sexta-feira, 28 de outubro de 2011

De repente, a felicidade


Quando eu penso em nada é quando penso em tudo

Outro dia estava ali e de supetão me veio a Felicidade falar comigo

Em princípio, levei um susto: “Você!”

Acostumei-me, com o tempo, a ela

Felicidade vinha sempre a mim, dar-me bom dia, boa tarde e boa noite

Desde que ela encontrou-me, não quis deixar-me

Vivíamos um romance: Eu e a Felicidade

Ela um dia quis passear comigo pelo parque e comer comigo um sanduíche

Comigo, andamos todo o domingo pela Quinta da Boa Vista, junto da classe média

Em nosso primeiro dia dos namorados juntos, Felicidade deu-me um beijo na boca

À noite, para comemorar, meteu-me tapinha com sua mão em minha nádega direita

Mas passou-se o tempo de nosso romance

Eu fui percebendo que nossa história não estava mais a mesma

Ela começou a deixar de ligar para mim as sextas-feiras pela noite

Pouco depois, parou que falar comigo aos domingos

Percebi que tudo entre nós acabaria mais cedo ou mais tarde quando, no sábado, ela deixou de me querer

E foi assim que eu percebi ser um inconveniente para a Felicidade

Insisti por dias, dias, dias, dias

Felicidade estava melancólica

Acordou um belo dia, virou-se para mim e disse: “Estou partindo para ser de outro.”

E foi assim que eu perdi a Felicidade.

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