domingo, 17 de junho de 2012

Exposição paralela à Rio+20 leva o visitante a refletir sobre o passado e futuro da humanidade



O filósofo Immanuel Kant (1724-1804) fez quatro perguntas: “Que posso saber?”, “Que devo fazer”, “Que posso esperar” e “Quem é o homem?”. São estas as perguntas que norteiam a exposição Humanidades 2012, em pleno Forte de Copacabana até 22 de junho, paralela aos debates da Rio+20, no Riocentro. Gratuito e livre para todas as idades, entre 10h até 22h (último entrada do público às 21h).

O que o homem pode saber sobre os recursos naturais? O que o homem deve fazer para transformar a economia mundial em mais sustentável e igualitária? O que nós podemos esperar das autoridades mundiais para uma mudança significativa do cenário de exclusão e recessão econômicas? Quem é o homem, animal que manipula o meio em que vive e que é manipulado por ele?
 
São mais de dez salas interativas, onde o visitante encontra informações sobre o passado, o presente e as expectativas para o futuro do Brasil e do mundo. Há espaços onde se encontra desde a origem da construção da sociedade brasileira no século XVI, até um stand sobre o Museu do Amanhã. Este, a ser construído no Cais do Porto, com o intuito de ser um museu de ciência “aplicada à exploração das possibilidades para o futuro” em se tratando de economia, medicina, sociologia, dentre outras questões.

É uma exposição muito educativa e interessante para a nova geração – afirmou Luisa Garcia, professora e guia de um dos muitos grupos estudantis que visitava o local.

No dia 14, até às 17h, 21 mil pessoas morreram de fome

A conscientização para os perigos dos nossos atos em vista do futuro da humanidade é ponto frequente na exposição dirigida e criada pela artista Bia Lessa. Painéis com atualizações ao vivo revelavam que, até às 17h do dia 14 de junho, cerca de 4.4 milhões de toneladas de resíduos tóxicos foram deixados no meio ambiente; 5.4 mil hectares desertificaram-se; US$ 3.2 bilhões foram gastos com forças armadas ao redor do mundo; $ 125 milhões em videogames; e em torno de 21 mil pessoas morreram em decorrência da fome. 
 
A partir dessa construção, o Brasil pretende unir os diferentes povos e colaborar para a transformação do planeta”, escreve Bia no panfleto de divulgação da Humanidades 2012, única fonte em papel de distribuição do evento. “Estamos diante de um limite, onde não há mais espaço para um pensamento voltado apenas ao acúmulo de capital”, completa.

Hoje, 33% do território nacional é protegido por unidades de conservação e terras indígenas legalmente instituídas. Já o que restou dos índios aqui gira em torno de 340 mil habitantes, com o Rio de Janeiro – estado sede da Rio+20 e suas ramificações como Cúpula dos Povos e Humanidades 2012, além de ter no passado sediado a famosa Rio92 – tendo em seus limites uma população de apenas 330 deles, perdendo apenas para Santa Catarina, com 310 índios. 
 
Eu acho que o debate é muito bom, mas falta boa vontade de muitos países ricos para fazer algo – disse Alessandra Almeida, estudante de Ciências Sociais da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) em visita com a família à sexta sala da exposição, “Produções Humanas”.
 

Nenhum comentário: