domingo, 11 de janeiro de 2009

As veias carcomidas de uma vida bandida - VI) O oprimido


Já era noite alta e Vokinhlóksar decidiu retirar-se de seu quarto e caminhar em direção ao Nada. Não possuía objetivo definido em sua mente naquele momento, apenas querendo sair daquela situação repressora e opulenta que ele tanto menosprezava. O local em que residia era fétido, pequeno e de paredes cheias de infiltrações. Vivia lá por causa dos estudos. Como era da região de Trás os Montes e lá não havia uma universidade ao alcance da intelectualidade de Vokinhlóksar, obrigado foi a se mudar para a região de Trafalgar, distante uns quinhentos quilômetros de sua cidade natal. Não possuía familiares fora de seu condado, então teve que sentar na calçada mais próxima do Porto de La Basura, estender suas mãos largas e calejadas, para conseguir obter alguns trocados que lhe permitissem alugar um buraco em qualquer pocilga que fosse não tão distante da Universidade de Estudos Antropológicos Internacionais. O jovem lá já morava há nove meses.
Ao virar a primeira rua à direita, encontrou um professor seu de História Contemporânea, chamado Senhor Doutor Fulaninho Castro de Alda. Vokinhlóksar repugnava a si mesmo quando esbarrava em alguém, quem quer que fosse, durante sua caminhada ao Nada, todas as noites. Isso acontecia, pois trazia para ele a incapacidade de andar por vias menos movimentadas e repetia: “Seu traste. Até para isso tu não serves? Meu inconsciente não quer falar com ninguém e minhas pernas não decodificam tal informação? Morra, peste!”. Sendo assim, fingiu que olhava para a calçada, para não ter que movimentar seus lábios e interpretar uma educação que, no momento, era inexistente. Quanto mais se aproximava do homem de meia-idade, mais seus membros corriam. Depois de ter saído do raio de alcance do professor, ele pensou ter escutado algum grunhido vindo por parte dele, mas não deu ouvidos para tais alucinações. Como um homem que ministrava aulas para mais de cento e cinqüenta alunos por semana se lembraria da existência de uma pessoa tão insignificante, diminuta, aleatória e que não fazia algo de produtivo para ninguém? “Ufa, tudo passou. Agora posso continuar só.”
Ao ir para o Nada, desejava retirar de seu coração o vazio que o assolava. O grande e aterrador vazio que amedronta as mentes e os corações dos homens mundanos. Pensava em fazer outra coisa além de ir para o Nada, mas diante de tal nervosismo da caminhada e do encontro de supetão com pessoa que poderia lhe falar, foi incapaz de raciocinar e lembrar-se de outra coisa para fazer. Começou a esfriar e Vokinhlóksar maldisse o dia em que saiu de sua casa para ir para tão longe. Arrependeu-se de ter abandonado mãe, pai, irmãos, cachorros e galinhas para aventurar-se no mundo do pensamento, dos questionamentos, da produção literária, das amizades curtas e das que duram. Por que tanto sacrifício, se no fim acabaria como agora, caminhando para o Nada? Enquanto caminhava, pensava apenas que deveria ter posto um casaco por sobre as costas. Tinha medo de ter um ataque epilético antes de chegar ao destino tão desejado. Era dessas coisas. Os ataques. O primeiro se fez presente em uma apresentação musical de um grupo vindo de tão, tão distante. Como havia muita gente grudada, Vokinhlóksar sentiu-se sufocado, sua claustrofobia manifestou-se em seus piores níveis e desejou que, se não conseguisse sair fisicamente da multidão ensandecida e suarenta, que pelo menos sua alma ascendesse aos céus, para ir de encontro a algum palácio metafísico.
Percebeu que ao longo da grande avenida, que se iniciava, não havia muitas pessoas, o que o felicitou grandemente. Primeiro obstáculo resolvido. Matutou em sua cabeça se haveria de ter esquecido a porta de seu cubículo destrancada. Poderiam roubar-lhe algo. Mas não. O que haveriam de retirar dele? Meia dúzia de papéis em que se discutiam as filosofias de Platão e Freud. Um ladrão, nem por mais perspicaz que fosse, jamais perderia seu tempo em furtar pertences de um homem que não dá ao respeito nem a si próprio. Reteve-se no meio da Avenida dos Santos Anjos e refletiu acerca de uma coisa. O si, o ele mesmo. Por que era uma pessoa que pensava tanto em si mesma, em si própria? As crianças que sofrem de falta de alimento e falta de atenção hospitalar não mereceriam alguma reflexão? Os flagelados da guerra entre Rússia e Geórgia não pediriam alguns segundos de atenção? Seus vizinhos, a família Vozamarak, que era atingida constantemente por tantos problemas, não almejava nem sequer uma visita de rapaz tão estimado por eles, o “pequeno Senhor Vok”, como sempre ressaltava a matriarca dos Vozamarak, em alusão a Vokinhlóksar. “Ah, bobagens e mais bobagens!”, o subconsciente gritou para o consciente de Vokinhlóksar Petri.
Cansou-se de andar sempre em linha reta e virou à esquerda. Logo em seguida, passou diante de uma banca de jornal. Por aquela região, os jornaleiros vendiam jornais e revistas dos mais diversos assuntos e das mais diversas localidades, sendo que a banca de jornal pela qual Vokinhlóksar acabara de passar possuía uma novidade: vendia, à mostra em plena calçada suja e desnivelada, livros. Diante de tal fato, ele congelou. Que homem de boa índole, haveria pensado, se antes não houvesse posto os olhos em um livro cujo título se lia “Mrs. Dalloway”. Quase que instantaneamente, voltou aos tempos infantis, quando foi com sua mãe e seu pai à Bienal do Livro. Uma lágrima saiu de seu olho direito, solitária. Mas logo depois seu olho esquerdo, muito solidário, projetou outra lágrima, fazendo com que as duas se encontrassem na ponta do nariz torto. Limpou o choro e retornou para o antes. Em tal Bienal, que naquele ano de 1753 acontecia na cidade de Trás os Montes, sua cidade querida, comprou um livro não muito fino nem muito grosso, com uma capa sem muitas cores contrastantes, em que se via apenas uma rosa bem rosada, diante de um fundo branco bem branco. O maior orgulho não era nem pelo livro em si, no fundo, e sim pelo preço com que conseguira obter tal mercadoria. Apenas dez contos. Quando Vokinhlóksar conseguia comprar livros e outros utilitários culturais e engrandecedores de espírito por preços tão em conta, era como se tivesse encontrado sem muitas dificuldades o caminha do Paraíso. Quando chegou à fazenda em que moravam, depois de muito tempo vislumbrando um arsenal literário, pôs um Virginia Woolf legítimo na estante reservada para os grandes clássicos. Em conseqüência de ainda estar lendo outro livro, conversou com Mrs. Dalloway: “Senhora, pode esperar algumas semanas? Juro que quando terminar com o Senhor Casmurro venho correndo para a senhora.” Mas isso nunca ocorreu de fato. A senhora foi perdida. A empregada que cuidava da limpeza da fazenda a deve ter levado para passeios em outras pradarias. Vokinhlóksar nada pôde fazer. Nem demitir a maléfica foi capaz. Sua mãe não acreditou na estória. Então, para acalentar a dor, vestiu-se de luto por uma semana completa, escreveu em uma papel os dizeres: “Mrs. Dalloway, Virginia Woolf, descansem em paz”, colocou-o em uma caixinha de vidro e foi em direção ao rio que havia se formado próximo de onde moravam. Pôs, com toda sutileza que fora capaz de empregar no material, o caixão fúnebre em águas. Ele foi-se caminhando em sua total plenitude. Virginia Woolf fora jogada por ele no rio e nunca mais fez o caminho de volta para ele. As duas senhoras foram definitivamente mortas. Como a uma santa de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, a caixa e as duas senhoras que dentro dela foram sepultadas, encontraram seu acalento dentro do líquido transparente e cheio de vida dentro. Diante da banca de jornal, naquela rua sem saída que tinha entrado, passou a acreditar na ressurreição e, por conseguinte, em Jesus Cristo. Isso pois, se até o livro havia ressuscitado, porque Jesus também não seria capaz de igual performance? Sua amada nunca lida havia voltado para ele. Tudo fazia um pouco mais de sentido no vazio existencial em que se perdia cotidianamente. Ajoelhou-se, encostou as mãos, que outrora pedira esmola e que agora apalpava ouro, no livro. Leu as letras que juntas formavam a frase, que juntas formavam o parágrafo, que juntos formavam o texto e que juntos formavam o livro, com tanta intensidade como a um garoto que perdia a virgindade com o mais belo semblante das redondezas. O mundo, naquela hora, o pertencia. Tudo era dele. O conhecimento era dele. Sua vida, que por anos acreditou que não possuía controle, passou a ser controlada por ele. A saliva escorria por seus lábios, como se houvesse a carne mais apetitosa diante de seus olhos castanhos escuros. Teve ali a exata dimensão do prazer que a leitura o proporcionava. “Através da percepção e da notação do que se passa em torno e dentro da personagem central – Clarissa Dalloway -, Virginia Woolf apresenta a história de uma crise.” Igual, idêntico. Assim mesmo leu há tantos anos atrás. Sublime. Por já ser hora avançada e o frio extremo, o senhor que cuidava da propriedade encontrava-se bem dentro dela e Vokinhlóksar não quis perder aquela oportunidade. Seus bolsos estavam inóspitos. Dinheiro era inexistente para efetuar a compra. Sentou-se ao chão e rasgou o plástico que envolvia de forma tão apertada a obra. Comeu o livro com seu próprio furor. Encontrou seus dilemas, mas caminhar para o Nada ainda se fazia necessário e essencial.
Depois de ter se fartado com o banquete, Vokinhlóksar precisou pensar no que era para ser feito. Manter o livro na prateleira em que anteriormente se encontrava, mesmo aberto, para que outras pessoas pudessem ter a oportunidade que ele teve de aumentar seu alto-conhecimento, ou levá-lo consigo, para assim poder desfrutar da felicidade eterna. Necessitou ficar parado, diante de um emaranhado de livros postos em ordem alfabética, contemplando-os, durante alguns longos instantes, para se ter certeza do que deveria ser realizado. Logo depois de se ver iniciada a grande questão, a cabeça de Vokinhlóksar começou a latejar de forma muito inapropriada. Seus ouvidos, tanto um quanto o outro, passaram a escutar algo. De início, quase nada, de tão baixo que se falava. Depois, gradativamente, o homem começou a entender o que estava sendo expresso dentro de sua mente. Percebeu que havia não apenas um monólogo em sua cabeça, mas sim um diálogo. Apesar de tudo, o próprio Vokinhlóksar Petri não era nem sequer o mediador do impasse. Não participava de absolutamente nada do que se passava. Estava ficando cada vez mais irritado.
O Vermelho disse para o Branco que já era hora de pararem de conversar apenas entre eles e colocar o hospedeiro no falatório. “Oh, Senhor Petri! Por favor, ajudai-nos!” Vokinhlóksar deu uma volta de trezentos e sessenta graus para tentar encontrar quem pedia ajuda. Não viu ninguém na rua em que se encontrava. Nem nela, nem em suas adjacências. O jornaleiro passara a dormir um sono profundo e, de tão denso, praticamente mortal. A rua, que sem saída fora feita, tinha mais ninguém além dele e o jornaleiro dorminhoco. Chegou a caminhar para olhar a Avenida dos Santos Anjos, de onde saíra, para entrar na rua em que estava agora, tentando ver algum ser humano suplicante. Ninguém. Vazio. Ausência completa. Voltou para onde estava, diante da banca de jornal, revistas e livros. Olhou para dentro dela e não viu o velhote que lá dentro desfalecia. Ficou, por frações de minutos, com medo. Mas tal sensação era reservada para os que não tinham medo de certas coisas. Pois, apenas os que não possuem temor de algo, podem saber o que é ter medo de outro algo, ao passo que seria uma sensação contrastante a outra. Tal é a dicotomia da vida. Por Vokinhlóksar só conhecer a sensação do temor – que, para ele, não possuía esse nome, ou sequer possuía nome –, ela era a reinante sempre, sem nunca tê-lo abandonado. Quando ia se encaminhando para o muro que encerrava a rua, o Branco gritou para Vokinhlóksar: “Pare! Somos nós! Seu subconsciente!” Obedeceu, fitou os tijolos velhos que formavam o muro e tentou enxergar seu cérebro. Ainda que não conseguisse de fato olhá-lo, pelo menos o escutaria melhor. Os três, juntos, formularam a tese da leitura do livro. Assim dizia o manifesto que o Vermelho e o Branco mandaram que Vokinhlóksar escrevesse:
“Um livro deve existir única e exclusivamente para perpetuar, difundir, disseminar uma ideologia. Jamais alguém pode partir do princípio do lucro para se iniciar uma abordagem contista de uma estória. Se assim o fizer, o âmago do livro perde seu valor, seu sentido, seu poder. Quando se preza pelo dinheiro, a forma entra em evidente decadência. Acaba-se o teor de experimento que se propõe a literatura como arte. A literatura entra no caráter comercial, mercantil, fabril. As editoras até encontram um acalento nesse quesito, sendo felizes com a resolução da ‘literatura comercial’, mas apenas em curto prazo isso se mostra palatável. Porque, se se pensar em um período mais longo, apenas os livros não comercias encontram a divindade.”
Deu o ponto final, foi em direção ao único estabelecimento da rua, colocou o papel com o “Manifesto da Literatura” em cima do balcão e desejou que alguém algum dia pudesse passar por ali e ler o que estava escrito em tão mal traçadas linhas. Realmente, cem anos depois, alguém passou por ali. Era um menino de dez anos de idade, que acabara de sair da escola. Encontrou um papel amarelado dentro de um quadrado de alumínio que havia pegado fogo alguns anos antes. Leu com certa dificuldade, pois aquela ortografia já não se mostrava mais vigente. Mas ainda conseguiu ler, ao passo que a língua ainda permanecia a portuguesa. Não concordou muito com o que ali estava escrito.
Ao sair da rua sem saída, Vokinhlóksar retornou a grande avenida que aparentemente não tinha fim. Precisava, ainda, chegar ao Nada. A avenida mudava de nome a cada cinco quarteirões. Vokinhlóksar lera dez nomes diferentes. Avenida dos Santos Anjos, Avenida Maria Evangelina, Avenida Ernesto Fidel, Avenida George Barack, Avenida Aretha Winehouse, Avenida Amy Franklin, Avenida Carlos Costa, Avenida García Borges Lorca, Avenida Direita e Avenida Brasileira.
Gritou. Jogou-se no chão e chorou como a um bebê faminto e sedento por leite materno. Não compreendia o que poderia estar acontecendo com ele. Passou a sentir falta de seu quarto quadrado, pequeno e opressor. Lá, pelo menos, estaria a salvo e com calefação eficiente. Maldisse o dia em que sua mãe pensou em ter um rebento. Qual o motivo para querer colocar no mundo uma pessoa que correria sérios riscos de ser que nem ele? Era triste pensar em como sua vida era limitada. Nunca alguém lhe disse que o amava, nem seus pais. Segundo eles, o filho era causador de grandes problemas e dizer “nós o amamos” seria algo como um consentimento das atrocidades cometidas por ele. Vokinhlóksar não entendia muito perfeitamente quais as acusações concretas que pendiam contra ele. Viveu sua vida da mesma forma. Sairia de casa muito cedo, aos dezessete anos. Estudar poderia ser uma solução para sua angústia interna.
O céu passou a ficar mais denso, com nuvens chegando carregadas de cidades vizinhas. Sem pedir licença, uma melodia foi ouvida pelo coitado estendido no chão a chorar. Definitivamente, estaria iniciando um processo de loucura sem remédios. Correu. Desesperadamente, quis sair de onde estava. Uma tentativa de preservar a suposta sanidade que ainda gostaria de deixar com ele. De olhos fechados, tentando conversar novamente com o Vermelho e o Branco, pensou em acabar com toda aquela situação. Não! Quis ser mais forte! O Nada ainda não se fazia presente.
Quanto mais se desesperava, mais a melodia se tornava clara em sua mente. A música se fazia entendível e a sandice caminhava para fora do corpo de Vokinhlóksar. Cambaleava delirante, mas determinado. O Nada não deveria estar longe. Tinha que chegar. “Tenho que chegar.”
Não havia mais rua. Não havia mais cidade. Não havia mais chão. Não havia mais jornaleiro. Não havia mais quarto. Não havia mais nada por ali. Apenas um grande breu se fazia presente diante dele. Finalmente! Que alívio. Deus, se existisse, teve piedade dele. Não agüentava mais ficar caminhando de forma desmedida e desenfreada. Chorou agora de alegria, não mais de tristeza. Tudo se fizera findo. As coisas passadas não tinham mais importância, as do presente estavam acontecendo ali e as do futuro não poderiam mais acontecer, porque o homem estava diante do Nada.
Abriu um sorriso na cara, pensou em como era lindo. O homem mais lindo do mundo. A pessoa mais feliz do mundo... Claro que se fosse antes, ele não estaria fazendo tais afirmações. Mas como estava diante do Nada, tudo era permitido e, como já dito, o passado não tinha mais importância. O mundo sempre o havia oprimido, sendo que agora o horizonte o enchia de esperanças. Colocou a mão em seu bolso direito e, surpreendentemente, encontrou algo volumoso nele. Retirou-o de lá e notou que era uma garrafa cheia de Vodka. Não sabia como aquilo havia parada ali, mas foda-se. Chegar ao Nada bêbado seria mais fácil. Agradeceu a quem poderia ter posto aquilo ali.
Voltar não voltaria. Seguir em frente era o que queria. “Vou ao teu encontro, Mrs. Dalloway. Vou ao teu abraço, Mrs. Woolf.” Entornou dentro do fígado toda aquela quantidade de bebida alcoólica. Queria cantar, como nunca o havia permitido. Sempre acreditou que quem cantasse, seus males espantasse. Mas os vizinhos e os parentes não compartilhavam do mesmo ditado popular. Gritavam com ele: “Pare, matraca!”
Embriagado já estava.
“If I was young, I’d flee this town. I’d bury my dreams underground. As did I, we drink to die, we drink tonight!”
Assim, bêbado e cantando, como sempre quis e nunca o deixaram, voou ao Nada, de encontro com Virginia Woolf, Mrs. Dalloway e Elefant Gun.
Saltou do precipício. Não caiu. Voou. Flutuou em direção ao Paraíso dos Oprimidos. Lá, de onde as pessoas vieram do pó, do pó passaram e ao pó retornaram. Se algum dia o quisessem retirar do Paraíso, simplesmente diria: “Se vocês querem me mandar para a reabilitação, eu digo não, não, não!”

Um comentário:

Bruno Silva disse...

Muito massa..
grande mas legal!