segunda-feira, 25 de abril de 2011

Grande questionamente das questões universais

Como este blog é meu eu decidi que, a partir desta semana, eu dissertarei acerca de temas que creio serem relevantes para o pensamento moderno-ocidantal do século XXI. Portanto, darei a minha opinião sobre pena de morte, religião e Deus, homossexualidade e direitos civis, educação, filosofia e a vida das pessoas, história e a vida das pessoas, psicanálise e a vida das pessoas etc.

Eu com certeza não serei relevante, mas pelo menos estarei aqui dizendo coisas que me interessam e que eu tenho vontade de dizer.

Muito agradecido,
Guido Arosa.

sábado, 23 de abril de 2011

Stagger Lee







"Ponto de interrogação" (1994) - Henri Cartier Bresson


Afinal, ser o que?

O jornalismo? O teatro e o cinema? A filosofia, a psicanálise, a literatura e a história?

Ir pra redação? Ir pra atuação? Ir pra doutoração?

Eu quero a arte? Eu tenho coragem de querer a arte? Um dia eu me arrependerei de não ter tido a arte? Ou a arte sou eu, em minha essência?

Só tenho certeza que eu sou a angústia interrogativa.

Tristes trópicos



Quando eu tinha alguém, eu era mais bonitinho.
Agora, eu estou feio feio feio.
Mas eu nunca tive ninguém mesmo. O que eu tive foram poucos consolos momentâneos.
Porque minha solidão sempre foi eterna.
E morro de medo de ela continuar sendo eterna daqui pra frente.
Não me deixem morrer sozinho.
Qualquer coisa eu me caso com minha sombra.
Mas será que nesse país eu posso me casar com minha sombra?
Aqui não me dão o direito de fazer nada mesmo....
Não posso casar, não posso ter filhos, não posso ganhar pensão, não posso doar sangue, não posso ir pro Exército, nenhuma Igreja me aceita, na televisão ninguém pode me beijar, na rua me batem, dentro da família são indiferentes quanto a mim.
Sou estranho até pros estranhos: baixo demais, cabeçudo demais, branco demais, desajeitado demais, espinhento demais.

AFINAL, QUEM PODERÁ ME ENCAIXAR EM ALGUMA CLASSE?! Chapolin socorra-me.

Só Deus sabe a vergonha que eu sinto de mim, principalmente depois de ver meu nível de afetação sentimental


Para mim, andar na rua sozinho já é um pesar, pois tenho a sensação de que todos estão a me olhar e que vergonha eles estão a sentir de mim.

(Isso não é poesia. É a realidade)

Eu, em suspenso

A sensação que dá é a de que se está em suspenso. Em procastinação. Sempre na fila de espera do caixa do supermercado, notando que por mais que você vá para a que tem aparentemente menos gente, sempre você (VO-CÊ) demorará mais para ter seu produto registrado. A sensação que sua alma terá é a de que a culpa são os outros, mas bem provavelmente a culpa é sua mesmo, porque sempre tudo está para depois, depois, depois, depois... E o agora nunca te satisfaz, jamais te satisfaz, já que a grama do futuro é sempre mais verde. Mas amanhã eu vou ser feliz. É porque hoje já é de noite e eu estou com sono.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Amazing grace BMW Jazz Festival

Deus abençoe o BMW Jazz Festival.


Por isso, vamos rezar com Nossa Senhora Aretha Franklin:




AMÉM!

terça-feira, 19 de abril de 2011

A tragédia dentro da tragédia


Fotojornalismo I

Tendo em vista documentário assistido na aula de Fotojornalismo, de nome traduzido “Morrendo para contar a história”, será realizada uma resenha crítica, perpassando seus aspectos fílmicos mais interessantes e priorizando a análise de um personagem específico, pelo qual poderá se chegar a uma visão geral da película de 1997. Portanto, tal personagem será o fotojornalista sul-africano Peter Magubane, praticamente a única voz do continente em todo o filme de cerca de duas horas.

Passado no Brasil pela primeira vez ainda no final da década de 1990, pelo canal por assinatura GNT, o documentário da jornalista Amy Eldon trata da morte de seu ir-mão Dan Eldon, fotojornalista americana morador da Somália e a serviço da agência de notícias Reuters, em 1993. História verídica que deu origem ao filme “Falcão Negro em perigo” (2001), “Morrendo...” tem a intenção de dar uma visão geral e uma práxis ao jornalismo internacional de guerra, querendo entender até onde o jornalista pode, mais que deve, chegar física e psicologicamente na cobertura de eventos extremos.

Utilizando cerca de uma dúzia de depoimentos interessantes e relevantes de jor-nalistas que viveram e vivem a guerra de modo intenso, todo o trabalho é feito com a provável intenção de, ao chegar a seu fim, querer que tanto o espectador quanto a diretora tenham compreendido como Dan Eldon morreu, se injustamente ou não e se vale a pena arriscar-se na batalha só para contar uma história. Apesar de tudo, por mais que o filme não engendre muito na polêmica da operação militar americana que indiretamente acarretou na morte por apedrejamento de Eldon, há um depoimento que toca brevemente no assunto, mas de maneira conclusiva, quase no final das entrevistas, mostrando que a razão que levou vários somalis a atacar o americano foi um borbardeio de seus conterrâneos a civis africanos, por engano.

Quanto ao aspecto técnico, as fotografias – já que o filme gira praticamente todo em volta da cobertura fotojornalística de guerra – utilizadas entre as tomadas, e as leituras dos diários de Dan Eldon conseguem levar o tom emocional ao filme de modo mais pungente, além da progressividade da obra, de modo que só se sabe como ele morreu ao fim.

Deste modo, concluindo a visão mais geral sobre o filme, uma frase da jornalista e professora da ECO Cristiane Costa é bem taxativa: “Guerras são notícia, mas guerras na África chegam ao ponto de quase não o serem, pois tornaram-se praticamente corriqueiras”. Por isso, segundo ela, para que este tipo de cobertura possa ter espaço e ser relevante, há de se encontrar uma peculiaridade, uma singularidade, que Amy Eldon encontrou infelizmente de maneira trágica dentro de sua família.

Agora, como dito no primeiro parágrafo, será analisada a participação de Peter Magubane nas entrevistas, que se difere de modo muito peculiar das demais: ele sempre viveu a Guerra da Somália e, portanto, não é apenas um correspondente infiltrado. Mais que isso, teve um filho morto em razão desta guerra e de sua cobertura, já que seguia a profissão do pai. Então, contribui tanto para o entendimento do jornalista de guerra como para o do cidadão de guerra. O documentário dá corretamente bom espaço para que ele fale sobre sua vida.

Contando sua história sem grandes estopins emocionais, Magubane permanece no trabalho, apesar da idade e dos traumas acumulados. Podendo comover e tocar até mais que a história do personagem principal, porque ele não noticiou a guerra apenas como algo pontual e transitório para a grande mídia estrangeira, mas sim como algo cotidiano e eterno para sua mídia interior. Ele é, enfim, a realidade africana, subjetivamente jornalista e, portanto, um grande jornalista.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Eutanásia


Mas é só que eu tenho muito medo de morrer.
E mesmo que eu leia Schopenhauer,
(Entendendo que se viemos do nada, temos que ir para o nada,
Que se não nos lembramos do que se foi antes de nós sermos, não podemos ter medo e nem achar que seremos alguma coisa depois que morrermos,)
Eu ainda tenho tanto, tanto, tanto, tanto, mas tanto medo de morrer,
Que já devo ter morrido e nem sei.

Morrendo para contar a história (1997)


Filme sobre a morte de um jovem fotojornalista cobrindo guerra na Somália. Documentário sobre o que significa ser jornalista e cobrir a guerra e a morte a troco de absolutamente nada. Saber, então, que ser jornalista é poder também morrer contando uma história.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Xexéo nem um pouco xexelento


Muito do que eu sou hoje devo ao Artur Xexéo. Muito do que eu quero ser como jornalista devo ao Artur Xexéo.

Tudo começou quando na biblioteca do colégio eu tive acesso a suas crônicas. De antemão, eu fiquei impressionado por ele ser um dos poucos a escrever mais de uma vez n'O Globo, o único no Segundo Caderno. Mas o tempo foi passado, minha admiração por ele aumentado e, consequentemente, a sensação de que só eu o conhecia, e que só eu tinha o direito de conhecê-lo e de venerá-lo. (Eu era assim; ainda um pouco hoje. Sou meio egoísta e ciumento com meus ídolos: antes do Xexéo, desejava que só eu tivesse o privilegiado acesso aos livros de Agatha Christie)

Até que chegou o dia em que ele começou a ter mais visibilidade, principalmente saindo no página dois do jornal e também quando a Fernanda Montenegro editou um dia de Secundo Caderno. Aí, em 2009, se não estou bêbado de sono, passei a vê-lo ao vivo e a cores no "Estudio i", da Globo News, ancorado pela Maria Beltrão. Ó, pai.

Alguma coisa daquela imagem que eu tinha dele se quebrou, pois quando eu apenas o lia, ele era uma coisa. Depois que eu passei a vê-lo, suas crônicas, para mim, passaram a ser outra coisa. Não sei o que mudou, mas sei que não deve ter piorado. É mais ou menos a mesma sensação que eu tenho em relação ao PC Siqueira. Depois que ele começou a ficar mais famoso e, principalmente, seu programa na MTV começou, seus vídeos passaram a ser outra coisa para mim.

Portanto, foi Artur Xexéo quem me fez criar o hábito de ler jornal sempre (se ele escrevesse só no domingo será que eu teria criado esse hábito?); foi Artur Xexéo quem me fez passar a ser assinante de jornal impresso (primeiro recebimento em casa, um dos dias mais felizes da minha vida: 25 de agosto de 2005, sábado, então primeira vez que li Xexéo fidelizado foi em 26/08/2005); foi Artur Xexéo quem me fez estudar jornalismo na PUC; mas principalmente foi Artur Xexéo quem me fez ter força de vontade para entrar, um ano depois, em jornalismo na UFRJ.

Com isso, um beijo pro Xexéo.

Att,
Guido Arosa.

sábado, 2 de abril de 2011