Hoje eu quero falar sobre o cantor Roberto Carlos. Ele, em 2009, completa 50 anos de carreira. Com a morte de Michael Jackson, parei para pensar em uma coisinha, que se encaixa bem em Roberto Carlos.
Ele, o Rei, foi um grande sucesso nos anos 1960, 1970, com a Jovem Guarda, atuando em filmes e essas coisas. A consagração maior, na minha opinião, foi o ingresso na Rede Globo, como especial anual. Mas ao mesmo tempo isso também foi sua ruina. Ou melhor, entre aspas, pois agora todo mundo só fala bem dele.
Ok, eu também gosto muito do RC, apesar de o contemplar em seus feitos dos anos passados, bem passados, porque o que é que ele fez de relevante durante a década de 1990 e os anos 2000? Apenas regravações de músicas dos outros em seus especiais e aquela ladainha das suas mesmas músicas de sempre. Quando foi a última vez que ele lançou um CD de inéditas? E o pior é que ele ainda por cima largou seu visual irreverente do passado e agora está completamente esquisitinho, fazendo com que nem seus grandes sucessos me animem mais. Por isso que eu me consolo vendo suas performances de antigamente no YouTube, grande salvador da pátria.
Todos esses problemas dele com o transtorno obsessivo compulsivo e seus anos de ócio profissional foram deletados da cabeça das pessoas, assim como hoje as pessoas fazem com Michael Jackson. Enfim, vou tentar ser mais claro em minhas elucidações e comparações com RC e Jacko, o Rei e o Rei do Pop.
1) Ambos revolucionaram a música nos anos 1960, 1970 e 1980;
2) Ambos a partir dos anos 1990, ou um pouco antes, entraram em uma decadência artística, sem grandes novidades em suas obras, com fãs que os seguiam desde os tempos de início, mas com pessoas que notavam a falta de inovação em suas carreiras;
3) Ambos com problemas na vida pessoal, sendo a de Michael Jackson os transtornos com o pai, seu polêmico caso com crianças, fortunas e dívidas milionárias, uma pele muito estranhamente mudada e filhos brancos nascidos de uma pessoa originalmente negra, e a de Roberto Carlos a morte de sua mulher e o TOC, que o impediram de usar outra cor que não fosse o branco e azul e cantar músicas como "Quero que vá tudo pro inferno";
4) Ambos possuem algum cinquentenário, sendo o de Roberto Carlos (50 anos de carreira) e o de Michael Jackson (50 anos de vida).
Reitero que aprecio Roberto Carlos Braga e Michael Joseph Jackson, mas em seus tempos de Jovem Guarda e Jacksons 5, respectivamente. Não entendo como é que as pessoas continuam falando maravilhas de um cantor que vai todo final de ano na Rede Globo para cantar, de jeito morto, as mesmas músicas, chamando apenas uns cantores diferentes aqui e ali para interpretá-las. E o que foi aquele MC Leozinho no Especial? Meu Deus do céu, salvai aquelas duas almas. Tudo bem, ele foi muito importante e está fazendo 50 anos de história, mas não pode-se esquecer o fato de que ele está há uns 20 anos sem apresentar nada de novo.
A mídia até que ressaltou bastante esse problema da criação no caso de Michael Jackson, mas para a mesma, acho que Roberto Carlos continua o mesmo dos anos do iêiêiê; ele deve ter pulado diretamente de 1970, no máximo, para 2009 e o pessoal não percebeu.
Torço para que RC retome, agora, com todas as forças, sua carreira, lançando um CD de inéditas e que abandone definitivamente esse TOC que o impede de seguir em frente. Quanto a sua irreverência, acho que é a idade e isso não tem nada que possa mudar. Onde está aquele cara que ditou moda, assim como Jacko o fez?
Vou continuar a escutar muito RC e MJ, mas o da "Namoradinha de um amigo meu" e o do "Who's loving you"; não o do terninho brega azul e branco e nem o branquelo com nariz fininho.
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Outra coisa: estão dizendo que a biografia mais completa de Michael Jackson é a lançada, no Brasil, pela Editora Globo, "Michael Jackson - A magia e a loucura", de J. Randy Taraborrelli, mas ela com toda certeza absoluta não fala nada sobre sua morte. Então, a melhor fonte para você saber tudo sobre a vida dele é ir ao Wikipédia, tá?!
http://pt.wikipedia.org/wiki/Michael_jackson