Agora, na universidade, as coisas são um pouco diferentes. Eu escolhi estudar o que estou estudando. Ou seja, não tenho mais matemática, física e química para me estressar e irritar. Apesar de tudo, isso não significa que eu não me mate de estudar em Comunicação Social, ao contrário do que muita gente acredita. Tem sempre aquela disciplina que nos pega de jeito. A minha no primeiro período foi História do pensamento. Bem, isso é só um nome mais bonitinho para a simples Filosofia. Não é que meu professor fosse ruim, o caso é que na primeira prova eu tirei 8.0 e me senti a pessoa mais inteligente da face da Terra; depois, tirei 4.0 na segunda e me vi uma merda e quis colocar a culpa na falta de tempo do término do período letivo e na história de não precisar me preocupar pois já precisava tirar pouco para passar. Agora, me consolo jurando para mim, de pés juntos, que um jornalista não necessita de Platão, Aristóteles, Galileu Galilei e Kant para se tornar um bom profissional de geral, internacional, política, econonima, literatura e coisas afins.
Já fugi muito da questão principal e me sinto na obrigação de relatar para meus queridos leitores (creio que apenas 2, diferentemente dos 17 do Artur Xexéo). Eu tirei uma nota que, para mim, é medíocre na matéria que eu mais gostava. Fiquei com 6.5 na segunda prova de Introdução ao jornalismo. No fim, acabei com a média 6.8 na matéria. O pior é que no segundo semestre eu vou começar Letras Português Literaturas na Uerj e não sei se vou conseguir aguentar a barra das dois cursos simultânes e pior, não sei vou ser um bom jornalista. Isso tem um nome: paranóia da minha cabeça, eu sei. Mas, o que podemos fazer, né... Não podemos fugir dos nossos medos dessa maneira, temos que encará-los com força e coragem.
Eu quero mesmo é unir o útil ao agradável: me formar jornalista e saber de literatura. Poderia, assim, já com 22 ou 24 anos, ser um jornalista "especializado" em literatura brasileira e portuguesa. Porque o maior problema de um jornalista, para mim, é saber de tudo um pouco, mas no fim das contas não saber de nada.
Ai, vida cruel. Afasta de mim esse cálice de vinho tinto de sangue.
Nessas férias, ficar lendo "Pantaleón e as visitadoras", de Mário Vargas Llosa, quatro "piauís", comprar "Crime e castigo", de Fiódor Dostoiévski, "A morte de Ivan Ilitch", de Leon Tolstói e "Dom Casmurro", de Machado de Assis, até que está acalentando o meu desespero. Mas não sei se essas estratagemas conseguirão sufocar minhas angústias.
Acho que tenho mesmo é que escrever um livro.
Ir na Flip (Feira Literária de Paraty) e, principalmente, passar ao lado da Sala de imprensa do local, já fizeram essas férias valerem a pena, a caneta, o lápis... a vida.