quinta-feira, 16 de abril de 2009

Filhos e irmãs paraguaios


Os jornais noticiaram, esta semana, o escândalo que acometeu o Paraguai. Seu presidente, Fernando Lugo, ex-bispo da Igreja Católica, assumiu um filho, de dois anos de idade. O problema é que, apenas dois meses antes de ser eleito político maior do país, acabando com a domínio de sessenta anos de governo do Partido Colorado, Lugo recebeu a permissão do Papa para deixar os serviços religiosos. Se a criança tem os anos que tem, significa que o homem engravidou uma mulher enquanto ainda era supostamente casto. Depois da repercussão internacional do caso, o presidente Lugo pediu perdão ao país e assumiu, em cartório, a partenidade da criança, que leva seu segundo nome. Viviana Carrillo, mãe da criança, iniciou o romance com Fernando Lugo quando ela possuía apenas dezesseis anos, sendo que o presidente já tinha quarenta e sete.


Coisas da vida. Pelo que eu sei e o que Vovó me conta, na Galícia, padres e mais padres tinham filhos e mais filhos. Havia até um caso de um, que morava próximo a minha família, em Pontevedra ou Vila Boa, não lembro, que levou os filhos para casa, mas sempre dizia que eles eram apenas sobrinhos, e os faziam chamá-lo de 'titio'. O grande problema era que todas as crianças eram a cara cuspida e escarrada dele.


Então, o que realmente me afligiu foi uma coisa que li na reportagem de Janaína Figueiredo, correspondete internacional do jornal "O Globo", situada em Buenos Aires, na Argentina, incumbida de cobrir a América Latina. Ela afirmou, em seu texto, que a primeira dama do país é a irmã do presidente Fernando Lugo. Hãn? Como assim?


Tube bem que era bem provável que a primeira dama do país não fosse a mulher dele, haja visto que ele pediu licença ao Vaticano apenas dois meses antes de assumir o cargo. Mas também nunca tinha visto antes irmã primeira dama. Ou ele casou-se com a irmã, configurando-se um incesto, ou lá naquele país não se permite o fato de um presidente não ser casado. Pois para mim, não seria um pré-requisito para uma eleição presidencial o candidato ser casado. Devem existir presidentes sem esposas e, consequentemente, governos sem primeiras damas. Enfim, a reportagem não exclareceu minhas dúvidas. Um pequeno erro, afinal. Como aqui no Brasil não se tem esse costume de colocar irmãs como primeiras damas, deveria ser obrigação do jornalista deixar claro esta diferença cultural.

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