terça-feira, 31 de março de 2009

A América, o outono e a Península Ibérica


Eu não sei qual a razão das pessoas insistirem em chamar os Estados Unidos da Amérida do Norte de, apenas, América.


Pelo que eu aprendi nas aulas de Estudos Sociais, lá pela segunda metade dos anos 1990, com as professorinhas primárias velhinhas, América se constitiu por todo o continente americano, englobando a América do Norte, a América Central e a América do Sul. Ou seja, um brasileiro é tanto americano quanto um mexicano quanto um canadense quanto mais países do continente você quiser.


Outra coisa: chamar as pessoas que nasceram nos Estados Unidos de "norte-americanas". Pelo que eu aprendi nas aulas de Estudos Sociais, lá pela segunda metade dos anos 1990, com as professorinhas primárias velhinhas, América do Norte integra o Canadá, os Estados Unidos e o México. Sendo que o Alasca, comprado pelos EUA da Rússia e o Hawai, fazem também parte do território oficial estadunidense.


A gente nem pode culpar tanto a população. Na escola podem até ter mencionado estes fatos, mas a maioria dos professores dirige-se aos EUA e sua população como americanos ou norte-americanos. E, por sua vez, os professores devem falar por estes termos por causa da imprensa, que também os alcunha. E, por sua outra vez, a imprensa teve seus próprios professores.


Portanto, a culpa é de todos. Vamos fundar o movimento: "Eu também sou americano". Eles lá de cima não detém a patente do termo. Assim como deveríamos também fundar o "Eles também são norte-americanos".


Enfim... No fim das contas, é até complicado. "Estadunidense" é meio complicado mesmo.


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O Artur Xexéo mostrou, em suas colunas do mês que está acabando, no jornal "O Globo", sua paixão pela estação do ano em que vivemos. Até que concordo com ele. É bom não ficar sofrendo naquele inferno na terra, com milhares de banhos e suores ininterrúpitos. Agora estamos vivendo um dia com clima quente, mas não tanto, e tardes com noites com uma chuvinha aqui, outra ali, e um tempinho de friozinho legal.


Eu nunca vi o filme "Outono em Nova York", por achar que deveria ser extremamente piegas. Mas até que agora eu posso parar para dar uma espiadinha. O tempo está inspirando-me.


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Eu não viajo com minha família desde 2002. A última viagem que fizemos foi para Portugal e Espanha, sendo a saída do Rio no dia 29 de dezembro de 2001 e a volta para a cidade em 20 de janeiro de 2002. Tenho algumas boas lembranças da viagem, mas depois disso o máximo que eu e minha família, juntos, fizemos, foi dar uma passeada e ficarmos infurnados, praticamente, na casa de uma prima de minha avó em Cabo Frio ou algum réveillon ou outro na casa do pai da mulher do meu tio em Teresópolis.


Sem meus parentes fiz algumas viagens regulares para Aparecida do Norte, em SP (sim, religiosa; eram de apenas um dia e todos os anos por questões de promessa). Outras vezes fui com minha avó paterna para Angra dos Reis, onde alguns outros parentes moram. Mas quando íamos para Angra, nunca demos uns passeios pelas ilhas. No máximo, fomos uma vez para a Praia das Gordas. A última aventura que tive foi um carnaval com amigos em Iguabinha, com incursões em Iguaba Grande e Cabo Frio.


Estou começando a sentir inveja do Orkut dos outros, onde vemos grandes mochilões pela Europa e América.


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Na Europa vivenciei a entrada em vigor do Euro em Portugal. Meu réveillon de 2001 para 2002 foi passado na cidade do Porto e lá recebemos um pacotinho com amêndoas ou o que o valha e uma moeda de um ero. Mas tudo isso por um precinho em Escudos.


Lá vi pela primeira vez um Big Brother. E foi bem uma final. Eles lá o fazem no fim do ano, diferente de aqui, que é no começo, como devemos estar percebendo. (Aliás, vocês concordam comigo que a Ana Carolina é muito chata, né? Apesar de tudo, aparentemente ela deve ganhar)


Em Póvoa de Varzim, cidade natal de Eça de Queiróz, no norte de Portugal, onde meus tios viviam, acabei de ler o quarto livro da coleção de J.K. Rolling, "Harry Potter". Era "Harry Potter e o cálice de fogo". Meu Deus, como era frio ler aquele livro do lado de fora do apartamento.


Mesmo tento toda a minha família por parte de pai na Espanha, mais especificamente Galícia, passamos lá apenas 6 dias. De 8 de janeiro até 13 de janeiro de 2002.


Ai Ai... Bons tempos aqueles.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Post que não será comentado

E aí, fazer o quê quando não se tem nada para se fazer ou, até mesmo, dizer?

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Pensem bastante antes de ir ao Alto Lapa, na Avenida Mem de Sá, número 25, na Lapa, perto da Pizzaria Guanabara. Lá é pequeno, apertado, chega uma hora em que o clime é completamente Via Show... Mas o bom mesmo é ir com amigos para lá e acabar às 3h30min na Pizzaria Guanabara comendo uma boa pizza.

Além do mais, voltar para casa às 5h00min, de ônibus, sendo ele lotado por bêbados e bêbadas... Não tem preço.

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O meu livro está progredindo. Espero que até o fim do ano eu consiga acabá-lo, definitivamente. De início, serão 20 contos. Por enquanto, existem 11 em andamento, sendo 6 completamente concluídos, 1 ainda por concluir e outros apenas com um rascunho do que poder vir a ser. O título, acho que vai ser esse mesmo: "As veias carcomidas de uma vida bandida". Não acho nem bonito, nem feio. Acho até meio grande. Mas a palavra "carcomida" é bonita por demais da conta. 1) A vida da morte; 2) O analista; 3) Sentimento póstumo; 4) Os fracassados; 5) Morando com vovó; 6) Deus e o esquizofrênico; 7) O oprimido; 8) Crônica de um dia qualquer; 9) Itabaiana, 253; 10) O escritor; 11) O mundo largo...

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Estreou sexta-feira o filme "Simplesmente feliz" (Happy-Go-Lucky), com Sally Hawkins no papel prjncipal e dirigido por Mike Leigh. Ganhou o Urso de Prata de Melhor Atriz no Festival de Berlim de 2008. Foi considerado pela crítica um excelente filme, sendo aclamado pelo bonequinho em pé, aplaudindo, do jornal "O Globo".

Pena que só esteja sendo exibido em dois locais. O Estação Ipanema, na Visconde de Pirajá, por preços não saindo por menos de R$ 7,50 e no Estação Cinema, em Botafogo, na Voluntários da Pátria, não saindo por menos de R$ 7,00. Além da questão do preço, tem da distância. Sair do Grajaú só para ir até um desses lugares para ver um filme... Só tendo muita boa vontade mesmo.

Mas isso eu acho que tenho. Não sei se tenho os 7,00, isso sim.

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Ok, minha internet está ruim, não estou conseguindo colocar nenhuma imagem nessa bosta e realmente desejo, pelo menos, conseguir postar este post.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Sangue hipócrita



Assisti ontem ao filme "Sangue negro", de Paul Thoman Anderson (Magnólia), de origem estadunidense, lançado em 2007 e ganhador de dois Oscar, sendo um de melhor ator, pela atuação de Daniel Day-Lewis, como também um Globo de Ouro, um BAFTA e dois Urso de Prata. Depois de muito tempo, não percebia como algumas horas se passavam como se fossem parcos minutos.



De início, apenas uma narração em que se percebe o desejo do ser humano em prosperar de vida, no restrito do normal da palavra. Do outro lado, um religioso que apenas deseja difundir sua fé perante os mortais e que aproveita para ajudar sua pobre família a se sustentar, vide que petróleo é encontro nos arredores da casa do pastor.

Mas com o passar do tempo, vamos vendo uma faceta muito deturpada dos dois personagens. Tanto Daniel Plainview (Day-Lewis, Gangues de Nova York), quanto Paul Sunday/Eli Sunday (Paul Dano, Pequena Miss Sunshine), corrompem-se pelo poder e pela ganância. O dinheiro que Daniel conseguiria com o "ouro negro" seria suficiente para conseguir tudo o que queria, mesmo tendo que mentir para uma pobre família religiosa do oeste dos EUA, alegando que está lá apenas para caçar codornas e arrenda a propriedade por uma migalha. Eli cobra o dinheiro de Daniel, o faz converter-se à sua religião e se vê atacado pelo "colega" por não ter curado seu filho, acometido de uma debilidade proveniente de um acidente na extração do petróleo.



Encontrei uma semelhança entre "Sangue negro" e "Dom Casmurro". No fim do filme, H.W. Plainview (Dilon Freasier), é renegado por seu pai. Ele o acusa de não ser seu filho, quando este diz que pretende ir para o México ter seu próprio negócio. É um tanto ambígua tal afirmação. Em parte do filme, seu "pai" afirma que é viúvo, em consequência da morte da mãe de H.W. no parto e, em outras partes, diz que prefere não comentar do assunto. Além do quê, Daniel bebe até não poder mais, não sabendo quando fala sóbrio ou quando não. A hipótese de que ele possa ter renegado o filho pela sua deficiência é remota, pois ele a adiquiriu novo e quando o pai faz tais afirmações a ele, o mesmo já era adulto. Enfim... dúvidas e mais dúvidas.


Apesar de tudo, uma dúvida que é propositalmente minha, não algo colocado pelo autor do filme. Paul Dano interpreta um pastor no filme, sendo que só depois que eu percebi que ele tinha um irmão, chamado Paul Sunday. Aparentemente, o primeiro contou para Daniel sobre o petróleo em sua casa e o último foi o pastor usurpador. Hãn? Eu passei o filme todo achando que Paul Dano era apenas Eli Sunday. Pois é... O jeito é assistir ao filme novamente, para tentar prestar mais atenção nesta parte.

Ainda com esses questionamentos, não se pode perder Paul Dano fazendo suas pregações. É simplesmente divino. Ele conseguiu excomungar o menino atormentado que vivia em "Pequena Miss Sunshine", para viver um homem cheio de iguais tormentos, mas com uma veia muito mais sarcástica.


Um filme brilhante, que mostra que na vida nós podemos ter dinheiro, mas que para isso alguns perdem sua dignidade.

terça-feira, 24 de março de 2009

Dúvida



Eu creio que Capitolina não traiu Bento. Creio que, na verdade, ele que seja o verdadeiro traidor. Admite já ter pensando de formas diferentes em Sancha e também outras mulheres. Não há motivos para se acreditar que apenas pelo fato de Ezequiel imitar os trejeitos de Escobar e os olhares de Capitu para o mesmo, difunto, sejam motivos concretos de traição. Bentinho Santiago que sempre foi mimado e nunca gostou que seus desejos fossem renegados. Com isso, criou todo um mundo paralelo para si mesmo. Eu até gostava dele quando criança, mas depois da passagem, ele passou a ser um homem com características muito mais afloradas.

Bem feito. Acabou sozinho no Engenho Novo. Bentinho, como muitos outros por aqui, poderiam ter tudo, mas escolheram não ter nada, por pura molecagem.

"Dom Casmurro", um livro que mostra-nos que não temos respostas para tudo. E que não há elemento mais subjetivo e intrigante que o amor.

domingo, 22 de março de 2009

Nova York, até quando?

Hoje eu queria falar sobre Nova York. Parece-me que tal cidade ainda consegue fazer a cabeça de muita gente. Mesmo depois dos ataques de 11 de Setembro de 2001, a cidade permace como chamariz fashion-descolado-antenado-cult-cool. As emissoras de televisão e imprensa em geral, brasileiras, no caso, estão dando enfoques bem grandes à metrópole, mais especificamente Manhattan.



Como exemplo, temos o já conhecido "Lugar (in)comum", apresentado por Didi Wagner (2ª foto), ex-MTV, atual Multishow, que não para de ter filhos (ela, não o programa). E já que estamos falando dos apresentadores, o bastão do programa será transferido para Erika Mader (1ª foto), sobrinha de Malu Mader. O canal à cabo garante que a visão de NY City será outra, em virtude de se tratar de outra apresentadora no comando, com outra idade, outra visão de mundo etc, etc, etc.


Mas o que mais chamou minha atenção foi, ao passar pela MTV, vendo o "15 Minutos", do brilhante Marcelo Adnet, descobrir que eles também terão uma atração no estilo "Lugar...". O nome será... Hum... Bem, não foi possível encontrar o nome da nova atração no site do canal e no momento, só porque eu quero saber o nome do dito cujo, eles não estão passando o comercial do mesmo. Enfim, coisas da vida. Apesar de tudo, acreditem em mim. O programa existe. Ou melhor, vai existir. E só espero que não seja uma xerox de "Lugar (in)comum", que também nunca se sabe se é uma xerox de outro programa já existente.



Além desses mais atuais e com um jeito que cai mais no comportamento social, temos outros produtos televisivos que remetem à Big Apple, como o "Manhattan Conection" e Lúcia Guimarães, ex-Manhattan e agora uma espécie de repórter especial do "Saia Justa", uma das maiores audiências do GNT.



Essas coisas à parte, Nova York nos persegue. Na última edição da revista estadunidense "Rolling Stone", fez-se um sessão de fotos com duas atrizes de "Gossip Girl", série transmitida pela Sony. É aquela coisa das mulheres jovens, com sexy-appeal e malvadas. Enfim, a revista, umas das principais publicações no que se pode considerar mundinho da música-pop-comportamento, afirma que elas são as últimas coisas boas que restaram na cidade do nordeste dos EUA.




E para fechar com chave de ouro: mesmo depois de anos do fim de "Sex and the City", ainda transmitido por aqui, por lá e em todo lugar, e depois dessa recessão econômica dos diabos... até quando Nova York será a menininha dos olhos dos antenados?

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PAREM AS MÁQUINAS! Descobri o nome do programa da MTV! Chamar-se-á "It MTV", com apresentação de uma modela de passarelas aí da vida.

Nossa, eu escrevi mesmo "Chamar-se-á" :)

sexta-feira, 20 de março de 2009

A bosta do nada

"Melhor é impossível"
"Rei Leão"
"Picardias estudantis"

quarta-feira, 18 de março de 2009

Elite 01

Amanhã, às 14h00min, dentro do metrô da Saens Peña, na Tijuca, conhecerei meus coleguinhas de Comunicação Social da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Se bem que eu já conheço um, o Jojô, que estudou comigo durante o Ensino Médio.

Conhecer novos amigos é mara. Conhecer novos amigos de Comunicação é mais mara ainda. Pois, quem faz Comunicação, é mais mara do que os maras que andam por aí.

O encontro será no Sujinho, bar sensação da UFRJ da Zona Sul. Assim como o Seu Pires faz sucesso com os da PUC-Rio, e o Mangue faz com os da UFRJ da Zona... hum... Zona Funda.

terça-feira, 17 de março de 2009

E morreu o Clodovil






















Clodovil Hernandes, 71 anos, faleceu hoje à tarde, em Brasília, vítima de um AVC, seguido por parada cardiorrespiratória. Não deixa filhos, nem viúvos/viúvas e afins.

Que vá com Jesus, pela sombra, até o céu.

sábado, 14 de março de 2009

O virtual e o musical

A primeira vez que eu escutei falar do Twitter foi através, não me lembro como e nem a razão, da coluna da Patrícia Kogut, "Controle remoto", do Jornal O Globo, em seu suplemento cultural "Segundo caderno". Depois disso escutava aqui e ali, mas nunca soube exatamente do que se tratava. Até que chegou um dia, hoje, em que eu li a matéria de capa da revista semanal de informação "Época", que tratava do dito cujo Twitter. Como curioso que sou e antenado que desejo ser, entrei no coitadinho.

Foi meio complicado compreender as instruções em inglês, apesar de falar bem a língua. Creio que não é a questão linguística o problema, mas sim o travamento que me causa usar a tecnologia. Tenho sérios problemas em entender como se administra um computador. Acho que o tempo e um bom cursinho de informática me ajudarão.

O meu Twitter ainda está muito fraquinho. Eu não quero que o Twitter substitua o Orkut. Prefiro muito mais o último. Mas seria legal se meu novo brinquedinho comunicacional se mostrasse mais utilizado.

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Ontem conheci Paolo Nutini. Foi muito sem querer. De repente, lá estava ele, como quem nada queria. O vídeo do You Tube não dizia qual música era, apenas o nome do cantor. Interessei-me mais pelo nome italiano, pois queria conhecer mais da música fora do eixo Brasil-EUA-Reino Unido. Mas foi quando deparei-me com um excelente cover de Rehab, da britânica Amy Winehouse, feito pelo Paolo Nutini, que é um escocês de apenas 22 anos de idade. Ele começou a fazer sucesso aos 18, quando gravou seu primeiro disco, sendo que foi para Londres aos 17, abandonando os estudos e entrando no mundo da música por incentivo do avô, de origem obviamente italiana.

Músicas originais dele ainda não conheço muitas. Pretendo comprar CD dele, ou algo do tipo. Por enquanto, o que destaca-se, na minha opinião, são os covers de "Rehab", "What a wonderful world", "Funky cigarette", "Trouble so hard" e um outro, que eu não sei se é o nome da música ou apenas a constatação do fato de que ele cantava ao vivo: "Live" :~

sexta-feira, 13 de março de 2009

Expresso 222, Prosa poética, Sound britânico


Hoje, dia 14 de março de 2009, às 01h10min da madrugada, meu blog contabilizou 222 entradas.

Creio que Gilberto Gil possui algo a me dizer.

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Comecei ontem a ler "Dom Casmurro", de Francisco Maria Machado de Assis. É impressionante como as palavras possuem uma sonoriedade e uma poeticidade incessantes na mente dos divagadores e leitores compulsivos.



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Finalmente, descobri o horário do programa musical "Sound", original da BBC, que é transmitido aqui no Brasil pelo canal de televisão à cabo Multishow. É às terças-feiras, 22h45. Mas tem suas reprises. Como às sextas-feiras, lá pelas 12h00min.

Muito bom escutar boas músicas e covers sensacionais.

Ai ai.

Morte na vida e vida na morte


Em apenas um dia se consegue ler, por inteiro, o livro "A morte de Ivan Ilitch", de Leon Tolstoi, escrito no fim de sua vida. O livro - e digo isso oficialmente, ao passo que descobri que a Unesco considera livro toda obra com pelo menos 48 páginas, sem contas as capas - conta a história de um homem que é bem sucedido profissionalmente, vivendo tentando aparentar uma aristocracia e uma riqueza inexistentes ou aparentemente irreais e seu decaimento até a morte.



Como Tolstoi escrevou o livro no fim de sua vida, que não foi curta (1828 - 1910), percebe-se que o problema universal e acultural da morte o estava afligindo grandemente. Nunca li nenhum outro livro dele, nem "Guerra e Paz" e nem "Ana Karenina", mas esse livro do Ivan Ilitch me fez parar para refletir. Aquelas singelas 99 páginas, e olha que as letras eram grandes, cairam-me como pluma. Chega-se ao fim e conclui-se que ele viveu a morte na vida e a vida na morte.




Será que eu vivo assim? Será que você vive assim? E a morte, como será? Não sei.




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Hoje tem, no Cine Lapa, Paranoid.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Nada além


"Crime e castigo" demorou para acabar de ser lido, mas finalmente chegou ao fim. Percorridos os caminhos da culpa e da dor, chega-se ao fim com a sensação da redenção do ser humano e com um gostinho de quero mais. Um livro que merece ser lido e analisado por cada um, independentemente. Não é justo expor minha opinião, em detrimento das demais, ou até mesmo influenciar a mente dos outros leitores apenas pelo fato de ter coloca meu ponto de vista em voga.


Então, leia e veja a vida diante de você.

Metacrime

Hoje, dia 12 de março de 2009, acabarei de ler "Crime e castigo", de Dostoiévski. Desde agosto de 2008 tenho o livro, comprado na Flip (Feira Literária de Paraty). Apesar de tudo, li apenas uma semana, ou algo do tipo, naquele mês. Só regressei nele em dezembro e o termino três meses depois. Vocês querem o que também? Quinhentas e noventa páginas não é muito fácil de se ler, não!

Em breve uma boa conclusão minha sobre a obra.

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Eu estava pensando em fazer uma lista, durante todo o ano, dos livros que eu li. Começarei hoje. Mas apenas divulgarei no blog no fim do ano. Espero ler mais de dez livro, pelo menos. Por enquanto dois já foram lidos nesses três meses: "A metamorfose", de Franz Kafka e "Crime e castigo", de Fiódor Dostoiévski.

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Beijundas.

terça-feira, 10 de março de 2009

Grajaú City

O Grajaú é um bairro que completa 95 anos de idade em 2009. Mais conhecido por aí como a "Urca da Zona Norte", Grajaú City é a menina dos olhos de quem mora por aqui. A minha, principalmente.

Nasci no Hospital Italiano, ali na Rua Professor Valadares. Fui criado até os 6 anos de idade em uma vila na Rua Itabaiana e depois mudei-me para a esquina da Avenida Evenida Engenheiro Richard com a Rua Canavieiras. Essa última é bem movimentada por carros e ônibus (agora com a companhia igualmente irritante de uma kombi que substitui o 422 - Grajaú . Cosme Velho - aos desavisados) e para os desacostumados, bem irritante. Mas para quem já mora aqui há 13 anos, nada demais.

Ninguém sabe muito bem onde começa, nem onde acaba o bairro. É tudo meio Grajaú, meio Andaraí, meio Vila Isabel. A Tijuca nem é tão infiltrada assim em nossos arredores, pois sabe-se bem definidamente onde ela fica.

Já no que diz repeito à diversão e noite, não temos muito a oferecer. Os dois clubes aqui situados (praticamente ou totalmente falidos), Grajaú Country Club e Grajaú Tênis Clube davam umas festas mais para jovens até 15, 16 anos, com aquelas matinês regadas a Coca-Cola e muito funk. Pouco chato, não? O máximo que já aconteceu por aqui foram as apresentações da banda que relembra sucessos musicais passados, Celebrare, que já tocou também no América, na Tijuca, perto do Instituto de Educação e do metrô da Afonso Pena, assim como o Roupa Nova (os integrantes da banda já moraram aqui e a Jandira, irmã de um dos componentes da banda e atual secretária ou sei lá o quê de Cultura do município do Rio, foi veterana de meu tio na Faculdade de Medicina da Universidade do Estado do Rio de Janeiro), pouco antes do Celebrare, fez os grajauenses rebolarem.

Teatro nós temos. O que já é grande coisa tratando-se de Zona Norte, visto que tudo concentra-se no eixo Barra-Zona Sul. É o Teatro do Country Club. Já foi alguma coisa até o começo dos anos 1990. Depois, entrou em decadência latente. Supostamente revitalizou-se atualmente, nos fins dos anos 2000. Rebatizado como Teatro Dercy Gonçalves, com a presença da mesma no dia de sua "inauguração", deu uma pequena fervida em tão caseiro sítio carioca.

O Grajaú até ganhou uma Casa de Cultura ou o que o valha na Rua Carauaru, mas ela não é notícia, nunca escutei ninguém falando que foi nela, nem nunca soube de nenhuma exposição.

O Jornal do bairro passou a existir ano passado, mais ou menos. Chama-se "Grajornal" e já é alguma coisa para registrar a alma, será?, dos moradores do bairro. Até temos uma "redação" situada aqui. É a do jornal "O Povo" e fica na boca da Grajaú-Jacarepaguá. Mas ele fala é de morto, não de nada mais além disso. E pensando-se bem, esse tal de "Grajornal" tem uma cara de coluna social nos moldes de Hildegard Angel + Amaury Junior, que sangue de Jesus tem poder.

Enfim, e por fim, a Reserva Florestal do Grajaú está aí para ser admirada e contemplada pelos moradores e defensores da preservação das florestas brasileiras. O bairro é excelente por possuir muitas árvores e um clima fresco. Apesar de tudo, a Reserva está tendo muito mais utilidade para os maconheiros de plantão, do que outra coisa.

Os botecos estão se aglomerando. O último que foi aberto foi um na Rua Canavieiras, esquina com Rua Grajaú. Mereceu até uma coluna na "Rio Show", de "O Globo", assim como o "Enchendo Linguiça".

Você espera alguma agitação no bairro após às 23h00min? Pode esquecer. Domingo, então? Ih... Mínima agitação apenas sextas e sábados e bem reservada aos botecos, em sua maioria concentrados ao redor da Praça Edmundo Rêgo.

Concluindo, eu gosto de morar aqui e daqui ninguém me tira. Um bairro que cheira a amizade, a família, a passeio com os cachorros, à corrida dos esportistas. Sendo para falar mal do bairro, apenas grajauenses o podem. Agora, para se falar bem... o mundo é o limite.

domingo, 8 de março de 2009

As faces de 'A metamorfose', ou algo sobre família e infelicidade


Em um livro que não é nem tão curto para ser considerado um conto, nem tão longo para ser considerado um romance, Kafka deflagra a angústia do ser humano diante da pequenez que ele representa para a sociedade em geral. Colocando-se Gregor Samsa como personagem supostamente principal, o autor, ao 'transformá-lo' em inseto, demonstra a inutilidade, imobilidade e asquerosidade daquele homem.
O livro já começa com a apresentação do que se está acontecendo. Logo no primeiro parágrafo, já se sabe que Samsa é qualquer coisa, menos um homem. Em uma análise mais profunda, deve-se verificar tal mutação como meramente simbólica. Ou seja, Gregor Samsa sempre foi um inseto para ele mesmo e sua família, principalmente. Ao ser um caixeiro-viajante, ele não conseguiria criar laços muito fortes com nenhuma pessoa, pois logo estaria em outro local. Seu único 'porto seguro' seria em casa, onde deveria entregar suas economias ganhas, para a satisfação e sustentação do seio familiar. Ele não gosta de seu emprego, mas obriga-se a ser eficiente, pensando nos outros, não em si, não em sua satisfação pessoal, sua autoafirmação.
Quando os parentes começam a bater em sua porta, o fizeram porque o patrão do filho estava na casa, cobrando satisfações. Gregor perder o emprego seria algo impensável para todos.
'A metamorfose', escrito no início do século XX, quando o modelo de produção fabril mundial era o Fordista, que dava prioridade para a produção máxima. Tal modelo só se mostraria relativamente decadente com a Crise de 1929. Sendo assim, consegue-se fazer um paralelo com a obsessão pelo trabalho dos personagens.
Gregor, já fisicamente transoformado, não conseguia se comunicar de maneira satisfatória com a família. Quando ele possuía uma intenção, na maioria das vezes boa, para com os outros, eles não compreendiam. Por exemplo, quando ele tenta pegar sua irmã, que está tocando violino na sala, era apenas para salvá-la do constrangimento. Mas seus pais viram em tal atitude algo de errado. Isso demonstra, psicologicamente, a falta de acesso entre familiares. Hoje em dia, queixam-se que o computador e televisão afastam pais e filhos, criam barreiras. Mas nos anos 1910 e em todas as outras épocas, já existiam e sempre existirão problemas nessa área.
Os pais nunca ficaram satisfeitos com as atitudes de Gregor. Vide quando reclamaram que a casa em que moravam era grande demais. A impressão que se tem é a de que os pais o odeiam ao ponto de poderem achar que Samsa tranformou-se em insete, ou o que o valha, apenas para atormentá-los.
O inseto ainda luta, ou ainda possui naturalmente, uma humanidade. Isso é evidente no que diz respeito à sua alimentação e seus pensamentos. Ao mesmo tempo que ainda tem noção de si mesmo como pessoa, ele vai deixando de comer os alimentos que geralmente homens comem. Desta forma, gradativamente, Samsa vai se transformando mais e mais inseto.
Sob certa ótica, a única pessoa que o 'suportava' era a última empregada doméstica que tiveram. Ela que avisou os pais de sua morte. Ela não tinha nojo dele, como os outros. Creio que ela saiu da casa diante da indiferença dos outros familiares para com Gregor.
Para finalizar, Gregor nunca mostrou-se independente e com vontade própria. Antes de se ver inseto, sempre o foi de fato.
E quem é o verdadeiro personagem principal da estória? Gregor Samsa, que morre antes do final do livro, ou a família dele, que vê-se feliz e finalmente realizada após a morte do mesmo?

sábado, 7 de março de 2009

Estupra, mas não mata


Quando a menina de nove anos de idade engravidou, no Nordeste, do pai de trinta e seis anos, pensei: "O mais sensato a ser feito é, obviamente, o aborto". Apesar de tudo, creio que a Igreja Católica Apostólica Romana não compartilha dos mesmos preceitos que eu.

O Estado já é separado da Igreja há tempos. Concordo que cada instituição tem o direito de manter suas próprias concepções. Mas mesmo assim, é um pouco complicado compreender a razão que levou a Igreja a excomungar as pessoas envolvidas na operação de retirada dos gêmeos, e não fez o mesmo com quem estuprou a nem pré-adolescente, coitada. Pois eu posso até não concordar com a excomunhão, mas seria muito mais correto da parte deles punir o pai da criança também. Desta forma, o arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, reitera que estuprar pode, matar não.

Isso nos faz lembrar a grande frase proferida por Paulo Maluf, lembrada na edição de hoje, 7 de março de 2009, por Merval Pereira, em sua coluna na página 4 do jornal "O Globo".

Quem concorda com as atitudes da Igreja nesta questão está se equivocande grandemente. Eu possuo um primo de segundo grau que é padre, iniciado no Brasil e formado no Peru, sendo agora tranferido para a Argentina. Tenho noção de que ele também não concordaria com tais atos. Sou batizado, fiz minha primeira comunhão, mas cansei de acreditar em certos dogmas eclesiásticos e passei a crer apenas nos conceitos mais amplos ministrados pela Igreja, qualquer igreja.

Faça o bem ao próximo. Isso já me basta para seguir feliz vivendo.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Por um triz


Qual a razão para todo edital de concurso literário exigir que os contos que devem ser enviados para análise necessitam ter no máximo seis páginas? Os contos que eu escrevo chegam realmente a seis páginas, mas com um certo espaçamento mínimo entre as linhas. Sendo que eles sempre pedem um de um e meio, o que faz, invariavelmente, meus contos ocuparem sete páginas.


Ou seja, nunca ganharei R$3.000,00 em concurso algum apenas pelo fato de meus contos ocuparem seis folhas e meia com um espaçamento de um e meio entre as linhas.


Avaliados crápulas.

terça-feira, 3 de março de 2009

Só sentimento


Eu encontrei minha nova Aretha Franklin: Nina Simone.


Vejam, no You Tube, a apresentação dela de "Feelings", no Montreux Jazz Festival, em 1976, e entendam do que digo.


segunda-feira, 2 de março de 2009

Coisas do blues & jazz


Por esses dias estava zapeando pelo YouTube e descobri uma música cantada por Etta James, no LP "I just wanna make love to you", chamada "My funny Valentine". Depois de deliciar-me com tal canção, catei lá mesmo no site para saber de haviam outras versões cantadas por outros cantores para a música. Foi aí que descobri um homem chamado Chet Baker.


Nascido em 1929 nos Estados Unidos, sob nome de Chesney Henry Baker Jr, começou a entrar para o mundo do jazz aos 10 anos de idade, quando seu pai, igualmente músico, deu para ele de presente seu primeiro instrumento musical, um trambone.


Acossado pelo mundo das drogas, chegou a entrar em várias encrencas, como a prisão e a porrada. Chegou a perder dentes, segundo algumas línguas, em consequência do não pagamento de uma compra de entorpecentes.


Morreu em 1988, em condições muito suspeitas. Caiu de uma janela de um hotel em Amsterdã. Jogado ou caído? Eis a questão. Seu grande sucesso de carreira, claro, foi "My funny Valentine", sussurrada, inspirando bossa-novistas como João Gilberto.


Apesar de tudo, seu som é de primeira qualidade. Tanto o da voz, quanto o que tira do trambone etc.


Assim como Chet, Etta James já não está entre nós. Entretando, deixa-nos sua voz, para eternizar corações alegres e tristes.


E por falar nela, ano passado, na terra do Tio Sam, foi lançado o filme "Cadillac Records", sem previsão de estreia em terras tupiniquins, com Beyoncé Knowles interpretando brilhantemente Etta.


Vale a pena conferir. Tanto Chet, quanto Etta, quanto Beyoncé.