quinta-feira, 7 de maio de 2015

1° de maio

Não existe lugar para mim, pois eu sou o fruto da utopia - não me ambiento entre os meus de formação; sou frustrado no dia-a-dia diante de meu medíocre desempenho no que me dispus a fazer como trabalho. O que tenho de mim me consome deveras e o que tenho para oferecer como mão-de-obra especializada reduz-se a farelos de depressão, subjetividade e negação. Dizem haver no mundo registrado pela psicanálise um processo chamado “auto-boicote”: acredito ser eu. Quando posso, digo que não posso mais; quando quero, digo não querer mais; quando ganho, digo que perdi. Eu sinto-me mais confortável no desconforto do que no lugar comum. Prefiro sofrer para produzir o que eu quero do que ser feliz para copiar o que os outros querem. Não sei de absolutamente nada, só desconheço absolutamente tudo. Eu vou embora porque acabo de me demitir do meu décimo emprego em cinco anos.

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