terça-feira, 20 de setembro de 2011

Marcel Proust (No caminho de Swann)

“Mas logo o ciúme, como se fosse a sombra do amor, se completava com a duplicidade daquele novo sorriso que ela lhe dirigira naquela noite – e que, inverso agora, zombava de Swann e enchia-se de amor por outro –, daquela inclinação da cabeça voltada para outros lábios e, dadas a um outro, de todas as marcas de ternura que ela tivera para com ele. E todas as lembranças voluptuosas que ele trazia da cada dela eram outros tantos esboços, “projetos” semelhantes aos que nos submete um decorador, e que permitiam a Swann se fazer uma ideia das atitudes ardentes ou lânguidas que ela poderia ter com outros.”

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