sábado, 23 de abril de 2011

Tristes trópicos



Quando eu tinha alguém, eu era mais bonitinho.
Agora, eu estou feio feio feio.
Mas eu nunca tive ninguém mesmo. O que eu tive foram poucos consolos momentâneos.
Porque minha solidão sempre foi eterna.
E morro de medo de ela continuar sendo eterna daqui pra frente.
Não me deixem morrer sozinho.
Qualquer coisa eu me caso com minha sombra.
Mas será que nesse país eu posso me casar com minha sombra?
Aqui não me dão o direito de fazer nada mesmo....
Não posso casar, não posso ter filhos, não posso ganhar pensão, não posso doar sangue, não posso ir pro Exército, nenhuma Igreja me aceita, na televisão ninguém pode me beijar, na rua me batem, dentro da família são indiferentes quanto a mim.
Sou estranho até pros estranhos: baixo demais, cabeçudo demais, branco demais, desajeitado demais, espinhento demais.

AFINAL, QUEM PODERÁ ME ENCAIXAR EM ALGUMA CLASSE?! Chapolin socorra-me.

Nenhum comentário: