quarta-feira, 29 de junho de 2011
Seminário sobre a Praia Vermelha debate valor histórico do campus
Ocorreu, na última terça-feira (28/06), às 18h, no Auditório Manuel Maurício de Albuquerque, no prédio do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), a mesa redonda A Praia Vermelha como um lugar histórico-cultural, última do seminário UFRJ em debate: A situação da Praia Vermelha. O evento contou com a presença do professores da Escola de Comunicação (ECO) Muniz Sodré, do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR/UFRJ) Carlos Vainer, e da Faculdade de Letras (FL) Edwaldo Cafezeiro, sob mediação da decana do Centro de Letras e Artes (CLA) Flora de Paoli Faria.
De acordo com Muniz Sodré, os cursos não devem sair da Praia Vermelha. Já Carlos Vainer afirma os cursos se centralizarem na Ilha do Fundão está de acordo com o Plano Diretor para 2020, votado pelo Consuni depois de três anos de discussões, e que a universidade deve ser pensada de maneira integrada e ligada à cidade. No entanto, afirma que todas as faculdades têm autonomia para decidirem onde se alocarão.
Valor histórico e Plano Diretor
Segundo Muniz Sodré, a ocupação do Palácio Universitário, em 1971, pela Escola de Comunicação, foi sua forma de preservação. Para ele, desocupar o espaço irá permitir que ele seja degradado. Com isso, argumenta que utilizá-lo até os dias de hoje para ensino não o estaria prejudicando. Afirma também que não concorda com a concentração de toda a UFRJ em um único local, no Fundão. “É essencial manter e preservar a Praia Vermelha, e não se confinar em uma ilha, um paraíso artificial”, diz Sodré. “Temos que repensar politicamente o papel desse local”, conclui o docente.
Já para Carlos Vainer, a universidade deve ser pensada em parceira com a cidade do Rio de Janeiro. Segundo ele, a expressão central do Plano Diretor da UFRJ é: “Universidade centrada que se integra à cidade”. Em argumentos sobre os benefícios da expansão no campus do Fundão, diz que a maioria dos alunos da UFRJ vem de outras regiões da cidade e do estado, que não a Zona Sul. Afirma também que o local é estratégico, localizando-se no centro entre Baixada Fluminense e Rio.
Vainer diz que a Praia Vermelha deve ser vista como parte integrante da UFRJ, como uma agente de políticas culturais da universidade e também como um patrimônio da população. Afirma que a intenção não é a de venda e privatização do local, mas que o Palácio é inadequado para ensino e pesquisa, por sua questão estrutural: “O futuro do Palácio não deve ser o de se fazer mais gambiarras para instalar computadores.”
Sobre as diretrizes do Plano Diretor, assegura que não haverá transferência forçada de nenhuma unidade. Mas que, no campus da Praia Vermelha, devem ser mantidas condições e garantias reais de funcionamento das atividades. A intenção do Plano para o campus é a de, segundo Vainer, se criar um espaço cultural, com um centro de convenções inter-universitário (unindo a UFRJ à UFF, Uerj, UFRRJ e UniRio), em convivência com as unidades que desejem permanecer na Praia Vermelha.
Ato-show com Monarco e Maíra Freitas
O evento gratuito UFRJ em debate: A situação da Praia Vermelha vai até esta quinta-feira (30/06), com um ato-show no campo de futebol da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD), às 18h, com a presença de Monarco, da Velha Guarda da Portela, a cantora Maíra Freitas e convidados da UFRJ. O campus da Praia Vermelha fica na Avenida Pasteur, 250, Urca.
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