segunda-feira, 7 de junho de 2010

Poemas solitários



A minha vida vazia olha o seu redor
E nota que as situações são complexas e convexas
Vejo-me diante de mim mesmo e não enxergo ninguém
A casa está vazia e nem tenho outrem.

ANTOS E ÊNSIAS

Vivia calado pelos cantos
Feliz pelo simples fato da existência

Passou a enxergar melhor a vivência
E passou a debulhar-se em prantos.

UM DIA APRENDO

Um dia aprendo a ser feliz
Um dia aprendo a amar
Um dia aprendo a correr
Um dia aprendo a não chorar
Um dia aprendo o que é viver
Um dia aprendo a me calar
Para, no fim, poder morrer
Em silêncio.

UMA PEDRA NO MEIO DO CAMINHO

Ontem choveu
E levou minhas lembranças comigo
Agora vivo do presente
Sem passado e incerto do futuro
Perco a esperança
Encontro a pouca bonança
Nem meu amor está aqui
Para acalentar-me em frenesi
Queria ser menos fortuito
E mais virtuito
Mas de que adianta?
Eu estou aqui e você ali.

Ontem solou
A vida não estragou
Fui à praia
O povo entornou
Quis ficar
A turma me incentivou
Mas ao cair da noite
Perdi a vida, com sorte
Lembrei-me que tu lá não estavas
E que a vida era bosta emplastada

Alguma coisa aconteceu
Sim, sempre soube que Paris existiu
Vi ali você regressando
A vida cor-de-rosa se fez
Acalentou-me o coração o amasso
Que não quis perder por um compasso
Pois sabia que depois de tudo
Adeus seria dado
Mas Deus não nos tira o que nunca nos foi dado

E vendo a vida em cor-de-rosa
Vou me despedindo de tudo
Com o sorriso no rosto do tristonho
Para acabar com tudo, de coração lavado
Chegando feliz, lá no fundo.

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