sexta-feira, 29 de maio de 2009

Música, poesia, prosa e jornalismo




Há tempos que eu não faço comentários e dissertações muito pessoais no blog. No começo, achava que o mesmo seria melhor se encontrasse um caminho mais impessoal e informativo. Mas agora, depois de algum tempo sem dizer absolutamente nada sobre minha pessoa, preciso desabafar: sou narcisista e egocentro, uma coisa ou outra, ou as duas coisas ao mesmo tempo. Então, vou dizer alguma coisa sobre mim agora. Vamos lá. É um, é dois, é três e é já!





Agora são 21h23min, diferentemente do que pode vir a aparecer para vocês aí. Esse meu blog é muito temperamental e não consegui ajeitar o horário dele. Enfim, estou vendo o filme "O mágico de Oz", de 1939, com Jude Garland no papel principal. Ela está dizendo assim: "Um lugar sem problemas. Acha que existe um lugar assim, Totó? Deve existir. Não é um lugar aonde podemos chegar de barco ou trem. É longe, bem longe... Atrás da lua... Pra lá das chuvas..." E, com isso, começa a cantar a primeira versão de "Somewhere over the rainbow", uma das mais belas canções já cantadas, em todos os tempos.






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DENTRO

"O mundo é um e não é dois"
Parmênides, de Platão

estamos dentro de um dentro
que não tem fora
e não tem fora porque
o dentro é tudo o que há
e por isso tudo
é o todo:
tem tudo dentro de si
até mesmo o fora se,
por hipótese,
se admitisse existir

Ferreira Gullar

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SUICÍDIO

Ele era muito teatral. Colocou-se diante do espelho com um terno preto e uma flor na lapela. Levou a arma até a boca, esperou até que o tambor esquentasse e, olhando para seu reflexo com um sorriso alheado, puxou o gatilho. Caiu como um paletó lançado dos ombros, mas a alma continuou em pé por algum tempo, sacudindo a cabeça, cada vez mais leve. Então, com relutância, ela penetrou no corpo, sangrento na extremidade superior, no momento em que sua temperatura estava caindo para o nível térmico de um objeto, o qual - como sabemos - é sinal de longevidade.

Zbigniew Herbert



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"Há um ano, me candidatei à vaga de correspondente do jornal israelense Ma'ariv nos territórios ocupados. Falo árabe, lecionei em escolas palestinas e participei de muitos projetos judaico-palestinos. Na entrevista, o chefe perguntou como eu poderia ser objetivo. Eu havia passado tempo demais com os palestinos, e acabaria sendo tendencioso em favor deles. Não consegui o emprego. Minha entrevista seguinte foi no Walla.com, o site mais popular de Israel. Dessa vez, consegui o emprego e me tornei correspondente do Walla no Oriente Médio. Logo entendi o que Tamar Liebes, diretor do Instituto Smart de Comunicação da Universidade Hebraica de Jerusalém, quis dizer quando afirmou que 'os jornalistas e editores se veem como atores dentro do movimento sionista, e não como observadores críticos." Yonatan Mendel, em Vocabulário do jornalismo israelense - Os palestinos alegam, sequestram e têm sangue nas mãos, enquanto as Forças de Defesa respondem, detêm e jamais cometem homicídios. (anais da imprensa - piauí, 20. maio 2008)

Um comentário:

Jacque disse...

Vc acredita que ateh hj não vi "O Mágico de Oz"?? Comprei o livro na Bienal do Livro desse ano, mas aind anaum tive tempo de ler =/


Parabéns pelo blog ;)