domingo, 30 de agosto de 2009

O elefante de Amélie é incompreendido

Essa semana foi uma boa semana. O cinema de qualidade chegou em minha morada. "Elefante" (Elephant - 2003) - , de Gus Van Sant, "O fabuloso destino de Amélie Poulain" (Le fabuleux destin d'Amélie Poulain - 2001), de Jean-Pierre Jeunet e "Os incompreendidos" (Les quatre cents coups - 1959), de François Truffaut.

"Elefante" travou quase em seu final, então, depois, o verei novamente, para saber realmente como as coisas são e ter uma opinião concluída. "... Amélie Poulain" é muito bom, com suas cores bem vivas e sua história interessante. Já "Os incompreendidos" é simplesmente uma das melhores coisas já vistas em todos os tempos. Só vendo, para saber.

Boa sessão.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Oprah Winfrey e as massas

O “The Oprah Winfrey Show” já chamou-se “AM Chicago”. Lançado em 1983, localmente, obteve tanto sucesso, que conseguiu, em setembro de 1986, cobertura nacional. Com um histórico de vida humilde, Oprah conseguiu crescer e se tornar a mulher negra mais rica do século XX, segundo a revista “Forbes”. Até 2005, pelo menos, era a terceira celebridade mais rica do mundo, perdendo apenas para Mel Gibson e Tiger Woods. Hoje, o programa de auditório de Oprah é o mais visto dos EUA, com grande repercussão mundial, chegando aos lares em mais de 100 países, cinco dias por semana.

Aqui no Brasil, desde 2005, no canal por assinatura das Organizações Globo GNT, Oprah (que deveria chamar-se Orpah, em relação a um nome bíblico) debate seus temas em horário nobre, às 20h00min. Com sua naturalidade habitual, já deu, em 2004, para todo seu auditório, através de acordo publicitário, 276 carros Pantiac G6. Outro fato que marcou a carreira da apresentadora, atriz e também psicóloga, no “The Oprah Winfrey Show”, foi a entrevista rara conseguida com o cantor Michael Jackson, em 1993, tornando-se este o quarto evento mais assistido da televisão norte-americana, com uma plateia recorde de 100 milhões de pessoas.

Agora, apesar de todas as coisas boas, seu programa é realmente merecedor de elogios críticos? Sim e não. Ela é, sem sombra de dúvidas, a melhor apresentadora que há em exercício, na atualidade. Mas seu diário matinal (nos EUA, é exibido às 8h00min), por vezes, soa como uma Márcia Goldschmidt desenvolvida.

Ela consegue, de fato, colocar o telespectador diante da TV e fazer com que ele preste atenção nela. Grandes coberturas, dignas dos principais telejornais noticiosos, já foram feitas e ancoradas por Winfrey. Quando do furacão Katrina, por exemplo. Conseguindo angariar uma multidão em suas causas, obteve apoio popular, construiu casas para desabrigados, aumentou o número de doações para os necessitados e mostrou de perto o que muitos ainda não conseguiam ver: a miséria do sul negro dos Estados Unidos.

Apesar de tudo, quando as questões giram em torno da auto-ajuda excessiva, o piegas caminha muito ao seu lado. Fazendo programas totalmente dedicados a falar de uma peça de roupas, ou sobre o melhor sutiã para você, mulher, usar, realmente não nos fazem compreender a razão para tanto sucesso e prestígio. Resolver falar de comida, então, pior ainda. Oprah tem problemas com a balança, e soa egocêntrico por demais quando ela decide, com alguma frequência, falar dos melhores hábitos de alimentação.

Em suma, o mais chocante é quando dá a impressão de que ela impinge éticas morais e cívicas a alguns convidados de seu show, mostrando-nos, simples brasileiros, o quanto a sociedade americana ainda é muito conservadora e chata, principalmente no que diz respeito ao sexo.

Mas mesmo assim, o “The Oprah Winfrey Show” possui mais qualidades do que deméritos. Apenas o fato de o programa (leia-se, única e exclusivamente, Oprah) fazer conseguir chorar, sem parecer forçado, já o faz ganhar muitos Emmys na cotação de cada cidadão que a assiste. Ele não induz ao choro, apenas mostro temas, fatos e questões que importam à sociedade e a fazem repensar e tentar melhorar, em algum aspecto.

Conseguindo exclusivas com mais celebridades do que qualquer Amaury Jr. um dia pensará em conseguir, Oprah Gail Winfrey é hoje a mulher que pode dizer que levou Barack Obama para a presidência da República. Seus livros lidos e comentados se tornam, rapidamente, em best-sellers no “The New York Times”; seu presidente escolhido se torna, rapidamente, empossado na Casa Branca; sua plateia é a mais eufórica, que bota qualquer Silvio Santos com muita inveja e, com isso, ela só vai ficando mais rica e mais prestigiada e respeitada, em todo o mundo. Não à toa, Oprah deve conseguir, para si, o canal Discovery Home and Helth, o dedicando apenas para si mesma. Possui, também, duas revistas: “The O Megazine”, “O at home”; um estúdio: “Harpo”; um canal de rádio: “Oprah and friends” e já concorreu a um Oscar de melhor atriz. E você, tem, para si, por acaso, um programa, uma produtora, duas revistas, um canal de rádio e uma fortuna avaliada em mais de US$ 2,7 bilhões?

sábado, 22 de agosto de 2009

Voltando à listinha

1) Crime e castigo, de Fiódor Dostoiévski
2) A metamorfose, de Franz Kafka
3) Dom Casmurro, de Machado de Assis
4) A morte de Ivan Ilitch, de Leon Tolstoi
5) Os relógios, de Agatha Christie
6) Ulisses, de James Joyce (incompleto)
7) Um gato entre os pombos, de Agatha Christie (incompleto)
8) O processo, de Franz Kafka
9) Nosso homem em Havana, de Graham Greene
10) Cidade de vidro, in A trilogia de Nova York, de Paul Auster
11) El príncipe de la niebla, de Carlos Ruiz Zafón

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Deus e o diabo em terras latino-americanas

O Cinerama, cineclube formado por alunos da Escola de Comunicação da UFRJ, organizou, para a quinta-feira (20), às 13h00, durante a Semana dos Calouros de 2009.2, a exibição de “Pachamama”, dirigido por Eryk Rocha, filho de Glauber Rocha. Após a sessão, haveria debate com o diretor e o historiador Gabriel Chaves, que acompanhou o diretor do filme pela América Latina, para a confecção do documentário.

“Pachamama”, que significa “mãe terra”, foi o único documentário, entre seis longas, a disputar o Kikito de melhor filme, na 36ª competição do Festival de Gramado (RS). A partir dele, foi gerada uma série, chamada “Da selva à cordilheira”, vendida para o Canal Brasil e redes de televisão públicas. Segundo Gabriel Chaves, foi tal venda que custeou o fim da produção do filme.

Rodado a partir de 02 de janeiro de 2007, tece questões de territorialidade e geopolítica, passando por Brasil, Peru e Bolívia, focando-se na questão da identidade pré-colombiana dos povos latino-americanos, do preconceito em relação à folha de coca e do socialismo populista latente por quase todo o território da América do Sul.

Logo depois do filme, passado no auditório do CPM (Centro de Produção Multimídia), as não muitas pessoas que lá estavam foram encaminhadas para uma sala, onde ocorreria o debate. Neste momento, as não muitas pessoas transformaram-se em realmente poucas e a mudança de local foi causada pela necessidade de uso do auditório para aula.

Segundo folheto distribuído pelo campus da Praia Vermelha, seria vista uma “pré-estreia”, mas eis que a dúvida surge: uma pré-estreia que já foi até concorrente de prêmio em festival? Além de tudo, este mesmo papel informava que o debate seria realizado com o diretor e o historiador. No entanto, nada de diretores famosos ou familiarmente famosos. Lá, na sala pequena com poucas pessoas, encontrava-se apenas Gabriel Chaves. Não que isso seja um demérito, afinal de contas, Chaves é gabaritado para debater qualquer questão que envolvesse a película. Entretanto, não deixa de ser uma quebra de expectativas. Problema mesmo é uma porta de auditório de CPM que nunca fecha, sempre fazendo barulho por falta de lubrificante.

Já no debate em si, Chaves afirma que, para ele, o filme serve para tudo e para todos: “Basta a gente trocar a lente. É como você quiser ver o filme”, em uma alusão ao fato de que seu objetivo não foi alcançar a classe acadêmica ou o mercado de shoppings, direcionar o trabalho, mas sim deixá-lo acessível a todos e a várias interpretações. Apesar disso, afirma que é um “trabalho não comercial, mas não mambembe, amador.” Questionado sobre alguma semelhança entre sua viagem e a de Che, pela América, e o consequente filme “Diários de motocicleta”, diz que não, não há semelhanças: “Esquerda do século XX morreu. Muito ortodoxa”. Sobre o apelo comercial do filme de Walter Salles, assume que “delírio do sucesso é irreal”.

A partir da grave crise ocorrida na Bolívia, acerca da autonomia da região boliviana de Santa Cruz de La Sierra, Chaves crê que Evo Morales, presidente do país, renega os latinos, dando prioridade aos nativos, e que a América Latina é extremamente diversificada. Por fim, o historiador Gabriel Chaves, que com mais 06 pessoas fez parte da produção do filme, reitera que fez um registro, uma contribuição. Apenas mostrou os movimentos revoltosos já existentes, não exacerbando nenhum. Metaforicamente, discursa que “não fez um filme francês sobre a Índia”.

Atualmente, Chaves prepara o lançamento de um livro e Eryk Rocha, um novo filme. Chamado provisoriamente de “Transeunte”, não é um documentário, e sim uma ficção, sua primeira. Possuindo até um blog de divulgação (transeunte09.blogspot.com), promete, aparentemente, alcançar um maior número de pessoas e transformar, pelo menos para ele, o delírio do sucesso em algo real.

domingo, 16 de agosto de 2009

ECO


Hoje, meu sonho se tornará realidade. A espera acabou.


sábado, 8 de agosto de 2009

O Grajaú na coluna do João


Estava eu, como quem nada quer, deitado em meu sofá, lendo meu jornal, em pleno sábado pós-almoço e pós-curso cansativo de espanhol. Na televisão, ligada apenas, escutava o programa do Luciana Huck, mais especificamente no quadro da reforma das casas. Não quero me focar muito nesse assunto, mas o que é aquilo de, ao fim da descoberta da nova residência, os moradores da mesma começarem a fazer ceninhas de agradecimento? Tudo perde, completamente, a sinceridade e sentimentos honestos e puros que todo o resto do programa quis passar. Enfim, passadas essas implicâncias de minha parte, lia eu meu jornal, como já foi mencionado.

Antigamente, dos 15 anos 16, eu lia o jornal inteiro. Religiosamente, todo. O começo, parte de política, cidade e internacional, com muito mais entusiasmo que as partes restantes, como cultura, espertos e economia, sendo essa uma escada decrescente de interesse recíproco. Depois, consequentemente, passei a ler a primeira página e no tempo que sobrava, "Segundo caderno", "Revista O Globo", "Revista da TV" e "Megazine". As más línguas podem dizer: tu estás emburrecendo, ó pá. Nem sei. Acho que fiquei é mesmo com preguiça de querer saber sempre das mesmas maracutaias, que não dão em nada, na política; das mesmas mortes e violência no Rio de Janeiro; das mesmas ações populistas dos latinoamericanos, das guerras Irá-Iraque-Palestina-Israel-Coreia do Norte entre outras coisas, entre outras coisas, entre outras coisas.

Sendo que, hoje, sábado, vem, no jornal, dois bons suplementos: "Prosa & verso" e "Ela". Tenho certo preconceito com o último, haja visto que é mulherzinha demais e ainda é petulante o suficiente para querer achar que sabe e pode falar de homens. Quando é que os jornais vão ter a capacidade de enxergar que nós, homens, não nos contentamos em ter um espaço mínimo reservado no caderno das mulheres para falar de nosso comportamento, nosso modo de vestir, nosso modo de ter nosso modo?! Detalhe, são mulheres que escrevem sobre homens. Hein?!

Nesse dito cujo caderno "Ela", na página 2, tem um espaço para um colunista. Lá, escrevem, revesadamente, Ana Cristina Reis e João Ximenes Braga. Creio que ele é o único homem (gay, há de se especificar; ele nunca afirmou, mas é óbvio que ele é) que coloca uma palavra naquele caderno. Eu nem me dou muito ao trabalho de ler o que ela escreve, mas dele até que dou uma lida às vezes. Seria tipo uma espécie Carrie Bradshow em versão masculina, e moradora do Rio, ao invés de São Paulo = Nova York. Pois então, hoje ele resolveu falar sobre festas a fantasia, em que ninguém vai, ou deveria ir, fantasiado. Ele, como crê, não foi fantasiado, sendo que todos os outros convidados o foram. Lá pelas tantas, ele escreve assim:

"E eis que chega um rapaz vestido de Rivotril, todo cheio de graça dentro de um quadrado de cartolina preso aos ombros que reproduzia a caixa do remédio amigo, tarja preta que ora por nós redatores na hora do sono, amém. Tudo que eu queria ser quando crescer: um grande frasco de Rivotril ambulante a andar pelas ruas do Rio epítome da tranquilidade encaixotada, receitada e legalizada. (...)

"Enfim, algo que justifica uma festa a fantasia! Uma pequena brincadeira lúdica e criativa. (...)

"Em outras palavras, uma piada que durou dez segundos, muito menos do que o mané levou pra passar aquela cartolina pela roleta do ônibus quando saiu do Grajaú."

Heim?!

Algumas considerações a serem feitas. Creio que todos sabem que eu moro no Grajaú e sou capaz de morrer por este pedacinho de terra. Acho, também, que ninguém além de mim conhece ou mora no bairro. Deste modo, sempre que ele aparece em algum veículo de comunicação, praticamente caio para trás de tão orgulhoso que fico com tal menção honroza a meu querido lar. Mas... peraí. João Ximenes Braga falou bem ou mal de Grajaú City?! Sim, porque, para mim, Grajaú já é bairro emancipado, uma Guanabara da vida, quase um país já.

O garoto deve ter saído do Grajaú para ir até a festa, então ele é grajauense. Ele foi de Rivotril, fantasia que "salvou" a festa, mas ele foi fantasiado, o que vai contra o cool cult antenado do João, que não vai fantasiado quando a festa é a fantasia. Detalhe, ele o chamou de "mané". Mané?! Não, querido. Ninguém de Grajauzinho é mané, não! Mas... então, falastes bem ou mal do bairro? Tirem suas conclusões. Só sei que, no fim das contas, Grajaú é chique porque saiu na coluna do jornal, porque tem pessoas suficientemente legais para serem convidadas de mesmas festas que colunistas de jornal também são convidados e porque tem moradores que sabem o que é Rivotril e sabem se fantasiar em festas que tem que ser fantasiadas.

Prontodesabafei.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Dicas dicadas

Livro: "Mrs. Dalloway", de Virginia Woolf;

Música: "To know him is to love him", na versão de Amy Winehouse;

Filme: "Dirigindo no escuro", de Woody Allen;

Peça: "O continente negro", de La Parra;

Revista: "Rolling Stone";

Série: "Brothers and Sisters", no Universal Channel;

Programa de TV: "Profissão repórter";

Jornal: "El País";

Desenho: "Bob Esponja Calça Quadrada";

Apresentadora de TV: Oprah Winfrey;

blábláblá wiskas sachê