sábado, 9 de fevereiro de 2008

Ética jornalística

Eu fui hoje na praia da Barra da Tijuca com 4 amigos e ficamos de frente ao posto 6.
Depois de algumas horas no local, reparamos a presença de uma jornalista da Record, um cinegrafista e um técnico.
Eles conversavam com alguns salva-vidas, sendo que de todos eles, uma era mulher. Chegamos a conclusão de que a reportagem poderia se tratar de mulheres em profisssões majoritariamente masculinas.
A salva-vidas corria daqui para lá, com a câmera a acompanhando. Foi até a beira do mar e fincou uma placa alertando os banhistas sobre os perigos da forte correnteza. Quando a câmera deixou de focá-la, um homem acabou o serviço de colocar o alerta bem enterrado na areia.

O que me surpreendeu e me intrigou foi o fato de a equipe ter conversado com um menino, completamente aleatório. Pediram para que ele fingisse que estava se afogando.
O garoto foi acompanhado por um salva-vidas até o fundo e dalí começou a simular um afogameto. O homem de vermelho deveria estar a postos para qualquer real eventualidade.
Os amigos do jovem ficaram perto da minha barraca e deu para notar o que conversavam. Ficaram zoando... e muito. Começaram a dizer que inventariam uma história para o afogamento... Que perguntariam para o jovem onde estava a prancha que o tio havia lhe dado...

. Agora, a pergunta que não quer calar: é justo noticiar uma notícia fantasiosa? é justo combinar uma matéria, não deixando que ela role naturalmente? é justo enganar telespectadores?

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Sei que a Record não é o único veículo de comunicação que deve fazer isso. Mas não será por isso que eu desistirei de acreditar em um jornalismo limpo e isento.
Buscar a ética e o profissionalismo, lemas necessários de uma profissão que ainda não é perfeita, assim como tantas outras...

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Grandes pipas seguradas por homens que andavam de skate no mar, voavam pelos ares da Avenida Sernambetiba...

=)

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Música de hoje: 'Don't play that song for me' - Aretha Franklin (sempre, sempre, sempre)

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