segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Amy Winehouse, Fontella Bass, Itaipava e Jorge Luis Borges

Mudei a letra e a cor do meu blog e espero que ele fique, pelo menos, um pouco mais atraente para os olhos das pessoas que o queiram tentar ler.

Amy Winehouse foi escolhida, por muitos, diga-se de passagem, a melhor cantora da década. Ela merece. Bem, pensemos aqui: todos reclamam do tempo de demora para o lançamento de seu novo CD e de uma repaginada em sua carreira. Quanto à sua bebedeira crônica, ela, de fato, precisa melhorar, mas quando se vê que seu primeiro álbum, "Frank", foi lançado em 2003, e que só apenas em 2007 o seguinte, "Back to black", foi às lojas, quatro anos depois, há de se dar uma colher de chá para ela. Pelo brilhantismo do último e acreditando que ela pode fazer ainda melhor em seu terceiro, vamos esperar, proporcionalmente, até 2011, para começar a cobrá-la pela falta de uma novidade.

Quando eu tinha em torno de 13, 14 anos, que comecei a usar mais o computador, resolvi baixar músicas no PC. A ferramente, ou qual o nome eu possa vir a dar a isso, que eu utilizava, chamava-se "eMule". Era a carinha de uma mulazinha que aparecia para mim, na tela, e com certeza já me passou muitos vírus, mas tudo bem. Só sei que a primeira música que eu escutei, por ele, foi "Rescue me", que eu acreditei ser, pois estava escrito na legenda, de Aretha Franklin, considerada a rainha do soul. Mas em 2009, ou seria em 2008?, descobri que era, na verdade, de Fontella Bass. Quem é, então, Fontella Bass? Para mim, a cantora de "Rescue me", apenas, mas já o suficiente para eu amá-la. "Rescue me": http://www.youtube.com/watch?v=QXSocE_M1G4

No Natal, dia 25, passei na casa de um tio, por parte de mãe, que mora em Itaipava, bairro de Petrópolis, que até esse mês eu acreditava ser um município (não Petrópolis, que de fato o é, mas Itaipava). Aí, lá pelas tantas, arrependido de não ter levado para ler "No caminho de Swann", de Marcel Proust, nem um livro chato de uma matéria, que eu tenho que resenhar, peguei um livro, na biblioteca da casa, de Jorge Luis Borges, chamado alguma coisa 'sobre a eternidade'. Só que também era muito chato, além de curto, de leitura truncada e dificílima, cheio de ditos pelos não ditos e que não me dizia, na verdade, absolutamente nada. Parei e desisti. Passei o fim do meu fim de semana me queimando no sol e comendo asa de frango do churrasco.

Beijos, me liguem.

sábado, 26 de dezembro de 2009

Saudades de

Ai, ai!

Que saudades da minha vida, da minha infância querida, que os anos não trazem mais.

:)

Saudades. Saudades de não sei o quê, de não sei quem, de não sei donde e de não sei porquê.

Viver. Passar os anos agora a pretender estar sempre de frente para as coisas, que são boas e que podem ser melhores ainda.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Boas festas

Quase entrando em vacas ações.

Professor passando uma resenha de uma parte de um livro grande e chato, que não somará nota, apenas não a tirará, é muito do chato.

***

Ainda esse ano (meu Deus, já está acabando). Bem, então, até primeiras semanas de janeiro, pretendo assistir tais filmes, tais peças, ler tais livros e fazer tais coisas:

1) Cortar o cabelo, por R$ 15,00, no cabeleireiro César ou Cláudio (nunca me lembro o nome dele), em frente ao Planalto do Chopp do Grajaú;

2) Acabar de ler "No caminho de Swann", de Marcel Proust, que estou lendo desde começo de outubro, para ver se ocupava minha mente após o fim dos 77 dias de namoro;

3) Começar e terminar de ler "A casa dos budas ditosos", de João Ubaldo Ribeiro e "Álbum de família", de Clarice Lispector (sim, eu disse, em post anterior, que eu já havia lido outros, mas isso é uma mentira, só fiz isso para somar números à lista, para parecer mais inteligente e legal do que realmente sou);

4) Revelar fotografias que estão presas e trancafiadas no computador. Desde janeiro de 2002 que não relevo nenhuma foto, se não me engano. Estávamos viajando - eu, meu pai, minha mãe, e meu irmão - visitando o irmão de minha mãe com sua então esposa, em Portugal, assim como visitando a família de meu pai, que mora na Espanha. Decidimos revelar todas as fotos já tiradas em Portugal mesmo, na cidade de Póvoa de Varzim, mais especificamente. Se também não me engano, dizem as boas línguas que o escritor Eça de Queirós nasceu nessa cidade;

5) Ver os filmes: "Abraços partidos", do espanhol Pedro Almodóvar; "Bastardos inglórios", do estadunidense Quentin Tarantino; "Deixa ela entrar", do sueco (?) Tomas Alfredson; e muitos outros...;

6) Acabar, antes do dia 7 de janeiro, ou melhor, antes mesmo de dezembro terminar, a resenha de um livro que eu abstraí o nome de minha cabeça, para História da Comunicação;

7) Terminar, finalmente, e com louvor, de escrever o livro "O complexo melancólico", que sofro para terminar desde dezembro de 2007.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Minha vida é um carango


Finalmente, depois de ter pago, pela primeira vez, o Duda, em 16 de novembro de 2008, poderei dizer que estou passado na prova da autoescola.

Paguei o Duda em 16 de novembro de 2008; consigui marcar com o Detran em 30 de dezembro de 2008; paguei a autoescola no começo de janeiro de 2009; fui para a primeira aula teórica em 17 de fevereiro de 2009; fiz minha prova teórica no começo de abril de 2009; comecei minhas aulas práticas em 18 de maio de 2009; acabei minhas aulas práticas em junho de 2009; desmarquei minha primeira prova marcada para dia 24 de julho de 2009, porque meu pai disse que ainda era cedo e que eu deveria fazer mais aulas; fiz minha primeira, de fato, prova prática em 19 de agosto de 2009; não passei e fiz minha segunda prova prática em 16 de outubro de 2009; e, finalmente, fiz minha última prova prática, que passei, hoje, dia 14 de dezembro de 2009. Daqui há apenas 16 dias meu processo venceria e eu teria que fazer tudo novamente.

Fiz, além das 15 aulas práticas que já estão inclusas no pacote, mais umas 20 aulas, praticamente. Sendo assim, fiz 35 aulas práticas, realmente. Fora as 30 aulas teóricas.

Os gastos devem ter chegado à quase R$ 1600,00.

Um carrinho agora já tenho, pelo bom Deus. Um Ford K, kkk onomatopeicos.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

O homem sem qualidades

Não se engane, a minha vida é chata, monótona, um fim em si mesma, um cotidiano idoso dentro do supostamente jovem, uma bobagem sem sentido, que dentro de seus limites específicos, não consegue sair de sua mediucridade ululante, que palpita diante de mim e dos outros, sem nunca me dizer algo que preste.

Sou sozinho, tímido, que vai ao cinema sozinho, que se refugia na frustração literária e que possui uma extrema vergonha alheia. Já fiz análise, já fiz amores passados, já fiz amores presentes e espero um dia fazer amores futuros, ainda que saiba que nenhum deles vingará, pois sempre abandonado se é.

Meus dias são sem propósito, meus objetivos nunca são alcançados, sempre possuo a sensação de dever não cumprido. Livros nunca terminados, leituras pela metade deixadas, caminhadas em vão vazias pelas ruas, uma identidade ao sábado à noite ao lado da avó idosa, vendo nisso uma das maiores felicidades e realizações mundanas.

Não sei cantar, não sei desenhar, não sei cozinhar, ainda não passei na prova de direção, não trabalho, até produzo, mas é apenas algo particular, sem repercussão e sem fins lucrativos. Dos filmes que gosto, dizem alguma coisa para mim, mas param em mim, porque meus amigos não gostam deles, e meus livros lidos são algo terminado na estante, pois é lado que eles invariavelmente acabam, compartilhados unicamente com meu pensamento.

Nem um blog eu consigo permanecer tendo. Ninguém nem o lê.

Espero que um dia eu deixe de ser melancólico e me satisfaça com a vida que eu tenho.

Agora, antes de dormir, depois de fechar o livro na página 300, Marcel Proust que me perdoe, mas caio em cama ao som, e não ao sabor de madeleine, de Aretha Franklin, Mahalia Jackson, Nina Simone, Amy Winehouse, Edith Piaf, Paolo Nutini, Ray Charles e Louis Armstrong.

Beijos, me liguem se quiserem.

***

Se você não captou a intertextualidade do título, quem vai revelá-la para você não sou eu. Vá ler Robert Musil.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Um fim de semana de filmes ruins

Esse fim de semana eu fui ao cinema, tanto sábado quanto domingo, e decepcionei-me, sob medidas diferentes, em ambas as sessões.

No sábado, diante do convite de um amigo, que não via há alguns meses, de sairmos, fui impelido, pelo avançado da hora, a aceitar ir ao Unibanco Arteplex, na Praia de Botafogo, um dos poucos bons cinemas restastes de rua do Rio de Janeiro. Sendo assim, fomos assistir "Lua nova", segunda adaptação para as telas da série de livros da escritora estadunidense Stephenie Meyer. Era o único filme que estava passando meia-noite e eu não tive outra escolha, a não ser pagar os sofridos R$ 9,00 e ir para a sala morrendo de sono.

Eu, naquela mesma semana, assisti uma mínima parte de "Crepúsculo", no Telecine Pipoca. O filme já é ruim, dublado, só Jesus salva. Para salvar minha dignidade, deixei de ver o filme e mudei para outro canal. Mas até que isso não me prejudicor para o entendimento de "Lua nova", pois o filme é tão simplório e se estende por muito tempo diante de uma questão tão sem muitos sentidos complexos (a paixão dos personagens principais; o vampiro não querendo a humana; o amor de um lobisomen entre os dois), que você se vê impelido a olhar pura e simplesmente para caras pálidas demais e corpos sarados também por demais.

Já "2012", visto no Shopping Tijuca, domingo, depois de uma reuniãozinha com a galerinha maneira da faculdade em um bar na Praça Vanhargen, ou seja lá como se escreve isso, foi algo que me decepcionou mais ou menos. Aliás, nem chegou a me decepcionar, porque eu já fui sabendo que seria um típico filme-catástrofe, que é estruturado por efeitos especiais e questões morais americanas bem corriqueiras. Demorou também bastante, mas o tempo pareceu passar mais rápido que em "Lua nova".

Concluindo, para me redimir, eu pretendo, neste próximo fim de semana, assistir a filmes mais cults e que me elevem aos céus do pseudo-cool.

sábado, 21 de novembro de 2009

Os últimos

1) Crime e castigo, de Fiódor Dostoiévski
2) A metamorfose, de Franz Kafka
3) Dom Casmurro, de Machado de Assis
4) A morte de Ivan Ilitch, de Leon Tolstoi
5) Os relógios, de Agatha Christie
6) O processo, de Franz Kafka
7) Nosso homem em Havana, de Graham Greene
8) Cidade de vidro, in A trilogia de Nova York, de Paul Auster
9) A invenção de Morel, de Adolfo Bioy Casares
10) No caminho de Swann, de Marcel Proust
11) Desafios brasileiros na era dos gigantes, de Samuel Pinheiro Guimarães
12) A casa dos budas ditosos, de João Ubaldo Ribeiro
13) A hora da estrela, de Clarice Lispector
14) Álbum de família, de Clarice Lispector
15) Memórias de minhas putas tristes, de Gabriel García Márquez

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Ai ai ai

Ainda não entendi da melhor maneira possível qual é o processo correto para se escrever um livro. Nem sei ainda se tenho paciência suficiente para escrever um. Apesar de tudo, já há quase dois anos, estou escrevendo um. Como não tenho muita disciplina, escrevi contos, que me fazem ter maior liberdade e tempo mais sucinto para dizer logo tudo o que eu quero. Realmente não teria como preencher pelo menos duzentas páginas com coisas que eu disse em, até o momento, no máximo seis páginas. Apesar de tudo, ao mesmo tempo em que tenho oportunidade de dizer mais coisas em mais contos e não ter que me disciplinar tanto, pelo brevidade contista, creio que não sou tão profundo e não tive a oportunidade de dizer número eficaz de coisas que poderiam vir a ser ditas em um livro.

Sendo assim, acho que com o tempo em que já pratiquei a escrita - mais especificamente desde dezembro de 2007 - já devo ter aprendido o suficiente. Além de tudo, as férias de verão já estão aí e posso me dedicar com mais afinco ao ofício. No entanto, posso até ter tempo para escrever, mas preciso, primordialmente, ter o que escrever. No meu livro de contos, "O complexo melancólico", ainda nem impresso, já escrevi uns dez. Alguns mais curtos que outros; um até poesia. Por enquanto, ainda falta finalizar dois, e devo querer escrever mais uns dois, ou três, mais por querer escrever mais páginas mesmo. Portanto, se eu realmente viesse a escrever um romance, com umas 300 páginas, atualmente provavelmente seria sobre a Espanha e a imigração, não tendo eu mais espaço para introspecções internas pscicológicas, pois elas já foram quase que todas esgotadas em "O complexo melancólico".

Ai ai ai, carrapato não tem pai. Ainda que, antes, eu pensasse que fosse Ai Ai Ai, carrapato não tem mais. Ou vice-versa.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Paliatividade

Sinceramente, a dor doi tão doída, que quando ela doi, chega a doer tanto que eu chego a gritar um grito alto, que chega tão longe e ao mesmo tempo não chega a ninguém, que acaba me fazendo ficar com mais dor, fazendo com que volte tudo ao princípio, matando e consumindo as almas doloridas e sofridas dessa África de sofrimentos mundanos e sem sentido que existe internamente dentro de nós mesmos.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Mais unzinho

10) No caminho de Swann, de Marcel Proust
11) Desafios brasileiros na era dos gigantes, de Samuel Pinheiro Guimarães

...

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Bob Esponja segundo a Teoria Crítica e os Estudos Culturais


Para início de avaliação, um resumo será feito do produto de massa escolhido, para um melhor entendimento das análises subsequentes. Deste modo, “Bob Esponja Calça Quadrada” é um desenho animado que gira em torno da vida de Bob Esponja, uma esponja-do-mar amarela, que mora na Fenda do Bikini, situada em uma região do oceano Pacífico, e que tem um caracol de nome Gary como animal de estimação. Trabalhando como cozinheiro no restaurante “Siri Cascudo”, cujo dono é o siri conhecido por Seu Sirigueijo, tem como companheiro de trabalho o polvo Lula Molusco, também seu vizinho. Sendo seu “melhor amigo” uma estrela-do-mar rosa, Patrick Estrela, Bob possui como amiga uma esquilo fêmea, vinda do Texas (EUA). Outras personagens são o plâncton chamado Plankton e a professora de direção, Senhorita Puff, além de outros secundários. Bob Esponja é, portanto, visto como ingênuo e amável.



Sendo assim, utilizando-se dos ensinamentos de Teoria da Comunicação, no que diz respeito à Teoria Crítica e às Teorias de Influência Culturológica, uma análise será feita do desenho animado, criado em 1999 pelo norte-americano Stephen Hillenburg, expondo os pontos de vista de cada vertente de ensino, suas contradições e suas conclu-sões chegadas.



Utilizando-se primeiramente a Teoria Crítica, entende-se que ela enxerga o pro-duto em questão como algo serializado e pré-estabelecido diante dos padrões norte-americanos de se fazer cultura. Para ela, Bob Esponja está inserido dentro do processo capitalista cultural e massificador, que renega a população ao direito de ter acesso a um produto de qualidade e diferenciado. Entendendo a situação como meio para se alcançar o retorno financeiro e satisfatório, a Teoria Crítica emprega a esse trabalho um caráter pejorativo, dentro do conceito de indústria cultural de massa, onde a cultura é vista não como um modificador, mas como um repetidor de regras, ideias e conceitos.



Dados concretos auxiliam para o melhor embasamento do que a Teoria Crítica apregoa, haja visto que “Bob Esponja Calça Quadrada” é o desenho animado de maior audiência do canal norte-americano Nickelodeon, sendo transmitido, no Brasil, pela Re-de Globo, líder de audiência nacional. Paralelamente, o desenho já foi transformado em filme, em 2004, alcançando uma das maiores bilheterias anuais, além de possuir site próprio na internet, ter virado boneco e jogo de videogame. O fato de o desenho já pos-suir dez anos de vida, 126 episódios, tendo cada um duração de onze a treze minutos e por dia serem veiculados dois, totalizando-se trinta minutos, com propaganda, auxilia na consolidação do pensamento de serialização, padronização e repetição, que caminha com a medianização do gosto pela cultura, seu entendimento como um produto sistêmi-co e encapsulado. Outro fator que pode juntar-se aos demais é o fato de que, apesar de “Bob Esponja” ter sido pensado artisticamente por uma pessoa, Hillenburg, várias outras mãos o fazem, carregando-se assim uma produção contínua e acelerada, visando atender ao mercado consumir.



Como percebeu-se, o desenho alcançou um status de mercadoria, semelhante a um tênis ou a um eletrodoméstico, ao invés de disseminar conceitos e passar uma visão diferente de mundo, mais esclarecedora para quem a vê, não se direcionando a incitar o telespectador a consumi-la para outros fins. Ainda assim, “Bob Esponja” se insere den-tro de uma macroestrutura capitalista e consumista, tendo sido engolido por ela e incita-do a fazer parte da mesma, não tendo, por si só, gerado todo esse desencadeamento mer-cantil e deteriorador do que os intelectuais chamam de arte. Entretanto, não há como abstrair o fato de que realmente houve uma serialização da obra de arte em questão, o desenho animado, assim como sua reprodução, distribuição, acesso e serialização cau-saram uma consequente banalização da mesma.



Para finalizar, seguindo os conceitos e preceitos da Teoria Crítica, “Bob Espon-ja” está, segundo o critério de Umberto Eco, em “Apocalípticos e integrados” (1964), no que se chama de baixa cultura, justamente por se tratar de um desenho animado veiculado primeiramente ao público infantil, em televisão e ter se transformado em filme, desenho e videogame, envolto no mundo capitalista. Em contrapartida, não é porque ele está dentro deste meio que pode-se afirmar que houve uma desconexão entre seu pensamento e sua subjetividade, geradores de alienação, estando implícitas as ideias de efeito narcotizante da mídia e autoalienação.



Tendo esta contradição em vista, os Estudos Culturais entrarão no trabalho como um meio para se compreender, com uma maior riqueza de detalhes, o legado do desenho “Bob Esponja”, tentando-se tirá-lo do estereótipo de médio e baixo no que se refere à cultura e arte e enxergando vários outros diálogos dentro do diálogo primeiro e raso que se pode vir a ter da animação. Ainda que inegavelmente inserido na cultura pop e de fa-to visto por muitos e pela maioria como um mero entretenimento e mercadoria, não se pode deixar de perceber nele um legado e um recado.



Portanto, sendo a cultura uma prática social e os estudiosos do Centre for Contemporary Cultural Studies (CCCS) tendo trazido a cultura para as experiências cotidianas, fazendo da arte uma expressão cultural, sendo tais estudiosos possuidores de tradição na crítica literária, tomar-se-á como base para análise os estudos do linguista russo Mikhail Bakhtin, onde os produtos culturais possuem discurso social e tom crítico e tendo, então, uma tentativa de fim de classificações ocas como alta, média e baixa cultura. Principalmente, a ideia de que o discurso é compreendido dentro do espectro cultural, sendo a “polifonia” indispensável para a análise do trabalho em questão, onde entende-se que dentro de um discurso existem vários outros.



Diante do que foi dito anteriormente, vê-se que, para uma criança, o desenho se resume a uma pessoa ingênua, seu amigo bobalhão, um vizinho chato, um patrão mão-de-vaca e uma esquilo fêmea que não consegue respirar dentro do mar. Em contraparti-da, há os outros discursos dentro deste primeiro, compreendido por quem já possui um repertório mais extenso de experiências culturais e de vivência como um todo. Com is-so, pretende-se encontrar em “Bob Esponja” algo além do que a simples baixa cultura capitalista e de massa preconizada pela Escola de Frankfurt, com sua Teoria Crítica.



Tendo isso em pauta, consegue-se analisar o produto de massa escolhido diante de processos, comportamentos e situações inerentemente imersos dentro da cultura nor-te-americana em que ele está inserido e, portanto, cultura ocidental, pois fenômenos im-perialistas e globalizados auxiliaram na difusão e assimilação do american way of life. Acima de tudo isso, há, sobretudo, a deflagração de algumas condições humanas ineren-tes e latentes, o que remete à psicanálise, sobrepujando e agregando valor ao modo de vida ditado pela cultura, dando uma abrangência de identificação maior aos casos verifi-cados.



Aproveitando-se o gancho dado pelas ideias de Adorno e Horkheimer, na Teoria Crítica, há o personagem Patrick, que representa toda a estupidez e burrices carregadas intensamente nos dias de hoje por uma sociedade cada vez mais acomodada, obesa e sem intenções de alteração de quadro. Mostrado como alguém sem vontade própria e imerso em sua asneira crônica, já foi veiculado, em um episódio, que Bob Esponja, seu vizinho, emprestou seu cérebro durante um fim-de-semana para Patrick utilizar. Moran-do debaixo de uma pedra, com móveis de areia e sem passar a impressão de que está tra-balhando, Patrick Estrela nada mais é do que o homem médio norte-americano, que está acima do peso, pela grande disponibilidade e oferta de alimentação pronta e rápida que há, em sua maior parte gordurosa e calórica. Além de tudo, ele também é o consumidor cultural essencial para a manutenção da condição televisiva e de cinema norte-america-na. Em suma, ou seja, Patrick é a representação da média e baixa cultura, que suposta-mente não se “esforçaria” e estaria “satisfeita” com a “porcaria” que vê e recebe cotidia-namente. Patrick seria, então, um personagem metalinguístico, perante a Teoria Crítica: baixa cultura representada dentro de um desenho que o é da mesma forma.



Por outro lado, há Lula Molusco, um polvo que é insatisfeito com seu trabalho e que tem raiva de seus vizinhos, além de uma veia artística duvidosa e contestada, sendo um invejoso perante seus amigos do passado hoje bem sucedidos. Sendo essas as prin-cipais atitudes do personagem nas tramas, o principal conceito implícito que ele expõe seria o da arte e seus conceitos, com suas contradições. No desenho, Lula Molusco é mostrado como um homem refinado, mas chato. Ele teria, supostamente, acesso à alta cultura (música clássica, pintura e escultura), mas é uma pessoa amarga, passando-se a ideia de vinculação entre cultura refinada e falta de gosto pelas coisas realmente boas da vida, como, para Bob Esponja e Patrick, caçar águas-vivas. Sua frustração vem princi-palmente pelo fato de ele morar entre dois vizinhos sem a menor veia artística e refina-ção e, acima de tudo, estar sendo obrigado a trabalhar como caixa em uma lanchonete medíocre. Portanto, o desenho mostra que Lula Molusco não consegue ganhar a vida com tais artes subjetivas e duvidosas, mas sim em trabalho braçal e sem esforço intelec-tual, onde se emprega a grande parte da população adulta dos Estados Unidos. Para fina-lizar análise no que se refere ao personagem Lula Molusco, sua frustração é irrefutavel-mente exposta quando, se propondo a dar uma aula de arte em um curso, além de nin-guém aparecer para assisti-la – fora Bob Esponja, que devota uma amizade platônica por Lula Molusco –, pois as pessoas preferiram assistir a de culinária, Lula se depara com um brilhantismo sem esforços por parte de Bob Esponja, que sem querer, com ape-nas uma marretada, “recria” David, de Michelangelo, enquanto o professor tenta a todo custo forçar o colega a fazer as coisas erradas, para mostrar-se superior. De modo dico-tômico, há, então, a percepção de um Patrick Estrela apreciador de mediocridades, mas feliz, enquanto há um Lula Molusco requintado, mas frustrado e recalcado.



Por sua vez, Sandy é um esquilo fêmea vindo do Texas. Com roupa de astronau-ta para possibilitar sua respiração, não se sabe ao certo como Sandy foi parar dentro do mar, mas é notória sua saudade da terra natal, bem especificada pelos autores do dese-nho, que a fazem rememorar as nozes e tortas do Texas, além da vida pacata e campesi-na do Estado. Ela é, também, por sua vez, em um episódio, discriminada por parte dos demais personagens por não poder respirar dentro do mar, sendo um ser inferior por is-so. Neste sentido percebe-se uma deflagração do preconceito existente diante dos imi-grantes, que saem de sua terra natal e tentam em outra localidade uma vida melhor. Co-mo se sabe, os Estados Unidos é um dos principais países de recebimento de estrangei-ros, tendo uma população, principalmente a do Sul, pouco contente com a presença dos mesmos em seu território, sendo a massa mexicana, em suma, associada a assalto e van-dalismo. Por sua vez, outro fator que faz com que se conclua que Sandy seria a repre-sentação de uma ilhada refugiada, é a grande ênfase nas referências ao Texas. Para a sociedade norte-americana, o Texas seria como, para os brasileiros sulistas, o Nordeste. Com sua sociedade conservadora e caipira, sem olhar muito para o futuro. Assim, San-dy é associada a esses dois estereótipos, tanto o do preconceito externo (visão do norte-americano para os estrangeiros – relação entre personagens do mar e da terra) e o do preconceito interno (visão do norte-americano do norte para com os do Texas, sendo este Estado utilizado mais como uma referência maior a todos os demais Estados menos desenvolvidos do Sul).



O personagem do Seu Sirigueijo remete à questão trabalhista, onde ele, como patrão, é economizador ao extremo, submetendo seus funcionários a trabalhos exausti-vos e repetitivos, além de o desenho não fazer referência alguma quanto a salários pa-gos. Em contrapartida, apenas em um episódio, brevemente, Bob Esponja comenta que uma única moeda que o Seu Sirigueijo segurava representava mais do que seu salário do ano inteiro. Portanto, Seu Sirigueijo está inserido dentro da dinâmica capitalista de tra-balho, onde visa-se o lucro e os direitos humanos ficariam um tanto de lado. Sua lan-chonete, com seus dois funcionários, que realizam atividades mecânicas e repetitivas (Fordismo – “Tempos modernos”: Charles Chaplin), é, para uma estrutura dos EUA, um local extremamente barato para se fazer uma grande refeição, sendo este um grande a-trativo para a camada pobre frequenta-la, engordando e banalizando-se. Seu Sirigueijo, por sua vez, possui um amigo que tenta a todo custo roubar a fórmula secreta do ham-búrguer da casa, fazendo com que fique explícita a grande concorrência comercial no ramo.



Por fim, Bob Esponja, personagem-título, está envolvido em várias dinâmicas sociais e comportamentais, que o enriquecem como obra de arte e ao mesmo tempo o deixam acessível ao público infantil e desejoso de entretenimento. Primeiramente, a questão do amor platônico por parte dele para com seu trabalho e sua amizade com o personagem Lula Molusco. Ainda que os dois não sejam recompensadores, pois Lula Molusco o rejeita e ignora e o trabalho é exaustivo e quase assalariado, Bob Esponja demonstra um gosto muito grande pelos dois, sendo seu amor pelo trabalho, ainda que este seja reles, uma constatação do workaholic, problema muito associado à modernida-de e ao dever de mostrar serviço, pois o desemprego está logo ali. Por sua vez, inician-do uma divagação acerca das suspeitas de sua homossexualidade, pode-se afirmar que muitas das afirmações podem ter começado a vir pelas atitudes do personagem, hoje em dia muito associadas a valores sensíveis e femininos, como a dedicação, o amor ao pró-ximo, os dotes caseiros, uma grande amizade com pessoas do mesmo sexo. Fora os me-nos evidentes, há o seu comportamento para com o personagem Patrick, que não é de maneira completamente evidente, mas também não o é tão escondido assim. Portanto, no episódio em que Bob e Patrick vão ao parque no dia de São Valentim e Patrick fica triste pelo fato de que Bob não tinha nenhum presente para dar a seu “melhor amigo”, é de uma sutileza tocante e inegavelmente quis passar alguma mensagem, mesmo que ela tenha sido a de que apenas amizades boas são muito fortes e devem ser preservadas e re-conhecidas.



Concluindo, para finalizar o trabalho, chegou-se a conclusão de que um desenho que possui tantos vieses e outros caminhos possíveis não pode ser meramente classifica-do como medíocre. Por mais que ele esteja, sim, inserido dentro do processo da indús-tria cultural – como, aliás, quase tudo, haja visto que até um filme autoral e artístico al-meja ter uma grande bilheteria e servir a um público grande, conhecido por “massa” – “Bob Esponja Calça Quadrada” passa mensagens comportamentais e relevantes para se repensar a sociedade de hoje em dia, não podendo ser exclusivamente renegado a um público de apenas cinco anos de idade, às dez horas da manhã.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Imagem e amor na depreensão do real em A. Bioy Casares e Alfred Hitchcock

Adolfo Bioy Casares (acima) e Alfred Hitchcock (abaixo)
“A invenção de Morel” (La invención de Morel) foi publicado em 1940, escrito pelo argentino Adolfo Bioy Casares (1914-1999). Já “Um corpo que cai” (Vertigo) é lançado em 1958, dirigido pelo britânico Alfred Hitchcock (1899-1980), baseado em livro “D’entre les morts”. Então, pela disciplina de Comunicação e Artes, uma análise e conexão entre as duas obras será elaborada, seguindo o intuito de se focar a questão imagética e a do relacionamento amoroso e seus desdobramentos, ainda que se tente perpassar pelo maior número de aspectos fílmicos e literários possíveis, que conseguiram ser notados e inter-relacionados.


Deste modo, tanto como no livro, quanto como no filme, a imagem é seguida da concepção de reprodução, réplica, imitação incessante, perda da essência. Sendo assim, no que diz respeito ao filme, extremamente autoral, de Alfred Hitchcock, pode-se notar que, para a compreensão e desenrolar da narrativa, a imagem e suas consequências são tratadas como condição essencial para a noção de identidade dos seres, girando essa problemática em torno de uma personagem em especial, Madeleine Elster (Kim Novak). Ela seria apenas uma, ou seria várias ao mesmo tempo?


Inicialmente, o espectador a reconhece como uma pessoa que está passando por problemas psicológicos e que, involuntariamente, age de forma suicida, como se estivesse imitando os passos de sua bisavó espanhola Carlotta Valdes. Madeleine possuindo 26 anos de idade, assim como sua bisavó ao suicidar-se, está, em uma determinada cena do filme, sentada diante de um quadro, alocado em um museu. O detetive John Scottie Ferguson (James Stewart) repara, e a câmera deixa a evidência bem explícita, que o modo como Madeleine Elster ajeita seus cabelos é idêntico ao modo como Carlotta Valdes o fazia. No entanto, em outro momento, quando ela, aparentemente, volta a si e não se recorda nem de ter ido ao museu, nem de nenhum outro ato suspeito, se mostra com penteado diferente, como se fosse uma marca de distinção entre as personalidades. Por outro lado, existe a verdadeira Madeleine Elster, que é assassinada pelo marido, Gavin Elster (Tom Helmore), sendo ela, deduz-se, muito parecida fisicamente com quem quis se passar por ela, Judy Barton, que para efeito de diferenciação, quando é si mesma na película, encontra-se de cabelos tingidos de outra coloração. Por fim, Judy Barton é encontrada por John Ferguson e, para nós, ele vê nela uma ensandecida maneira de reencontrar a mulher amada que já se fazia morta. Com o passar do tempo e da relação iniciada pelos dois, repara-se que John deseja que Judy se vista do mesmo como Madeleine – no caso, desejava, então, que ela se vestisse do mesmo modo como ela mesma se vestira anteriormente – assim como que eles reprodu-zam, novamente, os passos dados na ocasião da morte da verdadeira Madeleine Elster. Também há, no filme, outra personagem, Marjorie Midge Wood (Barbara Bel Geddes), que, em um momento, faz uma pintura de si, mas com o corpo de Carlotta Valdes, que é ela mesma e que é também Madeleine Elster, que é Judy Barton.


Ou seja, uma única pessoa era, na verdade, três. Judy Barton se passa por Made-leine Elster, assim como, de certa forma, se passa também por Carlotta Valdes (tanto nos atos suicidas, forjados, como o filme se faz por entender, quanto pelo simples ato do penteado, assim como no instante em que assina por Carlotta na recepção da pensão). Ainda há outra, Midge, que por sua vez quis se transformar em Carlotta na pintura, tentando, assim, ser Madeleine Elster, na verdade Judy Barton, que o detetive John tanto amava. Em suma, uma imagem reproduzida em várias pessoas, momentos e circunstân-cias e a repetição dos fatos para a descoberta da essência do mesmo.
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Aí, um paralelo pode ser feito com o livro “A invenção de Morel”, a partir do momento em que se compreende que todos os atos depreendidos pelo personagem prin-cipal – que por sua vez não possui nome e, então, é sem identidade – foram, na verdade, projeções, pois haviam sido, por Morel, gravados. Entende-se, então, a razão pela qual o personagem principal, que conta em diário seu dia-a-dia, não participa, não interage com os demais personagens que vivem na ilha; ele não havia sido gravado, não havia se tornado uma imagem, reprodutível e reaproveitada, e então estava ausente de todo o resto do processo de interação e comunicação. As constantes idas, enfim, de Faustine à praia, admirando o crepúsculo, são nada além de imagens e reproduções. E, quando o narrador da estória descobre qual é a invenção de Morel, ele se grava também. Por sua vez, ao gravar-se, o narrador entende isso como um processo de ida ao eterno, pois ao se gravar, sua alma se descolaria de seu corpo, o fazendo, consequentemente, morrer, apesar de sua alma ficar registrada para sempre dentro da máquina. Foi essa, então, a forma com que ele achou para ir ao encontro de Faustine, sua amada: entrando no mesmo processo incessante, idêntico e reprodutivo em que ela se fazia presente. Em contrapartida, o escritor brasileiro Otto Maria Carpeaux, em artigo ao jornal “O Estado de São Paulo”, em 1966, ao resumir a obra de Bioy Casares, afirma que “(...) As radiações que impulsionam sua máquina mataram-no. A presença dessas radiações é a doença mortal na ilha.”. Já para o narrador do livro, o que parece ocorrer é um tanto mais lírico. Morrer-se-ia ao ser gravado, fotografado, ou seja lá o modo de captação que convir, pois a alma vai-se embora com o objeto. Ao mesmo tempo, permanece-se para sempre registrado, em uma certa imortalidade. Não custa mencionar, ainda que se refira à língua inglesa, a fala do estudioso da Comunicação Stuart Hall, que em entrevista, na Universidade de Massachusetts, em 1989, acerca de seu ensaio “Codificação/Deco-dificação” (1980), afirma que “essa noção (de reprodução) é quase impossível, na língua inglesa, de ser separada da ideia de mera repetição”. Concluindo, todas as pessoas que o nar-rador via já estavam mortas, não eram mais “reais”, ainda que estivessem sendo vistas e sentidas por ele, as transformando, de tal modo, em “reais”.


Seria, então, o que foi dito acima, o mote central das duas obras: a realidade. Esta, por sua vez, entendida através da problemática da imagem e sua reprodução diante dos olhos humanos. A visão da imagem de pessoas mortas as tornaria automaticamente reais ou virtuais? Uma mesma pessoa, incorporada em mais de uma, tanto física quanto psicologicamente, as tornariam reais ou as anulariam simultaneamente? Fechando a a-nálise no que diz respeito a tais questões, em “Um corpo que cai”, a repetição das ações se faz para que se chegue em um final da situação, a fazendo conclusa e compreendida, definindo seu âmago; em “A invenção de Morel”, a repetição das ações é percebida como uma entrada na eternidade e na imersão sentimental e sensacional, sendo a pessoa inclusa no processo mecânico e incessante ao ser passada para imagem. No filme, a re-petição para se chegar à conclusão (morte); no livro, a repetição para se chegar à com-clusão (vida).


Por parte final do trabalho, a questão amorosa é depreendida nos dois conteúdos como algo metafísico, complexo e nem sempre tão correspondido assim. Em “A in-venção de Morel”, o narrador é fissurado pela imagem de Faustine e não se sabe se ele a ama realmente, como casais se amam naturalmente a partir do convívio diário. Nem com sua passagem para o lado de Faustine, no momento em que ele “se registra”, há a total certeza de que ele encontrará o amor na mulher amada, pois ele apenas vai a seu encontro, e não necessariamente ela vai ao dele. O simples fato de Faustine não existir já complica bastante as coisas. No entanto, como o narrador também não existe, por não possuir identidade e ter sido abandonado na ilha, pode facilitar em alguma coisa as coi-sas. Junto a tudo isso, há ainda Morel, que seria um rival do narrador, pela disputa por Faustine.


Em “Um corpo que cai”, a questão do amor é primeiramente tratada quando o detetive John Ferguson afirma que amou sua amiga Midge, por algumas semanas, du-rante a faculdade, e que foi ela quem o rejeitou. Depois, um marido supostamente amá-vel pede socorro por sua mulher. Ele, como se sabe, a mata, demonstrando-se que ele não a amava tanto assim. Por sua vez, Judy Barton dá a entender que ela e o marido de Madeleine tiveram um caso, não tão bem resolvido. Antes, entretanto, há o envolvimen-to de John com Judy-Madeleine, encontrando, por sua vez, problemas no que diz respei-to ao sentimento de Midge por John, que apesar de tê-lo rejeitado antes, parece o amar agora. No final, John ama uma Judy que tem que ser Madeleine. Conclui-se que ele só ama as que não são tão reais e sinceras, sendo a única que o deve ter amado de verdade, Midge, rejeitada por sua depressão aguda. Tão complexo quanto “Quadrilha”, de Carlos Drummond de Andrade: “João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém.”


Em consequência, o amor, no livro do argentino e no filme do britânico, é tido como idealizado e contemplativo. Já a reprodução, resguardados seus devidos fins em cada trabalho, para o livro é algo que envolveria, simploriamente falando, técnica (Walter Benjamin, em “A obra de arte na era de sua reprodutividade” – Escola de Frankfurt, Teoria Crítica), ainda que, claramente, psicológico; e para o filme, sentimento e mente.

domingo, 4 de outubro de 2009

Livros lidos pela metade não são livros lidos completamente

Voltando à listinha, vou dar uma ajeitada nela. Livros lidos pela metade não são livros lidos completamente. Sendo assim, uma repaginada será dada na listinha.

***

1) Crime e castigo, de Fiódor Dostoiévski
2) A metamorfose, de Franz Kafka
3) Dom Casmurro, de Machado de Assis
4) A morte de Ivan Ilitch, de Leon Tolstoi
5) Os relógios, de Agatha Christie
6) O processo, de Franz Kafka
7) Nosso homem em Havana, de Graham Greene
8) Cidade de vidro, in A trilogia de Nova York, de Paul Auster
9) A invenção de Morel, de Adolfo Bioy Casares
10) No caminho de Swann, de Marcel Proust

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Presentear


"(...) É cada vez mais difícil presentear. Onde ainda sobre algum espaço? Ah, que desgraça, não saber o que mais desejar. Tudo foi realizado. O que falta, dizemos, é a carência, como se a quiséssemos transformar em desejo nosso. E continuamos presenteando sem piedade. Ninguém mais sabe o que quando de quem lhe demonstra afeto. Sentia-me saciado e carente quando, indagado, pedi um rato como presente de Natal." A ratazana; Günter Grass.

***

Isso faz-me lembrar da vez em que, diante do aniversário de 13 anos, fiz o pedido por três lazanhas Sadia congeladas.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Sarney, Imprensa e Representatividade


Universidade Federal do Rio de Janeiro – Escola de Comunicação
Departamento de Métodos e Áreas Conexas (DMAC)
Disciplina: Comunicação e Realidade Brasileira (ECA 112)
Professores: Fátima Fernandes e Eduardo Refkalefsky
Período: 2009/2

· Matéria publicada no jornal “O Globo”, da família Marinho, no dia 16 de setembro de 2009, quarta-feira, página 9, na seção “O País”, pela jornalista Maria Lima, de Brasília, sob título “Sarney: mídia não representa o povo – Senador diz que parlamentares são criticados porque fazem tudo ‘às claras’”.

A matéria foi feita em consequência de discurso do Presidente do Senado, José Sarney, no Dia Internacional da Democracia – 15 de setembro –, em que afirma que o representante do povo são os parlamentares e não a mídia, chamada por ele de “inimiga das instituições representativas”. Trecho que demonstra de modo mais eficiente o discurso do Presidente do Senado é o seguinte: “A tecnologia levou os instrumentos de comunicação a tal nível que, hoje, a grande discussão que se trava é esta: quem repre-senta o povo? Diz a mídia: somos nós; e dizemos nós, representantes do povo: somos nós. É por essa contradição que existe hoje que, de certo modo, a mídia passou a ser uma inimiga das instituições representativas.” Segundo pode-se extrair do discurso, José Sarney afirma, e não coloca em dúvida, quem representa o povo, ao colocar o “nós” (parlamentares), seguido do aposto “representantes do povo”.

Seguindo adiante, a partir da análise da matéria jornalística, anexada a este pri-meiro relatório parcial, será feito um estudo mediante certas categorias, como tipo de matéria, atributo de forma, análise da estrutura noticiosa, atributos de linguagem e impressões causadas, subdivididas em ‘a’, ‘b’, ‘c’, ‘d’ e ‘e’, respectivamente.

A) A matéria é do tipo notícia, haja visto que houve, basicamente, uma transcrição da fala de Sarney, intercalada apenas com algumas rememorações de fatos recentes, explicitados no lide, que já, por si só, demonstram a opinião do veículo diante do ocorrido. Não houve transcrições de entrevistas e falas de outros parlamentares ou espaço para debate acerca da opinião do Presidente da Casa, sendo isto algo determinan-te para a classificação da matéria de ‘notícia’ e não ‘reportagem’, muito menos ‘artigo’. Segundo Juarez Bahia, em “Jornal, história e técnica – As técnicas do jornalismo”, “Enquanto a notícia nos diz (...) se o acontecimento entrou para a história, a reportagem nos mostra como é que isso se deu. Tomada como método de pesquisa, a notícia se es-gota no anúncio; a reportagem, porém, só se esgota no desdobramento, na pormenorização, no amplo relato dos fatos” (página 49).

Diante da leitura da notícia, houve uma percepção da divisão entre graus opinativos e descritivos, apesar de o primeiro ter se sobressaído ao segundo. O opinativo en-contra espaço sempre que a jornalista Maria Lima coloca em seu texto situações recentes que ficaram na memória do cidadão brasileiro, que deflagravam a falência da política nacional. Tal abordagem desmoraliza, implicitamente, a fala de José Sarney. Exemplificação mais marcante do que dito anteriormente é a ironia, da jornalista, diante da declaração de Sarney, em que afirma que o Legislativo faz tudo às claras: “Sem citar os mais de 500 atos secretos para contratar aliados, aumentar gratificações e outros benefícios, Sarney disse que (...) são alvo de críticas justamente porque agem às claras”. Já o descritivo é percebido quando se expõe diretamente seu discurso.

Sua abordagem foi, de certo modo, analítica, pois contextualizou o discurso, com fatos recentes do Senado e também ao afastamento, no mesmo dia, promovido pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal, do desembargador que censurou “O Estado de S. Paulo” de noticiar denúncia envolvendo Fernando Sarney, filho de José Sarney. Sendo assim, apesar de não possuir entrevistas com pessoas, para o debate e a melhor visão dos dois lados da opinião, não pode-se dizer, de todo, que a abordagem dada por “O Globo” foi simples, pois a matéria é mencionada com chamada em primeira página, no contexto de uma das manchetes do dia: “Juiz é afastado, mas censura a jornal continua: A Justiça do DF afastou o desembargador Dácio Vieira do caso que envolve ‘O Estado de S. Paulo’, mas a censura ao jornal não foi suspensa. No Senado, Sarney afirmou que ‘a mídia passou a ser inimiga das instituições representativas.’” No recheio do periódico, na página 9, além da notícia, há foto de Sarney, durante o discurso, com legenda.

B) A notícia é encontrada na página 9 da seção “O País”, principal do jornal “O Globo”, pois é a primeira do primeiro caderno. Vem, na mesma página, acompanhada de notícias como “Juiz que censurou jornal é afastado; censura continua” e “CNJ afasta juízas na Bahia”, sendo a do Juiz hierarquicamente mais destacada, a de José Sarney em seguida e da CNJ por último, sendo esses acontecimentos ligados no que diz respeito à magistratura e comunicação, encontrando aí justificativa para encontrarem-se em mesma página. Possui, de certa forma, uma chamada na primeira página, apesar de indireta, abaixo da dobra do jornal, como já mencionado no final do item ‘A’. O título da matéria possui duas colunas, contando-se o título em si e seu subtítulo. A matéria encontra-se acima da dobra. Há, também, a utilização de fotografia, acima da matéria, do Presidente do Senado, José Sarney, discursando, assim como uma legenda para a mesma: “SARNEY: ‘Enquanto os poderes Executivo e Judiciário tomam decisões solitá-rias, o Legislativo o faz às claras”. Ao término da matéria, há o endereço da página do jornal na internet, para que os leitores possam escutar, na íntegra, o discurso de Sarney.

C) O título da matéria, “Sarney: mídia não representa o povo”, é verbal, sendo este empregado, geralmente, para causar mais impacto e ideia de ação e imediatismo do caso. Outro recurso utilizado é pôr, seguido de dois pontos, o nome de José Sarney, explicitando, com isso, que quem fez tal afirmação foi ele e não o jornal “O Globo”.

A matéria possui, em seu primeiro parágrafo, um lide tradicional, pois expõe a notícia principal, que é o discurso do Presidente do Senado. No entanto, antes disso, faz toda uma contextualização com fatos anteriormente ocorridos, que já preparam o leitor para certa rejeição ao que José Sarney tem a dizer. Deste modo, não se possui, formal-mente, um lide que uma notícia ‘hard news’ exigiria, tradicionalmente. Em se tratando da pirâmide da notícia, crê-se em uma hierarquia de informações um tanto confusa, em decorrência dos seguintes fatos: há a transcrição de três trechos do discurso de José Sarney, sendo o primeiro referente à mídia e sua representatividade diante da população, o segundo dirigindo-se à transparência do Legislativo, Judiciário e Executivo e o último, transcrito de modo indireto, ressaltando que, para Sarney, é melhor possuir um Parlamento ruim, do que nenhum Parlamento. Não é sabido, por parte do leitor, supostamente, que ele já tenha, de antemão, conhecimento do discurso na íntegra. Sendo assim, não se pode ter a certeza de que as falas dos assuntos mencionados ocorreram do modo como se lê, a primeira antes da segunda e assim sucessivamente, ou se o jornal priorizou uma em relação a outra e em detrimento das demais que porventura ocorreram. Tal hipótese é ressaltada pelo fato de que, no lide, há a menção da questão mídia-povo-parlamentares, além de no título e na chamada da primeira página, também. Concluindo, a hierarquia da notícia foi fundamentada diante da subjetividade jornalística, pois, por exemplo, para um grupo de juízes, o fato mais importante do dia seria a acusação de que eles não fazem tudo “às claras”.

O texto é, por sua vez, completamente contextualizado, contribuindo essa contextualização fortemente para o julgamento da questão. Obviamente, por tais motivos, confirma-se a subjetividade da notícia. Além das contextualizações dentro da matéria, há a contextualização da página em si, onde encontra-se notícias afins aos temas tratados pela jornalista.

Segundo o senso atual, a política brasileira é falida, e o jornal “O Globo” não fugiu muito do que já vinha reproduzindo em suas matérias diárias. Há uma deflagração da hipocrisia por parte de José Sarney, bem explicitada e já reafirmada pelo pensamento da população, que vê no político brasileiro um todo hipócrita e sem moral. Por sua vez, se a visão da imprensa foi moldada a partir do pensamento do povo de que o político é hipócrita e amoral ou se foi a imprensa foi quem gerou este tipo de pensamento na população, é outra questão a ser debatida.

As declarações contidas na notícia são diretas e indiretas, havendo dois trechos do discurso lidos de modo direto pelo leitor e outro lido de modo indireto. As únicas citações são estritamente transcrições da fala de José Sarney, não havendo nenhuma mais, como, por exemplo, uma declaração de um especialista, para criar um argumento de autoridade ao texto, agregando valor à notícia. O único “contraste” às declarações do político são as notícias sabidas e veiculadas através do próprio jornal, que, por si só, já é uma autoridade perante o leitor.

D) Substantivos (1)

(1.a) Positivos -> não há, na matéria, substantivos de caráter positivo;
(1.b) Negativos -> “corrupção”, “denúncias”, “críticas”, “contradição”;
(1.c) Neutros -> “mídia” (cinco vezes), “povo” (quatro vezes), “representantes” e afins (três vezes), “Parlamento”;

Adjetivo (2)

(2.a) Positivos -> não há, na matéria, adjetivos de caráter positivo;
(2.b) Negativos -> “má”, “inimiga”, “secretos”, “solitárias”, “pior”;
(2.c) Neutros -> “solene”, “grande”, “antiga”.

Verbos (3)

(3.a) Positivos -> “atualizar”;
(3.b) Negativos -> “criticar”, “reabilitado”, “censurou”, “afastou”;
(3.c) Neutros -> “representa”, “discursaram”, “agem”.

E) Finalizando o trabalho, nota-se que a intenção da matéria é deflagrar as con-tradições existentes no discurso do Presidente do Senado, José Sarney, haja visto que ele afirma que, no Legislativo tudo é feito às claras, sendo que mais de 500 atos secretos foram praticados; mas principalmente, é demonstrar a afirmação de que são os parla-mentares que representam o povo, e não a mídia, sendo o fato exposto de modo que o leitor o veja de maneira crítica e negativa. A credibilidade da matéria é grande, justa-mente por causa dos bons exemplos dados, que contradiziam e desmoralizavam Sarney.

A neutralidade da matéria e sua consequente imparcialidade são nulas. É explícita a crítica ao parlamentar, não foram ouvidos os dois lados da história e é vista uma defesa metalinguística da mídia através da própria mídia. No entanto, o texto anda em harmonia em relação ao pensamento dos leitores.

Diante da aula ministrada no dia 17 de setembro, a conexão que pode-se fazer com os conhecimentos adquiridos de Constituição-Política-Comunicação são as seguintes: o discurso foi em 15 de setembro, Dia Internacional da Democracia, que, segundo o que se conclui da Constituição Brasileira, é um direito de todo cidadão e um modo de governo, além de estar refletida em todos os aspectos da mesma. Outra questão que remete à aula é a representatividade do povo, que esbarra no que é legal (governo) e no que, hoje em dia, é mais moralmente viável (mídia). Por fim, a imprensa e a Comunicação, como um todo, foram debatidas, como estudado.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Os populares estão em crise

414 amigos no Orkut, 62 seguidores no Twitter, 52 amigos no Facebook, 21 amigos no MySpace e 9 seguidores no Blog.

Será que a vida, realmente, é tão popular assim?

http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=15498081

domingo, 30 de agosto de 2009

O elefante de Amélie é incompreendido

Essa semana foi uma boa semana. O cinema de qualidade chegou em minha morada. "Elefante" (Elephant - 2003) - , de Gus Van Sant, "O fabuloso destino de Amélie Poulain" (Le fabuleux destin d'Amélie Poulain - 2001), de Jean-Pierre Jeunet e "Os incompreendidos" (Les quatre cents coups - 1959), de François Truffaut.

"Elefante" travou quase em seu final, então, depois, o verei novamente, para saber realmente como as coisas são e ter uma opinião concluída. "... Amélie Poulain" é muito bom, com suas cores bem vivas e sua história interessante. Já "Os incompreendidos" é simplesmente uma das melhores coisas já vistas em todos os tempos. Só vendo, para saber.

Boa sessão.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Oprah Winfrey e as massas

O “The Oprah Winfrey Show” já chamou-se “AM Chicago”. Lançado em 1983, localmente, obteve tanto sucesso, que conseguiu, em setembro de 1986, cobertura nacional. Com um histórico de vida humilde, Oprah conseguiu crescer e se tornar a mulher negra mais rica do século XX, segundo a revista “Forbes”. Até 2005, pelo menos, era a terceira celebridade mais rica do mundo, perdendo apenas para Mel Gibson e Tiger Woods. Hoje, o programa de auditório de Oprah é o mais visto dos EUA, com grande repercussão mundial, chegando aos lares em mais de 100 países, cinco dias por semana.

Aqui no Brasil, desde 2005, no canal por assinatura das Organizações Globo GNT, Oprah (que deveria chamar-se Orpah, em relação a um nome bíblico) debate seus temas em horário nobre, às 20h00min. Com sua naturalidade habitual, já deu, em 2004, para todo seu auditório, através de acordo publicitário, 276 carros Pantiac G6. Outro fato que marcou a carreira da apresentadora, atriz e também psicóloga, no “The Oprah Winfrey Show”, foi a entrevista rara conseguida com o cantor Michael Jackson, em 1993, tornando-se este o quarto evento mais assistido da televisão norte-americana, com uma plateia recorde de 100 milhões de pessoas.

Agora, apesar de todas as coisas boas, seu programa é realmente merecedor de elogios críticos? Sim e não. Ela é, sem sombra de dúvidas, a melhor apresentadora que há em exercício, na atualidade. Mas seu diário matinal (nos EUA, é exibido às 8h00min), por vezes, soa como uma Márcia Goldschmidt desenvolvida.

Ela consegue, de fato, colocar o telespectador diante da TV e fazer com que ele preste atenção nela. Grandes coberturas, dignas dos principais telejornais noticiosos, já foram feitas e ancoradas por Winfrey. Quando do furacão Katrina, por exemplo. Conseguindo angariar uma multidão em suas causas, obteve apoio popular, construiu casas para desabrigados, aumentou o número de doações para os necessitados e mostrou de perto o que muitos ainda não conseguiam ver: a miséria do sul negro dos Estados Unidos.

Apesar de tudo, quando as questões giram em torno da auto-ajuda excessiva, o piegas caminha muito ao seu lado. Fazendo programas totalmente dedicados a falar de uma peça de roupas, ou sobre o melhor sutiã para você, mulher, usar, realmente não nos fazem compreender a razão para tanto sucesso e prestígio. Resolver falar de comida, então, pior ainda. Oprah tem problemas com a balança, e soa egocêntrico por demais quando ela decide, com alguma frequência, falar dos melhores hábitos de alimentação.

Em suma, o mais chocante é quando dá a impressão de que ela impinge éticas morais e cívicas a alguns convidados de seu show, mostrando-nos, simples brasileiros, o quanto a sociedade americana ainda é muito conservadora e chata, principalmente no que diz respeito ao sexo.

Mas mesmo assim, o “The Oprah Winfrey Show” possui mais qualidades do que deméritos. Apenas o fato de o programa (leia-se, única e exclusivamente, Oprah) fazer conseguir chorar, sem parecer forçado, já o faz ganhar muitos Emmys na cotação de cada cidadão que a assiste. Ele não induz ao choro, apenas mostro temas, fatos e questões que importam à sociedade e a fazem repensar e tentar melhorar, em algum aspecto.

Conseguindo exclusivas com mais celebridades do que qualquer Amaury Jr. um dia pensará em conseguir, Oprah Gail Winfrey é hoje a mulher que pode dizer que levou Barack Obama para a presidência da República. Seus livros lidos e comentados se tornam, rapidamente, em best-sellers no “The New York Times”; seu presidente escolhido se torna, rapidamente, empossado na Casa Branca; sua plateia é a mais eufórica, que bota qualquer Silvio Santos com muita inveja e, com isso, ela só vai ficando mais rica e mais prestigiada e respeitada, em todo o mundo. Não à toa, Oprah deve conseguir, para si, o canal Discovery Home and Helth, o dedicando apenas para si mesma. Possui, também, duas revistas: “The O Megazine”, “O at home”; um estúdio: “Harpo”; um canal de rádio: “Oprah and friends” e já concorreu a um Oscar de melhor atriz. E você, tem, para si, por acaso, um programa, uma produtora, duas revistas, um canal de rádio e uma fortuna avaliada em mais de US$ 2,7 bilhões?

sábado, 22 de agosto de 2009

Voltando à listinha

1) Crime e castigo, de Fiódor Dostoiévski
2) A metamorfose, de Franz Kafka
3) Dom Casmurro, de Machado de Assis
4) A morte de Ivan Ilitch, de Leon Tolstoi
5) Os relógios, de Agatha Christie
6) Ulisses, de James Joyce (incompleto)
7) Um gato entre os pombos, de Agatha Christie (incompleto)
8) O processo, de Franz Kafka
9) Nosso homem em Havana, de Graham Greene
10) Cidade de vidro, in A trilogia de Nova York, de Paul Auster
11) El príncipe de la niebla, de Carlos Ruiz Zafón

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Deus e o diabo em terras latino-americanas

O Cinerama, cineclube formado por alunos da Escola de Comunicação da UFRJ, organizou, para a quinta-feira (20), às 13h00, durante a Semana dos Calouros de 2009.2, a exibição de “Pachamama”, dirigido por Eryk Rocha, filho de Glauber Rocha. Após a sessão, haveria debate com o diretor e o historiador Gabriel Chaves, que acompanhou o diretor do filme pela América Latina, para a confecção do documentário.

“Pachamama”, que significa “mãe terra”, foi o único documentário, entre seis longas, a disputar o Kikito de melhor filme, na 36ª competição do Festival de Gramado (RS). A partir dele, foi gerada uma série, chamada “Da selva à cordilheira”, vendida para o Canal Brasil e redes de televisão públicas. Segundo Gabriel Chaves, foi tal venda que custeou o fim da produção do filme.

Rodado a partir de 02 de janeiro de 2007, tece questões de territorialidade e geopolítica, passando por Brasil, Peru e Bolívia, focando-se na questão da identidade pré-colombiana dos povos latino-americanos, do preconceito em relação à folha de coca e do socialismo populista latente por quase todo o território da América do Sul.

Logo depois do filme, passado no auditório do CPM (Centro de Produção Multimídia), as não muitas pessoas que lá estavam foram encaminhadas para uma sala, onde ocorreria o debate. Neste momento, as não muitas pessoas transformaram-se em realmente poucas e a mudança de local foi causada pela necessidade de uso do auditório para aula.

Segundo folheto distribuído pelo campus da Praia Vermelha, seria vista uma “pré-estreia”, mas eis que a dúvida surge: uma pré-estreia que já foi até concorrente de prêmio em festival? Além de tudo, este mesmo papel informava que o debate seria realizado com o diretor e o historiador. No entanto, nada de diretores famosos ou familiarmente famosos. Lá, na sala pequena com poucas pessoas, encontrava-se apenas Gabriel Chaves. Não que isso seja um demérito, afinal de contas, Chaves é gabaritado para debater qualquer questão que envolvesse a película. Entretanto, não deixa de ser uma quebra de expectativas. Problema mesmo é uma porta de auditório de CPM que nunca fecha, sempre fazendo barulho por falta de lubrificante.

Já no debate em si, Chaves afirma que, para ele, o filme serve para tudo e para todos: “Basta a gente trocar a lente. É como você quiser ver o filme”, em uma alusão ao fato de que seu objetivo não foi alcançar a classe acadêmica ou o mercado de shoppings, direcionar o trabalho, mas sim deixá-lo acessível a todos e a várias interpretações. Apesar disso, afirma que é um “trabalho não comercial, mas não mambembe, amador.” Questionado sobre alguma semelhança entre sua viagem e a de Che, pela América, e o consequente filme “Diários de motocicleta”, diz que não, não há semelhanças: “Esquerda do século XX morreu. Muito ortodoxa”. Sobre o apelo comercial do filme de Walter Salles, assume que “delírio do sucesso é irreal”.

A partir da grave crise ocorrida na Bolívia, acerca da autonomia da região boliviana de Santa Cruz de La Sierra, Chaves crê que Evo Morales, presidente do país, renega os latinos, dando prioridade aos nativos, e que a América Latina é extremamente diversificada. Por fim, o historiador Gabriel Chaves, que com mais 06 pessoas fez parte da produção do filme, reitera que fez um registro, uma contribuição. Apenas mostrou os movimentos revoltosos já existentes, não exacerbando nenhum. Metaforicamente, discursa que “não fez um filme francês sobre a Índia”.

Atualmente, Chaves prepara o lançamento de um livro e Eryk Rocha, um novo filme. Chamado provisoriamente de “Transeunte”, não é um documentário, e sim uma ficção, sua primeira. Possuindo até um blog de divulgação (transeunte09.blogspot.com), promete, aparentemente, alcançar um maior número de pessoas e transformar, pelo menos para ele, o delírio do sucesso em algo real.

domingo, 16 de agosto de 2009

ECO


Hoje, meu sonho se tornará realidade. A espera acabou.


sábado, 8 de agosto de 2009

O Grajaú na coluna do João


Estava eu, como quem nada quer, deitado em meu sofá, lendo meu jornal, em pleno sábado pós-almoço e pós-curso cansativo de espanhol. Na televisão, ligada apenas, escutava o programa do Luciana Huck, mais especificamente no quadro da reforma das casas. Não quero me focar muito nesse assunto, mas o que é aquilo de, ao fim da descoberta da nova residência, os moradores da mesma começarem a fazer ceninhas de agradecimento? Tudo perde, completamente, a sinceridade e sentimentos honestos e puros que todo o resto do programa quis passar. Enfim, passadas essas implicâncias de minha parte, lia eu meu jornal, como já foi mencionado.

Antigamente, dos 15 anos 16, eu lia o jornal inteiro. Religiosamente, todo. O começo, parte de política, cidade e internacional, com muito mais entusiasmo que as partes restantes, como cultura, espertos e economia, sendo essa uma escada decrescente de interesse recíproco. Depois, consequentemente, passei a ler a primeira página e no tempo que sobrava, "Segundo caderno", "Revista O Globo", "Revista da TV" e "Megazine". As más línguas podem dizer: tu estás emburrecendo, ó pá. Nem sei. Acho que fiquei é mesmo com preguiça de querer saber sempre das mesmas maracutaias, que não dão em nada, na política; das mesmas mortes e violência no Rio de Janeiro; das mesmas ações populistas dos latinoamericanos, das guerras Irá-Iraque-Palestina-Israel-Coreia do Norte entre outras coisas, entre outras coisas, entre outras coisas.

Sendo que, hoje, sábado, vem, no jornal, dois bons suplementos: "Prosa & verso" e "Ela". Tenho certo preconceito com o último, haja visto que é mulherzinha demais e ainda é petulante o suficiente para querer achar que sabe e pode falar de homens. Quando é que os jornais vão ter a capacidade de enxergar que nós, homens, não nos contentamos em ter um espaço mínimo reservado no caderno das mulheres para falar de nosso comportamento, nosso modo de vestir, nosso modo de ter nosso modo?! Detalhe, são mulheres que escrevem sobre homens. Hein?!

Nesse dito cujo caderno "Ela", na página 2, tem um espaço para um colunista. Lá, escrevem, revesadamente, Ana Cristina Reis e João Ximenes Braga. Creio que ele é o único homem (gay, há de se especificar; ele nunca afirmou, mas é óbvio que ele é) que coloca uma palavra naquele caderno. Eu nem me dou muito ao trabalho de ler o que ela escreve, mas dele até que dou uma lida às vezes. Seria tipo uma espécie Carrie Bradshow em versão masculina, e moradora do Rio, ao invés de São Paulo = Nova York. Pois então, hoje ele resolveu falar sobre festas a fantasia, em que ninguém vai, ou deveria ir, fantasiado. Ele, como crê, não foi fantasiado, sendo que todos os outros convidados o foram. Lá pelas tantas, ele escreve assim:

"E eis que chega um rapaz vestido de Rivotril, todo cheio de graça dentro de um quadrado de cartolina preso aos ombros que reproduzia a caixa do remédio amigo, tarja preta que ora por nós redatores na hora do sono, amém. Tudo que eu queria ser quando crescer: um grande frasco de Rivotril ambulante a andar pelas ruas do Rio epítome da tranquilidade encaixotada, receitada e legalizada. (...)

"Enfim, algo que justifica uma festa a fantasia! Uma pequena brincadeira lúdica e criativa. (...)

"Em outras palavras, uma piada que durou dez segundos, muito menos do que o mané levou pra passar aquela cartolina pela roleta do ônibus quando saiu do Grajaú."

Heim?!

Algumas considerações a serem feitas. Creio que todos sabem que eu moro no Grajaú e sou capaz de morrer por este pedacinho de terra. Acho, também, que ninguém além de mim conhece ou mora no bairro. Deste modo, sempre que ele aparece em algum veículo de comunicação, praticamente caio para trás de tão orgulhoso que fico com tal menção honroza a meu querido lar. Mas... peraí. João Ximenes Braga falou bem ou mal de Grajaú City?! Sim, porque, para mim, Grajaú já é bairro emancipado, uma Guanabara da vida, quase um país já.

O garoto deve ter saído do Grajaú para ir até a festa, então ele é grajauense. Ele foi de Rivotril, fantasia que "salvou" a festa, mas ele foi fantasiado, o que vai contra o cool cult antenado do João, que não vai fantasiado quando a festa é a fantasia. Detalhe, ele o chamou de "mané". Mané?! Não, querido. Ninguém de Grajauzinho é mané, não! Mas... então, falastes bem ou mal do bairro? Tirem suas conclusões. Só sei que, no fim das contas, Grajaú é chique porque saiu na coluna do jornal, porque tem pessoas suficientemente legais para serem convidadas de mesmas festas que colunistas de jornal também são convidados e porque tem moradores que sabem o que é Rivotril e sabem se fantasiar em festas que tem que ser fantasiadas.

Prontodesabafei.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Dicas dicadas

Livro: "Mrs. Dalloway", de Virginia Woolf;

Música: "To know him is to love him", na versão de Amy Winehouse;

Filme: "Dirigindo no escuro", de Woody Allen;

Peça: "O continente negro", de La Parra;

Revista: "Rolling Stone";

Série: "Brothers and Sisters", no Universal Channel;

Programa de TV: "Profissão repórter";

Jornal: "El País";

Desenho: "Bob Esponja Calça Quadrada";

Apresentadora de TV: Oprah Winfrey;

blábláblá wiskas sachê

domingo, 26 de julho de 2009

El pueblo y la lucha


A minha opinião sobre o golpe de Estado ocorrido em Honduras, em 25 de junho de 2009, e suas consequentes consequências, é tão complexa e truncada, que prefiro deixá-la em meu pensamento e trabalhá-la lá dentro para, possivelmente, um dia vir aqui e expô-la para quem quiser saber sobre.


Vamos parar para pensar pragmaticamente (ok, acabei de dizer que nada comentaria, mas estou começando uma dissertação). A Constituição hondurenha proibe reeleições. O que Zelaya quis era ter o direito de se candidatar uma reeleição. Os militares o depuseram por isso. Mas vamos ver uma situação que não aconteceu muito longe do Brasil. Aqui mesmo, ao fim do primeiro mandato do presidente da República Fernando Henrique Cardoso, foi feita a mesma coisa. No Brasil, não se podiam haver reeleições. Mas ele foi lá e mudou, justamente para se reeleger. Nem por isso um segundo golpe foi dado no nosso país. Sendo assim, creio que foi disproporcional a atitude dos militares.


Por outro lado, essa coisa toda que o Zelaya está fazendo agora me passa uma impressão deveras popularesca e ridícula (aquele chapéu de cowboy é muito tosco). Parece que ele está fazendo de tudo um verdadeiro circo, contando com o apoio geral internacional. Tudo bem que eu creio que seja correto o discordamento do golpe, mas também não sei se Zelaya está fazendo as coisas tão certas assim, não sei.


Concluindo, vejo que, para Honduras, o destino é apenas um. Tornar-se uma Cuba ou uma Venezuela. Ou a ditadura interminável, estagnada economicamente e parada no tempo; ou um país sem liberdades e com um popularismo intrínseco, com eleições meramente de fachada, que elegem sempre os mesmos.


Não sei se fui muito claro, mas como já havia afirmado anteriormente, minha opinião sobre tudo é muito complexa.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Uerj/UFRJ - A proposta - Harry Potter

Eu entrei, quinta-feira, de férias, oficialmente, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Desde já, reitero que para aquele curso de Letras não volto mais. Não é que dele não gostasse, não. Ele era ótimo, mas não meu verdadeiro intuito e vocação. Quero mesmo é ser jornalista, e por mais que minha mãe queira que eu seja um professor funcionário público, me formarei em Comunicação Social pela melhor universidade do Rio de Janeiro, a tão bela e sonhada Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Depois, eu até pretendo fazer um mestrado e doutorado em Literatura Comparada e História Contemporânea, mas na UFRJ mesmo e para complementar e me especializar como jornalista.

Estamos conversados?!

***

Eu vi o filme "A proposta", com alguns amigos, no Dia do Amigo. Gostei da primeira parte, até onde eles ainda estão em NY. Vi um filme ágil, com a proposta bem centralizada; mas depois, achei tudo meio forçado. O amor entre ela e ele surgiu assim, muito... não sei, não passou segurança, coisa que é fundamental para um filme não-ficcional, que é uma mentira. O que quero dizer é que uma trama tem que transmitir verdade ao telespectador, algo que qualquer ator busca. Isso eu não senti neles. Achei tudo meio estranho. Apesar de tudo, no fim, vale o ingresso.

***

Já o filme "Harry Potter e o enigma do príncipe" foi muito bom, até. Um filme que demorou bastante, mas que pareceu que tinha acabado de começar, quando acabou. Ele se mostrou muito mais soturno e mais adulto, que todos os outros. Outra coisa: tive a sensação de que ele foi mais ágil, sem aqueles lenga lenga introdutórios e apresentativos, não sei... Vale muito mais à pena que "A proposta".

terça-feira, 21 de julho de 2009

A esperança é uma que morre

Gostaria que meu blog fosse igual ao do Guilherme Fiuza, que recebe em torno de 85 comentários, 134 (quando o assunto é bem quente, como o do currículo de Dilma Rousseff), ou 49 (quando o assunto é fraco, beeeem fraco, mesmo).

Aceitaria, também, e com muito agrado, ser igual ao Ricardo Kotscho, que, quando fala de Homem na Lua e seus 40 anos, ganha mais de 200 agradinhos de seus leitores.

Até um Ryff eu gostaria de ser. Ele foi um bom professor, apesar de não ter gostado da primeira reportagem que eu fiz em toda a minha vida vivida até o momento. Aquele perfil, podem escrever, vai estar, um dia, emoldurado e cravejado de diamantes, em algum museu, como homenagem a grande contribuição de Guido Arosa ao jornalismo e literatura mundial.

Ok, acho que aquele "Cada um no seu quadrado" não estava muito bom mesmo. Mas espero melhorar. Juro. Ou, pelo menos, entrevistar Carolina Souza, mais uma vez, para perfilá-la de uma melhor maneira possível.

Acredito, entretanto, que voltarei a receber os grandes e antigos 5 a 6 comentários. Bom ressaltar. 5 a 6. Marca histórica.

É só eu falar de Dercy Gonçalves. Vamos lá, heim?! Contemos juntos!

É um, é dois, é três e...

Porra, puta que te pariu, caralho, merda! ô/

domingo, 19 de julho de 2009

Mudança de nome de livro; um ano sem Dercy; TMZ e Michael Jackon; Veja, Zelaya e Chaves

Mudei novamente o nome do meu livro. Ai, Jesus Cristo. Agora chama-se "O complexo melancólico". Será que é seguro colocar o nome dele aqui, em aberto, antes de patentear o título?! Ha-ha, como se alguém lê-se meu blog, se preocupa-se muito com o que eu faço e quisesse roubar o nome do meu tão suado trabalho para foder com a minha vida.

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Um ano sem Dercy Gonçalves. Ela marcou muito a minha vida pois, com ela, eu consegui 5 comentários em um post, à época de sua morte. Dercy, você merece meu afeto! Beijos, me psicografa!

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No TMZ, site estadunidense especializado em fofocas e que, aparentemente, tem fontes até dentro do quarto do Michael Jackson, porque sabe tudo da vida dele e noticia tudo com muita antecedência em relação aos demais meios de comunicação, recebe mais de 300 a 500 comentários, em média, quando o assunto em pauta é MJ, sua morte e esquizitices. Não tem para mais ninguém. Outros posts recebem uns 50 comentários e olhe lá. Michael Jackson rocks!

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É impressão minha ou a "Veja" está querendo passar a imagem de um Zelaya, presidente hondurenho deposto através de golpe, seguidor dos ideais chavistas?! Não sei não, pode ser, pode até não ser, mas que a "Veja" força algumas coisas, isso força.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Novamente RC e MJ

Creio que devo ter sido um tanto mal interpretado. Muito por minha culpa, claro. No post sobre Michael Jackson e Roberto Carlos, posso ter passado a impressão de que disse que eles não tinham lançado nada nos anos 1990. O que quis mesmo dizer era que eles não tinham feito nada de relevante, pois sabia que, pelo menos MJ havia feito alguns outros CDs. Enfim, eles são, comparativamente com as outras décadas de sucesso, extremamente menos relevantes durante os anos 90 e após.

Para confirmação do que digo, saiu hoje a crítica do show do Roberto Carlos no Maracanã, feita por Bernardo Araujo, no Segundo Caderno, do Globo. Alguns trechos da mesma: "Sem lançar um disco com novidades à altura de sua obra há cerca de 30 anos, o Rei continua sendo o Rei exatamente por fazer tudo quase sempre igual." e "Já que tinha entrado nos insossos anos 1990, o Rei chutou o balde e mandou 'Mulher pequena'. Foram as duas músicas ('Nossa Senhora' e 'Mulher pequena') mais recentes (1993 e 1993, respectivamente), e, possivelmente, as duas mais fracas da noite."

sábado, 11 de julho de 2009

A dor dói doída nas veias carcomidas de um vida bandida e só

Mais uma postagem no mesmo dia. Aí em cima ainda está aparecendo 11 de Julho de 2009, mas pelo horário oficial de Brasília, já são mais de 00h00min, o que significa que hoje já é domingo, dia 12 de Julho de 2009. Com isso, faltam agora 22 dias para o maior dia de toda a minha vida, até então; a Universidade Federal do Rio de Janeiro irá começar. A UFRJ estará, definitivamente, de portas abertas para mim!

***

Como vocês sabem, eu estou escrevendo um livro. Tudo começou assim: em Dezembro de 2007, abri o Word e comecei a escrever. No começo, pensando que aquilo seria um livro inteiro, mas depois se mostrou como apenas um conto. Sendo assim, prossegui escrevendo outros, os unindo para formar um livro. Isso já está durando desde lá e até já alterei o nome dele duas vezes. No começa se chamaria "Só", mas depois foi para "As veias carcomidas de uma vida bandida", mas depois de me falarem que esse parece mais nome de novela de rádio, de tão brega, fui para "A dor dói doída", e espero não trocar mais.

Por enquanto, 8 contos já estão prontos e há mais 1 sendo terminado e dois para começar. "A vida da morte", "O analista", "Sentimento póstumo", "Os fracassados", "Morando com vovó", "Deus e o esquizofrênico", "O oprimido", "Crônica de um dia qualquer" (ainda por acabar), "Uma pedra no meio do caminho", "O escritor" (ainda por fazer) e "Os problemas" (também ainda por fazer).

Espero acabá-lo até setembro, no máximo. Nesse meio tempo, até já cheguei a começar a escrever outro livro, chamado "O inútil cento e quatro", mas desisti. Era até bom, mas tinha muito comprometimento da minha parte. Então, não achei que fosse hora de falar sobre algumas coisas. Aí joguei um livro de quase 100 páginas já, todinho fora. Mas é assim mesmo, grandes nomes da literatura já acabaram com muitos livros seus, apenas por os acharem ruins.

Voltando a ser mais pessoal

Ócio criativo.

Hoje eu sairia. No fim da semana, eu pensei que no fim de semana eu iria no show do Jay Vaquer, em Jacarepaguá, e depois iria na festa Ultra Love Cats, no Clube Israelita Brasileiro, em Copacabana. Mas no final acabou que eu não fui nem em um, nem em outro. No primeiro eu não fui porque acabei que não combinei deireito com o W. de ir; e na ULC desisti de ir, pois começou a cair um pé d'água e só um amigo meu iria, tendo ele provavelmente sua companhia por lá.

Eu me desgastaria para sair de casa, pegar ônibus de noite e chuvendo, pegaria a maior fila para entrar, teria que ficar carregando um guarda-chuva pelo caminho e depois, pelo menos, pagar para guardá-lo no guarda volumes; e, no final, acabar não me divertindo, em consequência de que a festa só tocaria funk e essas coisas, que eu não sou nem um pouco chegado. Para piorar: como já está acontecendo em algumas ULCs, eu sairia liso de lá.

A chuva veio em boa hora, porque me fez econimizar uns R$ 20,00 e me deixou ficar em casa, curtindo meu ócio.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Os reis e seus 50



Hoje eu quero falar sobre o cantor Roberto Carlos. Ele, em 2009, completa 50 anos de carreira. Com a morte de Michael Jackson, parei para pensar em uma coisinha, que se encaixa bem em Roberto Carlos.




Ele, o Rei, foi um grande sucesso nos anos 1960, 1970, com a Jovem Guarda, atuando em filmes e essas coisas. A consagração maior, na minha opinião, foi o ingresso na Rede Globo, como especial anual. Mas ao mesmo tempo isso também foi sua ruina. Ou melhor, entre aspas, pois agora todo mundo só fala bem dele.




Ok, eu também gosto muito do RC, apesar de o contemplar em seus feitos dos anos passados, bem passados, porque o que é que ele fez de relevante durante a década de 1990 e os anos 2000? Apenas regravações de músicas dos outros em seus especiais e aquela ladainha das suas mesmas músicas de sempre. Quando foi a última vez que ele lançou um CD de inéditas? E o pior é que ele ainda por cima largou seu visual irreverente do passado e agora está completamente esquisitinho, fazendo com que nem seus grandes sucessos me animem mais. Por isso que eu me consolo vendo suas performances de antigamente no YouTube, grande salvador da pátria.




Todos esses problemas dele com o transtorno obsessivo compulsivo e seus anos de ócio profissional foram deletados da cabeça das pessoas, assim como hoje as pessoas fazem com Michael Jackson. Enfim, vou tentar ser mais claro em minhas elucidações e comparações com RC e Jacko, o Rei e o Rei do Pop.




1) Ambos revolucionaram a música nos anos 1960, 1970 e 1980;


2) Ambos a partir dos anos 1990, ou um pouco antes, entraram em uma decadência artística, sem grandes novidades em suas obras, com fãs que os seguiam desde os tempos de início, mas com pessoas que notavam a falta de inovação em suas carreiras;


3) Ambos com problemas na vida pessoal, sendo a de Michael Jackson os transtornos com o pai, seu polêmico caso com crianças, fortunas e dívidas milionárias, uma pele muito estranhamente mudada e filhos brancos nascidos de uma pessoa originalmente negra, e a de Roberto Carlos a morte de sua mulher e o TOC, que o impediram de usar outra cor que não fosse o branco e azul e cantar músicas como "Quero que vá tudo pro inferno";


4) Ambos possuem algum cinquentenário, sendo o de Roberto Carlos (50 anos de carreira) e o de Michael Jackson (50 anos de vida).




Reitero que aprecio Roberto Carlos Braga e Michael Joseph Jackson, mas em seus tempos de Jovem Guarda e Jacksons 5, respectivamente. Não entendo como é que as pessoas continuam falando maravilhas de um cantor que vai todo final de ano na Rede Globo para cantar, de jeito morto, as mesmas músicas, chamando apenas uns cantores diferentes aqui e ali para interpretá-las. E o que foi aquele MC Leozinho no Especial? Meu Deus do céu, salvai aquelas duas almas. Tudo bem, ele foi muito importante e está fazendo 50 anos de história, mas não pode-se esquecer o fato de que ele está há uns 20 anos sem apresentar nada de novo.




A mídia até que ressaltou bastante esse problema da criação no caso de Michael Jackson, mas para a mesma, acho que Roberto Carlos continua o mesmo dos anos do iêiêiê; ele deve ter pulado diretamente de 1970, no máximo, para 2009 e o pessoal não percebeu.




Torço para que RC retome, agora, com todas as forças, sua carreira, lançando um CD de inéditas e que abandone definitivamente esse TOC que o impede de seguir em frente. Quanto a sua irreverência, acho que é a idade e isso não tem nada que possa mudar. Onde está aquele cara que ditou moda, assim como Jacko o fez?




Vou continuar a escutar muito RC e MJ, mas o da "Namoradinha de um amigo meu" e o do "Who's loving you"; não o do terninho brega azul e branco e nem o branquelo com nariz fininho.




***




Outra coisa: estão dizendo que a biografia mais completa de Michael Jackson é a lançada, no Brasil, pela Editora Globo, "Michael Jackson - A magia e a loucura", de J. Randy Taraborrelli, mas ela com toda certeza absoluta não fala nada sobre sua morte. Então, a melhor fonte para você saber tudo sobre a vida dele é ir ao Wikipédia, tá?! http://pt.wikipedia.org/wiki/Michael_jackson

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Preto no branco

Olha, eu estava pensando nisso agora. A mãe dos dois primeiros filhos de Michael Jackson revelou a um tabloide inglês que ele não era o pai das crianças; ele e nem ela, diga-se de passagem. Aí vem a pergunta que nega-se a calar-se: por mais que digam que é mentira, como é que esses dois filhos nasceram, de um pai originalmente negro, brancos? Eles não chegam nem a ser moreninhos. Poxa vida.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

'About the blues'


Eu soube, em torno de 17h30min (horário de Brasília), através do Twitter de ator estadunidense Ashton Kutcher, da ataque cardíaco sofrido pelo cantor Michael Jackson. Sendo essa uma interrogação, "Michael Jackson had a heart attack?", fiquei em torno de 3 horas entre a dúvida, especulação, e a certeza.


Através do Jornal Nacional, bem em seu fim, acreditei no que William Bonner tinha a me dizer. Depois de a Reuters e a France Press afirmarem, primeiramente e bem cedo, que ele havia morrido, apenas baseadas no TMZ, um site que cobre celebridades e que possui um programa na TV, passei a ver cada vez mais meios de comunicação dando o ponto final na história. Depois foi Los Angeles Times, depois The New York Times, depois CNN, depois a Globo etc, etc, etc.


Agora, pobre, haverão mais especulação em cima de sua vida. Como ele morreu, será que foi mesmo um ataque cardíaco, ele é pedófico, ele teve vitiligo...? blábláblá, blábláblá.


Só sei que ele era um cantor brilhante, nos tempos do Jackson Five. Reconheço que sou fã dele mesmo por essa época, que depois eu já nem gosto muito de sua música, mas também não posso negar a magnitude e sua importância no cenário musical mundial dos últimos quase 30 anos, desde que ele se lançou em carreira solo.


Vou deixá-los com uma de suas melhores músicas, em minha opinião. A música do dia, da semana, do mês, do ano, da década, da vida: Who's loving you.


segunda-feira, 22 de junho de 2009

Problemas do Orkut, Utilidade do Twitter, Relevância do Gilberto


Primeiramente, eu só gostaria de fazer alguns comentários sobre redes sociais de que faço parte. A mais antiga delas, e também a mais difundida no Brasil, a que pertenço, está de sacanagem comigo. O Orkut de tempos para cá está me impedindo de executar várias funções. Por exemplo: tudo começou quando eu não estava conseguindo enviar comentários em tópicos de comunidades; aparecia que o aplicativo não estava disponível no momento. Segundo uma rápida pesquisa, percebi ou apenas tive a sensação de que esse problema só estava acontecendo comigo. Depois, deparei-me com o sumisso repentino do link que remetia ao meu Blog, que se encontrava alocado no perfil do meu Orkut. Ele sumiu de lá e ficou em seu lugar [content supressed]. Mais depois de um tempinho, graças a Deus tudo voltou ao normal.


Aparentemente, pois hoje descobri que eu não estou habilitado para mandar scraps! Scraps! Algo de mais básico dentro do Orkut e essencial para a vivência e permanência no mesmo! Como sobreviverei sem ele?! Ainda bem que ainda me delegaram a possibilidade do depoimento, então tudo que deverá ser mandado de agora em diante será através dele. Mas espero que tudo volte ao normal, o mais rapidamente possível, antes que eu pratique o ato mais impensado de todos: o orkuticídio.


***


Já afirmei algumas vezes da minha incompreensão em relação à utilidade do Twitter. Achava que a capa dada pela "Época" a ele era algo de muito precipitado, no mínimo, e aqui no Brasil não via muita mobilidade diante de tal comunidade social. Apesar de tudo, agora que eu estou seguindo o canal de televisão estadunidense CNN, o ator Ashton Kutcher, a apresentadora Oprah Winfrey, a revista "Época" e a Patrícia Kogut, tudo está ficando um pouquinho mais divertido.


***


Em 2009, completa-se os 40 anos do início do movimento de emancipação dos direitos civis dos homossexuais. Tudo começou em 28 de junho de 1969, Nova York, com a Rebelião de Stonewall. Um bar, frequentado majoritariamente por gays, foi o palco do início da revolta, que envolveu a polícia de NY. Stonewall foi um marco por ter sido a primeira vez que um grande número de pessoas se uniu para resistir aos maus tratos da polícia para com a comunidade GLBT, e é hoje considerado como o evento que deu origem aos movimentos de celebração do orgulho gay.


Unindo-se isso à Parada Gay de São Paulo, que reuniu mais de 3 milhões de pessoas e é hoje considerada a maior de todo o mundo, onde ocorreram eventos lamentáveis como agressões físicas e uma bomba no Largo do Arouche, matando uma pessoa, o jornal "O Globo" convidou Antonio Quinet, psicanalista e doutor em filosofia, para mostrar que o homoterrorismo ainda é muito presente na sociedade.


Além de seu relato, o jornal dá espaço ainda para João Ximenes Braga escrever "A revolta dos perdigotos" e Gilberto Scofield Jr. "Bambi na selva".


João é colunista sábado sim, sábado não, no caderno "Ela" e Scofield Jr. é correspondente internacional, pelo jornal, em Washington, já tendo ocupado o cargo em Pequim por mais de 4 anos.


O que me surpreendeu foi o depoimento de Gilberto, que assumiu ser homossexual. Eu, pessoalmente, sempre o considerei como um dos melhores correspondentes internacionais do jornalismo brasileiro, juntamente com Pedro Bial - para quem não sabe ou não se lembra, Bial foi consagrado por grandes coberturas, como a queda do Muro de Berlim, em 8 de novembro de 1989, para a rede Globo.


Já gostava do trabalho dele e agora gosto mais dele como pessoa, por ter tido a honestidade e coragem de se assumir e por estar lutando por maiores direitos, tanto para ele e seu companheiro, como para a sociedade em geral.


A íntegra da página Logo - http://oglobo.globo.com/blogs/logo/

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Jornalismo cinematográfico


O filme "Intrigas de Estado" me provou que ainda existe bons filmes que remetem ao jornalismo. Seguindo a vertente do clássico "Todos os homens do presidente", o longa bateu forte no peito. Com referências ao fim do jornal no papel, à agilidade do jornalismo online e ao escândalo de Watergate, Russel Crowe se mostra um repórter tão bom e ético quanto contraditório; o que, enfim, é a essência humana: o bem e o mal. Além de tudo, há a editora Helen Mirren - com uma plaquinha em sua sala que diz algo como "nunca aceite o que sua editora ordenar", com a também brilhante novata jornalista, dona de um blog do jornal "Whashington Globe", bem parecido com o "Washington Post".


Assistam, vale a pena.


"State of play", dirigido por Kevin Macdonald e estrelado por Jason Bateman, Rachel McAdams, Ben Affleck, Russell Crowe, Robin Wright Penn, Helen Mirren, Jeff Daniels.