sábado, 15 de outubro de 2011

Amor autoflagelado


Eu não tenho motivos para ter vontade de você, mas sinceramente, o que eu tenho a perder? Perder eu já perdi vários, sempre morri, mas constantemente renasci. Então, porque não querer hoje beijar você? Por mais que você não venha a me desejar, morrer uma vezinha de novo não vai fazer muita diferença para uma pessoinha (eu).

O vazio de um cotidiano sem sentimentos é bom. Por apenas algumas breves semanas. Ser vazio é morrer sem querer, involuntariamente, não existir existindo. Por isso que eu quero viver nascendo sempre, tendo razões sempre para ser gentil, bom, engraçado, querido, rejeitado, cuspido, menosprezado. Mas é que hoje eu te quero, hoje eu te preciso e amanhã eu planejo a felicidade.

Não sou muito experiente no amor. Sou apenas experiente em querer amar. Querer amar, não querem me amar. Os outros amam tanto e são amados tanto. Eu sou apenas uma intenção, um projeto, uma mão aberta para você bater.

É muito difícil ser meio bonito e meio feio, porque as pessoas meio que te amam, meio que te odeiam. Nada será seu plenamente. Apenas eu terei que ser obrigado a conviver comigo eternamente, neste ciclo eterno e vicioso chamado amor autoflagelado.

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