domingo, 24 de maio de 2015

Eu através



Vá e olhe o espelho diante de ti
O que vê?
É você?
É uma imagem?
É o outro?
Eu enxergo o que está lá, mas eu não enxergo-me
O espelho não me faz ver-me
O que eu olho é um que não sou eu
Aquilo não é você, não sou eu, não é ninguém
Aquilo não existe
Eu vou continuar existindo se o espelho não existir mais?
Narciso, no espelho da água, não apaixonou-se por si
Ele apaixonou-se por uma imagem
Pigmaleão não apaixonou-se por uma mulher
Ele apaixonou-se por uma estátua
O eu, o outro
O mundo como produção fantasmática
O fantasma como fetiche
Édipo vai desvendar o enigma da Esfinge e o mundo será salvo
Quem vai matar o pai e se casar com a mãe?
O mundo como produção semântica

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