O
filósofo Immanuel Kant (1724-1804) fez quatro perguntas: “Que
posso saber?”, “Que devo fazer”, “Que posso esperar” e
“Quem é o homem?”. São estas as perguntas que norteiam a
exposição Humanidades
2012,
em pleno Forte de Copacabana até 22 de junho, paralela aos debates
da Rio+20,
no Riocentro. Gratuito e livre para todas as idades, entre 10h até
22h (último entrada do público às 21h).
O
que o homem pode saber sobre os recursos naturais? O que o homem deve
fazer para transformar a economia mundial em mais sustentável e
igualitária? O que nós podemos esperar das autoridades mundiais
para uma mudança significativa do cenário de exclusão e recessão
econômicas? Quem é o homem, animal que manipula o meio em que vive
e que é manipulado por ele?
São
mais de dez salas interativas, onde o visitante encontra informações
sobre o passado, o presente e as expectativas para o futuro do Brasil
e do mundo. Há espaços onde se encontra desde a origem da
construção da sociedade brasileira no século XVI, até um stand
sobre o Museu
do Amanhã.
Este, a ser construído no Cais do Porto, com o intuito de ser um
museu de ciência “aplicada à exploração das possibilidades para
o futuro” em se tratando de economia, medicina, sociologia, dentre
outras questões.
– É
uma exposição muito educativa e interessante para a nova geração
– afirmou Luisa Garcia, professora e guia de um dos muitos grupos
estudantis que visitava o local.
No
dia 14, até às 17h, 21 mil pessoas morreram de fome
A
conscientização para os perigos dos nossos atos em vista do futuro
da humanidade é ponto frequente na exposição dirigida e criada
pela artista Bia Lessa. Painéis com atualizações ao vivo revelavam
que, até às 17h do dia 14 de junho, cerca de 4.4 milhões de
toneladas de resíduos tóxicos foram deixados no meio ambiente; 5.4
mil hectares desertificaram-se; US$ 3.2 bilhões foram gastos com
forças armadas ao redor do mundo; $ 125 milhões em videogames; e em
torno de 21 mil pessoas morreram em decorrência da fome.
“A
partir dessa construção, o Brasil pretende unir os diferentes povos
e colaborar para a transformação do planeta”, escreve Bia no
panfleto de divulgação da Humanidades 2012, única fonte em papel
de distribuição do evento. “Estamos diante de um limite, onde não
há mais espaço para um pensamento voltado apenas ao acúmulo de
capital”, completa.
Hoje,
33% do território nacional é protegido por unidades de conservação
e terras indígenas legalmente instituídas. Já o que restou dos
índios aqui gira em torno de 340 mil habitantes, com o Rio de
Janeiro – estado sede da Rio+20
e suas ramificações como Cúpula
dos Povos
e Humanidades
2012,
além de ter no passado sediado a famosa Rio92
– tendo em seus limites uma população de apenas 330 deles,
perdendo apenas para Santa Catarina, com 310 índios.
– Eu
acho que o debate é muito bom, mas falta boa vontade de muitos
países ricos para fazer algo – disse Alessandra Almeida, estudante
de Ciências Sociais da Universidade Estadual do Rio de Janeiro
(Uerj) em visita com a família à sexta sala da exposição,
“Produções Humanas”.
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