sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A arte depressiva


A vida é feliz. A arte, então, deve ser o contrário. A vida que a gente vive todo dia o fazemos de maneira cega, decorada e despretensiosa. Já a arte é a vida de pernas abertas, a vida revelada através de seu verdadeiro sentido, que tira do cerne da questão nossos paradigmas de realização e sucesso. É no desvio artístico que está justamente a beleza do artístico e sua importância. Por isso que a arte mais valorizada e a que mais toca é a melancólica e triste, porque já convivemos todos os dias com uma felicidade inventada e injetada. A música, o teatro, o cinema, tudo o que sai de valor daí pode ter certeza: é de fazer chorar. Com a tristeza da arte, podemos tentar ser felizes na realidade da vida.