segunda-feira, 27 de junho de 2011

Owen Wilson incorpora Woody Allen em 'Meia-noite em Paris'



"Meia-noite em Paris" (Midnight in Paris - 2011), dirigido por Woody Allen e interpretado por Owen Wilson, Rachal McAdams, Kurt Fuller e Mimi Kennedy

O último filme do diretor Woody Allen tem apenas 100 minutos e isso é uma qualidade. No longa, encontra-se o meio familiar que geralmente permeia todos os seus projetos: o homem confuso, submisso, psicótico e neurótico diante de uma esposa, namorada ou amante possessiva, incompreensiva e irônica, aliada a pais e amigos igualmente intransigentes e manipuladores. Mas o que mais surpreendeu em "Meia-noite em Paris", trabalho de 2010 muito badalado pela mídia já em sua fase de produção por causa da participação de Carla Bruni, atual primeira dama da França, é o fato de o ator principal continuar Woody Allen, mesmo ele não tendo atuado.


A frase anterior significa que o ator Owen Wilson (Gil) é muito bom, interpretando brilhantemente um homem confuso, submisso, psicótico e neurótico, e conseguiu superar uma fase conturbada de sua vida, onde envolveu-se em escândalos com drogas e em comédias muito chatas. Quer dizer também que Woody Allen é um dos diretores mais egocêntricos da face do cinema, já que desde sempre ele está no centro das atenções de sua arte, e com "Meia-noite em Paris" não é diferente: mesmo fora da tela, ele lá permanece, agora dentro da pele de Wilson. Tudo no ator lembra Allen: seu modo de falar, seu modo de andar. Nem é necessário comentar a verborragia do filme, já que sem muita falação não é Woody Allen. Vai ver que é por isso que o filme não precisa ter mais que duas horas, como se tornou comum nos filmes de Hollywood (tendo a crer que isso é para todo mundo, depois da sessão, sair correndo com fome para o McDonald's), já que ele diz tanta coisa em espaços tão curtos de tempo.

Além do que, o que o filme pretende dizer é breve: ficar glorificando o passado é bobagem. O resto, é apenas contemplação de bons atores interpretando bons paradigmas de personagens glorificados pela filmografia de Woody Allen. Também, ótima oportunidade para ver os maiores atores da atualidade interpretando os papéis de artistas como Gertrud Stein, Salvador Dali, Pablo Picasso, Ernest Hemingway, Scott Fitzgerald e uma linda Adriana.

P.S.: Nina Arianda, que interpreta Carol, mulher de um amigo da esposa de Gil (Wilsen), é parecidinha com Dani Calabresa.

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