domingo, 5 de abril de 2009

O primo, o Grajaú e a bunda


Eça de Queiroz é considerado um dos mais importantes autores de língua portuguesa. Nascido no século XIX, na cidade de Póvoa de Varzim, ao norte de Portugal, foi consagrado como um dos símbolos da literatura realista mundial. Comparativamente, pode-se dizer que Machado de Assis está para o Brasil assim como Eça de Queiroz está para Portugal. Escreveu clássicos, como "O primo Basílio", "O crime do padre Amaro" e "Os Maias", sendo o primeiro e o segundo transformados em filme e o último, no Brasil, em minissérie. Fala-se que, mundialmente, os autores lusitanos mais conhecidos são Eça de Queiroz, José Saramago e o poeta Fernando Pessoa.

Pois então, como eu estou falando dele, vamos falar também sobre o filme "O primo Basílio". Feito no Brasil no ano de 2006, foi dirigido por Daniel Filho e estrelado por Déborah Falabella, Fábio Assunção, Reynaldo Gianecchini e Glória Pires. A casa usada como cenário para as traições e emoções do filme ficava situada no bairro carioca do Grajaú, mais conhecido como "Minha Terrinha" =)

Eu me lembro que ia com duas amigas gêmeas para a Rua Itabaiana, em um calor de 40º, para ver o Reynaldo Gianecchini e o Daniel Filho saindo pela casa para tirar o carro da garagem. Uma cena que, no filme, durava apenas alguns dois minutos e, na realidade, para ser filmada, durava alguns quarenta minutos. Era a época da Copa do Mundo de 2006 e tudo era alegria e felicidade.
Disse que veria o filme, assim que ele saísse nos cinemas. Não o fui. Até que ontem, por intermédio de minha Abuelita querida, o aluguei na locadora que tem aqui perto de casa. Minha avó é espanhola e não consegue acompanhar as legendas em português ou espanhol de filmes ingleses, irlandeses, estadunidenses, alemães et cetera, et cetera. Ou temos que ver um Pedro Almodóvar ou um Fernando Meirelles. O que é ótimo, pois eles são de excelente qualidade.

O filme é de todo bom. Ainda não li o livro, o que é muito triste. Sempre gosto de, primeiramente, ler os livros para depois ver os filmes proveniente dele. Com isso, minha mente não fica presa aos personagens da sétima arte. Mas como o filme já estava lá, o aluguei mesmo. Consegue captar a tensão entre empregada/patroa de forma deveras emocionante. Não é nada comparável a um "24 horas", mas é digno de um coração batendo um tico mais forte. As melhores interpretações são da empregada Juliana (Glória Pires) e da excelentíssima Déborah Falabella (Luísa), brilhante em suas crises nervosas. Reynaldo (Jorge) consegue fazer a ponte de forma profissional entre a mulher e seu primo Basílio (Fábio Assunção) e a empregada. Triste é ver Zezeh Barbosa, como sempre um primor de atriz, um tanto mal aproveitada. Mas vai ver foi apenas exigência da obra literária. Acho até que estou sendo um pouco injusto. Aquele tabefe dado por ela e aquele abraço ajoelhado são duas coisas de no mínimo grande beleza. Só vendo para saber.

As línguas maliciosas dizem que o filme vale a pena pela bunda do Fábio Assunção. Não sei. Já vi melhores.

3 comentários:

TATA CRISTINA disse...

Eu já cheguei a ler esse livro, lembro-me que, quando eu estudava, minha professora pedia para nós lermos, enfim...O filme parece ser muito bom, vou procurar assistir, tb!!hehehehe
Beijos

Ná Lima disse...

O escritor é muito bom mesmo, cheguei a ler "O primo Basilio", mas ainda não assisti o filme, se for como o livro deve estar maravilhoso também!
Gostei muito do seu blog, vou voltar mais vezes ^^

Giorgio disse...

pô, mt show teu blog! só vim a conhecê-lo agora.

abraços